Estava pegando algumas flores do jardim da casa. Sinto alguém se aproximar, mas não me viro.
— Está melhor? — Daryl para ao meu lado, me analisando.
— Sim... Obrigada.
Dixon concorda e ainda continuou ali me vendo pegar as flores.
— Vai fazer o que com isso? — Arqueia a sobrancelha.— Levar para o túmulo da Nina. — Refiro-me as flores que ajuntava.
Daryl balança a cabeça e quando percebe que era hora de se afastar, assim faz. Saio andando relutante até o local onde haviam feito uma cova para a Nina. Chego onde ela estava enterrada, tinha uma madeira em formato de cruz fincada na terra. Suspiro e me abaixo colocando as flores que eu havia pegado. Fico alguns segundos apenas refletindo sobre todos os acontecimentos.
— Vá em paz pequena.
Pego minha faca e na madeira arranho um pequeno coração na ponta.
Viva como se tudo fosse uma despedida, porque é.
Essa frase martelava em minha cabeça. Saio correndo passando por algumas pessoas. Chego a casa dos Grimes. Abro a porta de forma abrupta. Bilhões de sentimos passavam por todo meu corpo. Quando vejo na sala Carl procurando por algo de baixo do sofá, sinto meu corpo todo arrepiar. Ele me olhava confuso pela forma que eu me encontrava, e se levanta.
— Está bem? — Franze o cenho.
Fecho a porta atrás de mim e caminho até o Grimes que estava a metros de mim. Fico a centímetros dele. Podia sentir sua respiração tensa, assim como a minha. Sem pensar nas consequências, me aproximo ainda mais dele até que a distância fosse nula, e nossos lábios se chocassem. Peço permissão para minha língua, porém ele se afasta rapidamente. Seus olhos estavam arregalados. Eu o olhava confusa e magoada. Essa não era a reação que eu esperava depois de tanto tempo.
— Eu estou com Enid. — Carl fala como se estivesse a muito tempo tentando dizer isso.
Sinto um buraco no meu peito. Por um momento podia sentir as lágrimas virem, mas não ia chorar mais uma vez. Não por isso. Não por me sentir rejeitada.
Tento falar, porém sentia que qualquer coisa que eu dissesse iria piorar tudo.
— Amy... Diga algo. — Carl fala triste, quebrando o silêncio presente no cômodo.— Está tudo bem?
Senti meu coração apertar e as lágrimas virem.
— Sim... Esta tudo perfeitamente bem. — Digo e sorriu depois desvio meu olhar pro chão.— Eu te esperei por muito tempo... — Ele começa.
O olho e observo ele falar, ficando quieta.
— Achei que estivesse morta. — Ele molha seus lábios. — Não podia mais ficar me corroendo, eu tinha que seguir em frente. Não porque eu queria te esquecer... Jamais. Mas por mim, eu estava me matando aos poucos... E quando eu conheci Enid...
— Ela te fez ver o lado bom da vida. — Completo o que ele iria dizer.
— Não. — Ele nega com a cabeça. — Ela preencheu o vazio que você tinha deixado.
— Eu entendo... — Balanço a cabeça.
— E bom... Nós dois éramos crianças.
Franzo o cenho. Carl acabou de dizer que tudo que passamos não foi real...E que éramos crianças?
— Sim... apenas crianças. — Repito o que ele disse.
— Eu tenho que ir agora. — Ele me olha, e sai pela porta principal.
Subo ao andar de cima, retiro a pulseira que ele havia me dado na prisão. Abro a porta do quarto de Carl. Viro o pingente e leio a frase que havia ali Juntos até o fim do mundo.
— Baboseira. — Murmuro a mim mesma e jogo a pulseira sobre a sua cama.
Fecho a porta do quarto e saio da casa. A alguns metros vejo Carl e Enid conversando e rindo juntos. Suspiro e desvio meu olhar.
Passo rápido pela rua e chego a casa de Maggie. Bato na porta e Glenn abre a porta.
— Oi... Boris está aí né? — Pergunto.
Escuto latidos e ele aparece correndo vindo até onde eu estava.
— Olha só... — Sorriu passando a mão no cachorro.
— Obrigada por cuidar dele Glenn. — Me despeço do homem e afasto-me.Enquanto caminhava, Boris acompanhava com suas pequenas patas. Quando chego às casa dos Grimes dou graças a Deus que Enid e nem Carl estavam na minha vista. Entro na casa e vou direto ao quarto.
Sento-me no chão, e o cachorrinho se encaixa no meio das minhas pernas.— Boris... — O chamo, ele me olha e vira sua cabeça para o lado. — A Nina ela... — Suspiro tentando não chorar. — Ela está em um lugar melhor...
Boris ao notar que algumas lágrimas escorriam dá alguns latidos e lambe meu rosto, fazendo eu soltar algumas gargalhas.
— Agora é só eu e você garotão. — Dou risada, limpando meu rosto.
Respiro fundo e me levanto. Deixo a alguns metros da minha cama a vasilha de ração e água para Boris.
Me deito na cama, acabo me perdendo nos pensamentos e adormeço.FlashBack on
Andava atentamente pela loja de roupas, o lugar estava todo escuro, deixando-me ainda mais apreensiva. Escuto barulhos de cacos de vidro serem pisados. Viro-me para trás e noto uma figura entre as sombras.
— Mãos para o alto agora, se não eu vou atirar!
— Digo firme.— Calma Amber... Sou eu. — Uma voz conhecida fala.
— Me fala seu nome. — Pergunto aproximando-me.
— Alan...
— Alan!? — Digo abismada.
Quando me aproximo mais ilumino com a lanterna diretamente seu rosto, o mesmo fecha um pouco os olho.
— Filho da puta eu falei que se eu te visse iria te matar! — Falo e vou para cima dele com a faca mas ele desvia dos meus golpes.
— Calma! Deixa eu te explicar. — Ele fala meio nervoso. — Dá para parar de tentar e matar? — Ele diz alto e me prende na parede.
— Não me toca. — Digo alto e dou uma joelhada no meio de suas pernas.
Ele se contorce um pouco, eu aponto minha arma para ele.
— Me de bons motivos para não matar você agora.
— É covardia... Estou desarmado. — Diz num tom brincalhão.
— Acha que eu estou brincando?
— Ok... — Ele balança a cabeça e volta a sua posição reta. — Confesso que ando te observando... Eu achei uma comunidade... Acho que eles podem te abrigar também.
— E por que você me ajudaria?
— Eu mudei Amber... Não sou o cuzão de antes.
— Não preciso da sua compaixão. — O olho de cima a baixo. — Seja feliz na sua comunidade. — Digo e saio andando.
— Sei que você está cuidando de uma menina...— Ele fala apressado.
Viro-me para ele.
— Eles podem aceitar vocês duas... Santuário é um bom lugar.
— Alan... Só não te mato hoje pois tenho coisas mais importantes para fazer. — Respiro fundo. — Não me importo se você mudou ou não. Sinto lhe informar que você não foi o único que mudou.
Ele fica em silêncio e saio deixando ele para trás. Acho que finalmente o garoto parará de me perseguir, e seguirá em frente.
[...]FlashBack off

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Choices | The Walking Dead
FanficEu parei de procurar monstros embaixo da cama, quando percebi que eles estão dentro de nós... O mundo do dia para noite se encontra em um completo caos, os almoços de domingo com sua família estão apenas nas boas lembrança, aliás, o que sobrou do...