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Um homem que Rick e Daryl tinham trazido para a comunidade conseguiu escapar de onde tinham o prendido. Ele dizia ter outras comunidades a qual fazia acordos, trocavam recursos e se ajudavam no que mais precisassem. Óbvio que todos ficaram curiosos para saber como era o lugar, e se essas outras comunidades realmente existiam.

Eu estava encostada ao lado de fora da porta, porém, mesmo assim conseguia ouvir tudo o que o homem que se denominava Jesus falava.

Jesus... ele veio dar a salvação ou algo assim?

— O mundo de vocês está prestes a ficar bem maior... — Essa foi a última frase do homem.

A porta se abre me fazendo dar um pulo de susto, primeiro Jesus sai me encarando, em nenhum momento eu desvio os olhos. Carl foi o último a sair, ele para ao meu lado.

— Meu pai vai ver como é essa outra comunidade. — Carl fala.

— Vão confiar nesse louco? — Digo indignada. — Certo, cada um se arrisca do jeito que quer. — Nego com a cabeça.

— Se ele fosse nos matar já teria feito isso. — Carl fala.

— Claro Carl... Ele teria muitas chances.

— Pare de ser pessimista. — Me repreende.

— A situação não permite. — Digo e dou se costas.

— Eu concordo com você. — Ele diz rapidamente.

Viro para ele novamente.

— Concorda é? — Dou um meio sorriso.

Carl balança a cabeça.
— Mas se for verdade... É um novo começo.

— Para com isso Carl, falou igual seu pai agora.
— Riu.

Saímos para fora da casa um ao lado do outro, paramos na calçada e observo todos já se organizarem para ir a tal comunidade.

— Nós estamos bem? — Pergunta.

O olho e balanço a cabeça.
— Sim. Mas não podemos ficar nos beijando pelos cantos.

— Combinado. — Ele ri.

Rick caminha até nós com Jud nos braços.

— Tem certeza sobre isso Rick? — O olho preocupada.

Ele nega.
— Mas se for verdade o que ele diz... Tudo vai melhorar.

— Confio na sua decisão. —Ele da um meio sorriso.

— E sobre eu e Michonne... Foi só um lance. — Fala alternando os olhares entre Carl e eu. — Aconteceu só uma vez.

— Tranquilo. — Carl diz sincero.

— Bom... Arrumem suas coisas para irmos, padre Gabriel vai cuidar de Judith.

— Eu não vou... — Carl fala. — Um garoto com a cara estourada não causaria uma boa impressão.

Fico em silêncio por alguns instantes pensando no que eu deveria fazer. Rick me olhava esperando por minha resposta.

— Vou ficar também... Alguém precisa tomar conta das coisas.

Rick concorda e entrega Judith a Carl, o Grimes mais velho se despede, Abraham grita para que o restante do grupo que iria se apressasse.

— Juízo caipira. — Grito a ele que era o último a entrar no trailer.

Ele me mostra o dedo do meio e fecha a porta. Assim que o veículo acelera olho para Carl e suspiro.

— Eles vão se dar bem. — Carl diz.
[...]

Após muito esforço Judith finalmente tinha dormido. Eu estava largada no sofá e Carl no outro. Seria um longo e trabalhoso dia sem o grupo aqui em Alexandria. Após muita insistência de Carl para me levantar e fazer algo para comermos, pois ele falava que estava morrendo de fome, vou à cozinha e abro os armários em busca de algo.

— Enlatados é nossa melhor opção. — Coloco um de feijão e outro de sopa sobre o balcão.

— Sério Amber? — Carl revira os olhos. — Achei que iria fazer algo para comermos...

— Não sei se lembra Carl, mas quando o apocalipse começou eu tinha menos de 13 anos.

Pego o enlatado de sopa e uma colher.

— Amber! — Carl fala me seguindo pela casa com cara emburrada.

— Não vou comer este, eu odeio. — Faço uma careta.

— E eu tenho que comer!?

— Agradeça por ter algo para comer.

— Você falou igual minha mãe. — Ri.

Término de comer o enlatado em alguns minutos. Dava risada da cara de Carl quando colocava cada colherada em sua boca. Aviso a ele para evitar fazer barulho para não acordar sua irmã e subo as escadas, entrando meu meu quarto.
Deito-me na cama e fecho os olhos. Escuto batidas na porta. Bufo em frustração e permito a entrada.

— Isso é seu. — Carl estende a mão, e nela havia a pulseira que ele tinha me dado a anos atrás, a mesma que eu tinha deixado em seu quarto num momento de raiva.

— Ah, não precisa. — Falo sentando-me na cama.

— Somos amigos ainda Amy. Vamos continuar juntos até o fim. — Ele da um fraco sorriso.

— Obrigada. — Pego a pulseira de sua mão.

— Vou deixar você dormir... — Ele fecha a porta.

Suspiro observado o objeto em minhas mãos. Fecho os olhos refletindo e ficando confusa sobre qual era o problema de Carl. Uma hora me tratando como sua amiga, outra hora me beijando e depois me ignorando. Ele deve estar tão confuso quanto eu.
Coloco a pulseira sobre a cômoda ao lado da cama e volto a me deitar.
[...]

Choices | The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora