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O dia em Alexandria passava calmo e rotineiro. Depois do ataque que fizemos aos Salvadores dias atrás, tudo parecia ter se endireitado.

Andava pela rua calmamente cumprimentando algumas pessoas que passavam por mim. Paro em frente a casa de Carol e a vejo na cadeira de balanço, com um cigarro entre os dedos.

— Isso vai te matar. — Chamo sua atenção.

Carol levanta sua cabeça e sorri quando me encara.

— Não se preocupe Amber, sou dura na queda.

Sorriu e nego com a cabeça me afastando dela e de sua casa. Apresso meus passos para chegar logo ao portão. Carol era uma boa amiga, talvez até como uma mãe. Ela sempre me apoiava, e quando eu mais precisei ela cuidou de mim.

— Está atrasada Amber! — Sasha diz me repreendendo.

— Foi mal... Dormi mais do que devia. — Dou um sorriso desajeitado.

— Responsabilidades Amber.

— Certo, já entendi. Não vai se repetir. — Reviro os olhos.

Subo na torre de vigia e pego a arma.

— Se quer mesmo ajudar, não pode se atrasar.
— Sasha insiste.

A olho e respiro fundo.

— Está me ouvindo garota!?

— Cala boca Sasha, eu já entendi. — Digo em um tom alto.

Ela me olha e sorri.

— Se não quer me ver falando em seu ouvido mais vezes, não se atrase.

— Entendido senhora. — Dou um sorriso irônico.

— Eu já tive sua idade, você acha que sabe de tudo, que é responsável e super madura... Mas acredite, você não sabe de nada.

— Obrigada pelo aviso. — Digo.
[...]

Denise, Rosita e Daryl estavam dentro de uma picape, eles param em frente ao portão esperando que alguém permitisse a passagem deles.
Sasha pede para que eu desça e abra. Apoio a arma e desço pelas escadas, paro na janela do carro e olho para Daryl que estava no motorista.

— Onde vão?

— Denise acha que em uma loja tem uma farmácia, vamos ver se é verdade.

— Cuidado. — Olho para os três.

Quando me afasto finalmente vou ao portão e o abro, assim que a picape passa o tranco novamente.
Glenn chega para eu e ele trocarmos de turno.

— Tudo seu Glenn. — Sorriu e afasto-me.

Chego a casa dos Grimes, quando abro a porta Carl estava sentado no sofá de cabeça baixa com seu chapéu posicionado ao seu lado.

— Ei, você está bem? — Me aproximo sentando ao seu lado.

— Sim... — Diz ainda com sua visão voltada para baixo.

— Não, você não esta. O que houve?

— Enid e eu discutimos. — Suspira.

— Por que?

— Por você.

— Como assim Carl? — O olho confusa.

— Ela disse que eu estou distante e... Que eu tenho sentimentos por você.

Me calo por alguns segundos.

— E você tem? — Pergunto com receio.

Ele pela primeira vez desde que cheguei me olha no fundo dos meus olhos. Sua boca se abria e fechava sem saber o que dizer, e antes mesmo que Carl pudesse responder minha pergunta a porta principal da casa se abre revelando Michonne.

— Estou atrapalhando? — Ela diz nos olhando.

— Não... — Sorriu sem graça e levanto-me. — Eu já ia subir.

Antes de me retirar dou um último olhada a Carl e retiro-me da sala. Abro a porta do meu quarto, Boris não estava ali. Suspiro e me jogo na cama. Um flash de pensamentos do último ano passa pela minha cabeça... Me perguntava o que teria acontecido se eu não tivesse deixado Ravi e Agnes, ou como eu estaria agora se tivesse aceitando ir com Alan. As dúvidas me matavam a cada segundo.
Parece que eu estou à espera de algo que nunca vai acontecer...
[...]

Daryl e Rosita tinham voltado, e com eles trouxeram uma notícia triste. Um dos membros do grupo dos Salvadores tinha matado Denise. Uma mulher boa, não merecia ter partido.

— Amber... — Enid se aproxima lentamente.

Viro-me para ela, desviando o olhar do túmulo de nina.

— Oi Enid. — Sorriu.

— Queria falar com você...

— Sim... Claro.

— Eu vejo como você e Carl se olham, como ele te olha... Não quero estar no meio do amor de vocês.

— Enid... Carl é um ótimo amigo. Mas essa fase nossa já passou. — Dou um fraco sorriso. — Não se preocupe, eu que não vou atrapalhar o lance de vocês. Acredite, eu quero a felicidade de Carl.

— Obrigada. — Ela dá um sorriso de agradecimento.

— Sem problemas.

Enid se despede e logo se afasta. Volto a olhar o túmulo de Nina.

— Até mais garota. — Digo em um tom baixo e me afasto.

Daryl estava sentado na calçada, cabisbaixo com sua seus braços apoiados sobre o joelho. Aproximo-me do Dixon.

— A culpa não foi sua Daryl.

— Você não sabe de nada pirralha.

— Talvez. — Dou de ombros. — Não tinha como saber... Nunca tem como saber. As pessoas vêm e vão sem explicação.

— Tanto faz. — Ele suspira.

— Vou te deixar sozinho.

Dou as costas e saio andando. Passo em frente a casa de Carol e a mulher estava como sempre em sua cadeira de balanço. Ela parecia estar distante, pois nem notou minha presença na calçada de sua casa. Dou de ombros e apenas volto a caminhar até meu destino final.
[...]

A noite chega rapidamente, a casa estava silenciosa. Boris dormia como de costume, e bem, eu estava exausta e morta de sono. Enrolo-me nas cobertas e fecho os olhos. O sono começa a me consumir por inteiro, com o silêncio que estava na casa, consegui ouvir o pequeno roído do chão de madeira sendo levemente pisado.
A primeira pessoa que me passa na mente é Carl indo sair escondido para ver Enid. Resolvo fingir que não escutei, o que ele fazia ou deixava de fazer não era da minha conta. Pela primeira vez tenho que fazer o certo, e não o que eu quero.

Luto com minha curiosidade e continuo na cama. Longos minutos se passaram e finalmente caio num profundo sono.
[...]

Choices | The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora