[...] Dias depois
Quando abriu os olhos, sentiu a claridade invadir. A sensação de ver um novo dia amanhecendo era gostosa, deixando-me mais animada para começar o dia. Coloco meu sapato e a faca que estava sobre a cômoda em seu coldre. O grupo descobriu que Hershel guardava caminhantes em seu celeiro, o que deixou todos tensos. Shane queria fazer algo em relação a isso, mas Rick se negava fazer sem o consentimento de Hershel. E ele estava mais do que certo, pois estamos em suas terras.
Esse provavelmente será o último dia que dormirei aqui na casa pois meu pai estava bem melhor, já não precisava mais usar as muletas, porém ainda não poderia fazer grandes esforços.Saio do quarto amarrando meu cabelo, dou bom dia para Beth que acabara de passar por mim até que saio da casa. As pessoas estavam acabando de levantar com exceção de Daryl, que estava sentando na cadeira de balanço com um pedacinho de mato na boca, em nenhum momento ele tinha me olhado.
— Bom dia caipira. — O olho e dou um sorriso.
— Dia. — Diz pegando o mato e jogando para longe, logo após ele se levanta e segue seu caminho.
Corro até uma macieira, olho para o alto e vejo que haviam poucas maçãs, e as que tinham estão nos galhos mais altos. Suspiro e começo a escalar a árvore, fico em pé em um galho e puxo a maçã, quando a mesma estava em mãos em bambeio de um lado para o outro, tento permanece em pé porém vou direito ao chão de costas. Resmungo alguns palavrões mentalmente, quando olho para cima vejo Carl parado me olhando, ele estava segurando a risada. Me levanto limpando a roupa.
— Está bem? — Pergunta tentando permanece sério.
— É... Sim, eu acho que sim. — Dou um meio sorriso.
— Shane vai nos ajudar a atirar, quer vir? — Eu concordo, finalmente iria aprender algo novo.
Chegamos perto de uma cerca que haviam alvos que eram latinhas ou garrafas de vidro.
Shane entrega uma arma a Carl e outra que era a minha. Estendo meu braço, ficando na posição que meu pai ensinou.— Abaixe um pouco mais o braço. — Shane se aproxima.
Eu faço o que ele fala, fico alguns longos segundos morando no meu alvo e quando me senti segura atirei.
— Boa! — Carl fala, eu sorriso satisfeita.
— Mas lembre-se, o zumbi não irá ficar parando esperando que você atire nele. — Shane me olha, eu concordo.
Carl deu alguns tiros, em sua 3° tentativa ele acerta seu alvo. O garoto entrega sua arma a Shane, quando eu iria entregar a minha ele nega.
— Fique com ela. — Eu não resolvo questionar, coloco a arma no coldre.
— Carl. — O chamo lhe alçando. — Quero te mostrar uma coisa.
Saio correndo indo para o estábulo, para de frente a parede de madeira e pego minha faca, ele me olha com confusão.
— Presta atenção. — Pego a faca e lanço na parede de madeira, a mesma se finca sem nenhum esforço.
— Caraca! Como aprendeu isso? — Sorri.
— Meu pai me ensinou. Quer aprender também?
— Quero!
Eu explico para ele como faz, porém como o inesperado ele acerta após poucas tentativas.
— Não é justo. — Cruzo os braços e ele gargalha me entregando a faca.
Voltamos para perto das barracas, pego a maçã que eu tinha deixado e dou uma mordida.
Não ofereço a Carl, não sei se deveria chamar de egoísmo mas estou morrendo de fome! E se ele quisesse poderia ir na árvore e pegar uma para ele.— Onde estava Amber? — Meu pai pergunta se aproximando.
— Estava dando uma volta, por que? — Dou uma mordida na maçã o analisando.
— Vou ir com Daryl procurar por Sophia, não se meta em confusão. — Ele me encarava sério.
— Eu cuido dela. — Lori aparece sorrindo.
— Obrigado Lori. — Meu pai sorri, e depois volta a olhar para mim. — Se cuida em garota. — Ele beija minha testa antes de ir com Daryl.
Término de comer a maçã e jogo o que restou dela o mais longe que consegui.
— Eu queria te perguntar uma coisa... — Carl puxa assunto.
— O que? — Digo curiosa.
— Sua mãe, o que houve com ela?
Sinto um aperto em meu coração.
— Quem sabe um dia eu te conte. — Sorriu e olho para o horizonte.
— Poxa Amber! — Reclama.
[...]Eu havia cochilado, olho para os lados e noto que eu estava dentro de uma barraca. Bocejo e saio sentindo a claridade atingir meus olhos. Não havia ninguém ali, apenas Dale que estava em seu trailer e Carol olhando para o nada.
— Onde está todo mundo?!— Pergunto ao velho.
— Shane começou a descurtir com Rick pelos zumbis do celeiro agora a maioria está lá tentando impedir de fazer alguma besteira.
Shane era um homem bom, porém ele era muito instável. Um verdadeiro perigo ao grupo.
— Amber. — Carol me chama.
Eu a olho surpresa, está foi a primeira vez que eu tinha falado com ela.
— Venha aqui. — Eu me aproximo duvidosa.
— Posso dar um jeito no seu cabelo?Eu concordo e me sento no chão. Eu costumava não gostar que mexessem no meu cabelo, mas por uma mãe que está sem sua filha eu posso fazer um esforço. Carol separa meu cabelo em partes, pelos movimentos tenho quase certeza que está fazendo uma trança.
Minutos depois ela avisa que tinha terminado me levanto e fico a sua frente.— Está linda. — Diz, porém não esboça nenhum sorriso.
— Obrigada. — Dou um pequeno sorriso. — E sei que todos estão te dizendo isso mas... Eles vão encontrar Sophia e tudo vai ficar bem.
Carol concorda com a cabeça, e seus olhos marejam. Me afasto pois não sou boa em lidar com pessoas chorando e nem com conselhos.
Avisto ao longe Daryl e meu pai vindo em direção a fazenda, sem a garota mais uma vez. Suspiro perdendo as esperanças de encontrar a garotinha viva.
[...]

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Choices | The Walking Dead
FanfictionEu parei de procurar monstros embaixo da cama, quando percebi que eles estão dentro de nós... O mundo do dia para noite se encontra em um completo caos, os almoços de domingo com sua família estão apenas nas boas lembrança, aliás, o que sobrou do...