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[...]

A M B E R

  Acordo com uma dor de cabeça do inferno. Vou até a janela do quarto e vejo que o sol já raiava no céu. Ao lembrar-me vagamente dos acontecimentos passados, me sinto envergonhada.

Boris ainda dormia tranquilamente. Que cachorro preguiçoso!

Pego uma toalha junto com uma muda de roupas. Quando abro a porta do quarto, vejo Michonne, ela me olha permanecendo séria. Nesse momento eu sabia que ela sabia da virada que eu fiz.
Quando eu acho que ela iria dizer algo, a mulher apenas me dá as costas. Solto um suspiro que nem sabia que segurava.
Adentro o banheiro ficando bons minutos ali. Quando acho que já estava a tempo suficiente, saio do mesmo já vestida. Desço as escadas, Carl estava com Judith dando mamadeira para ela.

— Você está ferrada.

— Obrigada Carl. — Reviro os olhos.

Vou até a cozinha e encho um copo de água. Bebo ele tranquilamente, quando viro-me Rick entrava pela porta da casa. Já sinto minha respiração pesar e minhas pernas fraquejarem. Só queria me tacar no meio de uma horda de zumbis.

— Quero conversar com você. — Diz Rick sério.

— Certo... — Foi a única coisa que eu consegui dizer.

O sigo ao andar de cima, ele abre a porta do seu quarto e eu entro.

— Se senta. — Ele manda.

Sento-me na cama. Rick fica a alguns metros longe, encarando meu rosto, e seus braços cruzados.

— Antes de você brigar comigo, quero pedir desculpa.

— Não vou brigar com você Amber.

— Não? — Digo num tom confuso.

Rick nega.
— O mundo lá fora é terrível... Sei que passou por muitas coisas. — Ele suspira. — Se estou bravo por você ter bebido? Muito. Porém quero que você confie em mim e me conte o que tiver que contar.

Fico em silêncio alguns segundos.

— Não quero falar sobre isso... Mas se você quer saber o por que de eu ter bebido. Eu precisava sentir alguma coisa, e mais do que tudo, precisava esquecer meus problemas.

— E conseguiu esquece? — Eu nego. — Amber... Beber não te faz esquecer seus problemas, é totalmente ao contrário. Ela faz lembrar de todos, até os mais antigos. Mas no momento de insanidade todos ficam pequenos e sem importância. E depois quando o efeito passa? O vazio volta... E volta pior do que antes.

Quando Rick acaba de falar, reflito sobre tudo o que ele diz. E por mais que seja difícil de aceitar, era tudo verdade.

— Obrigada por não me julgar... E nem brigar comigo. — Dou um fraco sorriso.

— Vou sempre estar aqui...

Quando me levanto da cama Rick da um beijo no topo da testa. Por alguns segundos sinto que sou a garotinha da fazenda. Sinto algumas lágrimas virem. Saio do quarto as secando, quando desci as escadas Carl não estava mais ali. Agora eram Boris e Michonne.

Choices | The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora