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[...] Hershel tinha nos mandando embora devido ao acontecimento passado no celeiro, porém permanecemos no local com a chegada de Randall, um jovem que pode colocar todo grupo em risco, e ficamos chocados quando Lori revelou que teria um bebê.

<~>

  Meu pai chega da busca na cidade, ele se aproxima de mim com um sorriso de orelha a orelha, eu automaticamente sorrio de volta.

— Feche os olhos. — Ele estava com um braço para trás, eu assim faço. — Pode abrir.

Quando abro havia alguns gibis de super heróis, sorrio e agradeço. Logo após ele se despende me deixando sozinha novamente. Abro na primeira página e começo a ler concentrada.

— Está lendo o que garota? — Daryl se senta a alguns metros longes de mim todo largado no chão com as costas na árvore.

Lhe mostro a capa e ele faz uma careta.

— Por que não vai treinar aquele negócio que faz com a faca? Isso aí não mata os caminhantes.

Dou um sorriso a ele.

— Não é porque estamos no fim do mundo que temos que ser cabeça oca, inclusive você deveria ler alguma coisa.

— Eu sei rastrear, lutar, atirar...

— Tá, tá. — O interrompo e dou risada. — Talvez você não precise ler.

Daryl da um sorriso de conto que logo se desmancha quando ele olha para algo atrás de mim, olho na direção que ele olhava e vejo que todo o grupo estava vindo para onde estávamos.

— Se ferrou garota, vão atrapalhar sua leitura. — Ele se levanta, eu faço o mesmo.

— Não se eu sair daqui. — Sorriu. — Até mais caipira.

Ele sai andando e mostra o dedo me fazendo gargalhar. Em outras situações eu iria ao celeiro me refugiar, porém no momento não é uma opção já que tal do Randall está preso lá até o grupo decidir o que fazer com ele. Então sem muita saída em passos rápidos até a parte de trás do estábulo, me sento na grama esticando as pernas voltando a leitura.
[...]

Horas haviam se passado, decido sair e ir de encontro com o grupo antes que se preocupem.
Todo o grupo estava ocupado de mais para prestar atenção em outra coisa a não ser em Randall, procuro Carl em todos os lugares possíveis, porém não o encontro.

— Ei Andrea, você viu Carl? — Pergunto me aproximando.

— Não Amber, ele deve estar por aí. — Faz pouco caso e volta a falar com Shane.

Reviro os olhos e saio andando, não queria falar com Rick pois já estava com coisas de mais na cabeça.
Verifico minha arma, olho ao redor e saio correndo para fora da fazenda. Espero que não me arrependa, eu nunca havia saído sozinha.
Em poucas horas iria anoitecer, e não quero estar aqui quando acontecer.

— O que está fazendo aqui Amber!? — Carl se aproxima ofegante, fazendo caminho contrário ao meu indicando que já estava voltando de onde não deveria ter saído.

— Te procurando Carl! Onde você se meteu? — O olho brava.

— Fui dar uma volta... — Dá de ombros. — Vamos voltar.

Ele sai andando na frente e eu vou o acompanhado logo atrás com minha faca em mãos.

— Foi muito irresponsável isso, e se algo te atacasse?

— Nada aconteceu.

Reviro os olhos pela sua teimosia.

Em minutos já estávamos de volta a fazenda, ninguém havia sentindo nossa falta o que me deixou aliviada.
[...]

Estávamos a beira de uma fogueira, meu pai estava do meu lado, eu estava deitada com a cabeça em seu colo quase dormindo. Escutamos gritos vindo de não tão longe, e se eu não estou enganada esses são os gritos do Dale.
Levanto de forma rapta, Rick foi o primeiro a correr em direção ao grito depois foi acompanhado por Glenn, Daryl, e algumas outras pessoas.

Dale estava jogado no chão com um zumbi em cima dele e outro que acabara de abrir sua barriga. O pior, ele ainda está vivo, sentindo toda a dor, sem nem conseguir falar.

— Hershel faça alguma coisa! — Rick diz desesperado.

— Não ha nada o que se fazer Rick... Ele não vai aguentar. — Hershel abaixa a cabeça.

Então era isso, outra pessoa do nosso grupo se foi.
Daryl pega sua arma, vejo ele olhando no fundo dos olhos de Dale antes de acabar com seu sofrimento.
[...]

Eu percebi que Carl havia ficado estranho depois da morte de Dale, vi também Rick conversando com ele.
Me aproximo do garoto que estava sentado olhando para o nada.

— Ei Carl, você está bem? — Me sento ao seu lado.

— Dale morreu por minha culpa... — Diz olhando para o chão. — Quando eu sai atrai aquele zumbi para cá, o mesmo que matou ele.

— A culpa não é sua Carl... — Digo com sinceridade.
— Não tinha como saber. — Suspiro.

Ele nega com a cabeça.

— Amy, vamos dormir? — Meu pai se aproxima cuidadosamente.

Eu olho para ele e concordo.

— Boa noite Carl. — Faço um leve carinho em seu ombro.

— Boa noite Amy, e obrigado.

Dou um leve sorriso a ele antes de me juntar a barraca com meu pai. Me deito ao seu lado.

— Pai? — O chamo.

— Sim filha?

— Agora é isso? Vamos apenas sobreviver esperando a hora que algo irá matar quem amamos?

Meu pai fica em silêncio por alguns instantes antes de começar a falar.

— Talvez seja isso mesmo Amber... Por isso temos que viver cada momento como se fosse o último, porque nunca vamos saber quando vai ser.

Eu dou um suspiro e absorvo aquelas suas palavras.

— Boa noite pai, eu te amo. — Bocejo.

— Boa noite Amy, papai te ama. — Ele da um beijo em minha testa e vira para o lado contrário.

Perdida em meus pensamentos confusos, caio num sono profundo e calmo.

Choices | The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora