Choices | The Walking Dead

45

Com uma dúvida do caminho, Abro o mapa no banco do lado desviando minha atenção da estrada por alguns segundos. Tiros acertam as rodas do carro, fazendo com que eu perdesse o controle do mesmo, assim que o carro para, bato a cabeça no volante ficado alguns segundos desnorteada. Levanto a cabeça passando a mão pelo local atingido, sentindo latejar e o sangue começar a escorrer lentamente. Olho ao redor e não vejo sinal de pessoa alguma. Estico-me no banco de trás e pego a arma que eu tinha colocado. Esses poucos segundos, foi tempo suficiente para um grupo de talvez 8 pessoas saírem da mata, todos armados e apontando suas armas na minha direção. Estremeço com a cena.

— Puta merda. — Digo num sussurro.

— Saía lentamente com as mãos para cima. — Diz um dos homens num tom irônico. — Se você não quiser morrer, é claro. — Gargalha.

Levanto minhas mãos e saio do carro lentamente, sem fazer nenhum movimento suspeito.

— Quem são vocês? — Pergunto receosa.

— Vamos lá querida, você sabe quem nós somos.
— Ele sorri.

Se eu ainda tinha alguma dúvida de quem eles eram, havia se dissipado. Não estava mais do que óbvio que eram os Salvadores.

— Eu sou Simon, vou pedir educadamente que coloque suas armas no chão.

Faço o que ele diz. Nesse momento o melhor a se fazer era cooperar, mesmo que eu tentasse não teria chance alguma com eles.
Simon faz sinal para que um de seus homens venha me revistar.

— Está limpa. — Ele fala.

— Eu gostei de você garota! Você não dificultou as coisas, diferente dos seus amiguinhos. — Ele gargalha.

Fecho meus punhos sentindo minhas unhas ficarem na pele.

— Mas relaxa, eles estão bem... por enquanto. Nossa noite vai ficar muito divertida, não sei para você, mas para Negan vai.

O mesmo homem que me revistou prende minhas mãos e depois coloca um saco em minha cabeça.
[...]

Eu estava a boas horas sentada no chão presa igual a um animal, escutando um dos Salvadores falar asneiras para mim. Já cansada de o ouvir lhe mostro o dedo do meio. O homem me olha com raiva e indignação logo se afastando para não fazer algo que vá se arrepender. Com finalmente momentos de paz, percebo que já estava escurecendo. Olho ao redor tentando ver alguma rota de fuga, mas a cada milímetro da floresta tinha um homem de guarda.

— Vamos dar uma voltinha. — Um cara com uma cicatriz na cara se aproxima e me levanta com um só puxão.

Após alguns minutos de caminhada, entramos em um campo plano sem muitas árvores, bem iluminado. A parte de trás de uma vá se abre revelando lá dentro Daryl, Rosita, Michonne e Glenn. Sou jogada e a porta se fecha. Todos os quatro estavam em choque.

— Amber onde Rick está? — Michonne pergunta, nitidamente preocupada.

— Eu... eu não sei. — A olho perdida.

Tudo estava tão confuso. Tentava assimilar tudo que tinha acontecido, e que estava prestes a acontecer. Seria esse nosso fim?

Assobios ecoam por toda a floresta, nos pequenos furos que haviam na porta tento enxergar o que se passava lá fora. Falho miseravelmente. Porém as vozes entregavam tudo, tinham conseguido pegar Rick.

— Agora busquem os outros. — Escuto a voz de Simon.

No mesmo estante a porta se abre e um homem me puxa para fora. Olho para todos ali ajoelhados. Maggie estava ali, não conseguiram levá-la para Hilltop. Carl me olhava com tamanha tristeza e medo. Rick estava assustado, seu olhar de culpa era visível. Sou colocada de joelhos como todos os outros.

— Agora que todos já estão reunidos, vamos conhecer o homem. — Simon sorri e bate na porta do trailer.

Olhava para o automóvel estática, nem sequer piscava. O medo tomava conta do meu corpo a cada segundo. Era um sentimento que não se dissipava. Estava com medo de morrer, de perder alguém do grupo, com medo do que estava para acontecer. Em tempos não sentia esse sentimento de impotência, eu desejava fugir e sair correndo daqui.

A porta do trailer se abre. Um homem aparece e desce lentamente os dois degraus. Não conseguia enxergar direito seu rosto devido à sombra. Mas conseguia ver nitidamente que ele segurava um taco em sua mão, apoiado em seu ombro.

— Já estão se mijando? — Diz com sua voz grave.

Arregalo os olhos.

O homem da mais alguns passos para frente revelando finalmente seu rosto.

Me seguro para não cair para trás. Minha respiração fica pesada e vejo por alguns segundos tudo rodar.

— É... isso aqui vai virar um mar de mijo logo logo. — Negan sorri. — Qual desses é o líder?

Ele passa o olhar por cada um, quando seu olho pousam em mim, ele me encara por alguns segundos sem nenhuma reação aparente, antes de continuar analisando. Ele não iria lembrar-se tão fácil de quem eu era, não nos vemos pessoalmente a mais de 6 anos.

Um dos Salvadores fala quem era o líder, apontando a Rick. Negan aproxima-se de forma intimidante parando logo a frente do Grimes ajoelhado.

— Não gosto de você matando meu pessoal Rick, você não tem ideia de como essa merda não é legal. Mas... Acho que você vai aprender rapidinho. Vai se arrepender tanto de ter cruzado no meu caminho.
— Sorri. — Aqui vai... Preste atenção.

Negan segura seu taco ao lado do rosto de Rick.

— Vocês trabalham para mim agora, vocês tem coisas e irão dar para mim. — Sai andando na frente de cada um. — Metade da suas merdas são minhas agora. Eu não quero matar vocês, porque quero que trabalham para mim, e não tem como fazerem isso mortos. — Ele para a minha frente. — Não é? — Sorri e volta a caminhar. — Mas eu preciso provar que não estou para brincadeira, então vou espancar um de vocês até a morte. — Ele gira seu taco entre as mãos. — Está é Lucille, e ela é incrível!

Ele começa a assobiar andando.

— É uma decisão bem difícil... Mas eu tive uma ideia.

Ele começa a cantar a música uni-duni-tê passando seu taco na frente de cada um conforme a letra da música.

— Esse. — Dá um sorriso quando o taco para na minha frente.

Seguro a respiração e o encaro querendo gritar. Minhas mãos soavam como nunca, se eu não estivesse com a adrenalina nas alturas, tenho certeza que cairia aqui mesmo.

— Daqui. — Para na pessoa ao meu lado. — Podem piscar, podem chorar, podem gritar... Nossa, vocês todos vão fazer isso!
[...]

Continua..