Estava deitada em minha cama, pensando sobre o pedido de Ravi. Levanto como rendida e destranco a porta e a abro. Dou de cara com Alan parado em frente a mesma.
— Precisa de algo Alan? — Pergunto confusa.
— Reparei que não desceu para jantar, achei que estivesse com problemas.
— Estava exausta...
— Hum... — Ele balança a cabeça. — Se precisar de algo..
— Eu sei, posso contar com você. — Completo sua frase, ele sorri.
Me despeço e fecho a porta, voltando a minha cama. Viro-me de lado e me cubro fechando os olhos.
[...]Acordei assustada, ofegante, devido aos pesadelos que estavam sendo mais recentes do que nunca. Percebo que a porta estava entreaberta, me estico e pego a faca que estava escondida de baixo da cama. Me levanto sentindo chão gelado tocar meus pés, causando calafrios. Percebo no canto do quarto uma pessoa parada.
— Quem está aí? — Pergunto firme.
Dou alguns passos à frente, ainda com a faca em mãos. Quando iria atacar, a pessoa desvia segurando minha mão armada para cima. Com a proximidade estreito meus olhos e percebo de quem se tratava.
— É assim que você vai me receber? — Diz num sussurro próximo ao meu ouvido.
Dou um sorriso.
— Achei que era algum louco que tivesse entrado.Ravi se afasta poucos metros, mas o suficiente para que eu conseguisse sair de seu aperto. Deixo a faca sobre a mesinha, logo voltando o olhar.
— Lembro que alguns anos atrás, você tentava fugir e eu te prendia igual a hoje. — Sorri.
— Algumas coisas nunca mudam. — Dou uma leve risada.
Ravi se aproxima e tira o cabelo do meu rosto. Aproximo meu rosto colando nossos lábios. Minhas meus seguravam seu cabelo, enquanto a dele percorriam por toda extensão do meu corpo. Ajudo Ravi a tirar sua blusa, e logo também estava sem a minha. Ele me olha alguns instantes e se aproxima novamente, beijando-me.
O som de alguém batendo na porta ecoa pelo pequeno cômodo. Afasto de Ravi com os olhos arregalados e ofegante.
— Já vai. — Digo.
Pego minha blusa que estava jogada pelo chão do quarto.
— Vai pro armário. — Digo lhe dando sua blusa.
Ajeito meus cabelos e abro a porta, vendo Negan parado com Lucille em suas mãos.
— O que estava fazendo Amber? — Pergunta desconfiado, ao ver meu rosto provavelmente vermelho e meus cabelos bagunçados.
— Dormindo... — Digo duvidosa.
— Certo. Venha comigo. — Ele fala.
Concordo. Calço meus sapatos rapidamente o seguindo pelo longo corredor. Espero que Ravi seja discreto ao sair do meu quarto.
Chegando ao escritório de Negan, olho ao redor analisando cada detalhe, o qual não tinha percebido da última vez que estive aqui.
Sento-me relaxada na cadeira a sua frente.— Por que estou aqui? — Arqueio uma sobrancelha.
Ele sorri antes de falar.
— Você irá me acompanhar amanhã para pegarmos as merdas que Rick pegou para mim.— Eu!?
— Exatamente cordeirinho, espero que não me faça passar vergonha.
— Não vou. — Balanço a cabeça. — Era só isso?
Ele nega.
— Não quero que fique por aí ferindo meus homens.— Então controle eles. — Dou de ombros. — Não vim para cá para aturar desaforo de ninguém. — O olho.
Espero que ele tenha entendido a indireta.
— Simon não ficou nada contente com o que você fez.
— Acho que ele pode viver com isso. — Dou um sorriso sínico.
Negan suspira, visivelmente irritado pelo tom que usava para falar com ele.
— O que houve com a tia Lucille? — Pergunto o olhando.
Meu tio me olha, e pela primeira vez vi tristeza em seu olhar.
— Ela morreu querida, morreu pelo maldito câncer. E eu, como um tremendo filho da puta a traí. — Fala se remoendo.
Eu lembro-me claramente quando ela descobriu que estava com câncer, toda a família sofreu, principalmente Negan. Ele sempre a amou muito, isso eu me recordo, mas mesmo assim teve coragem de trair a mulher de sua vida. As pessoas são inexplicáveis.
Fico em silêncio o observando. Por alguns instantes enxerguei nele o Negan, não o Negan filho da puta que anda com um taco nas mãos e todos se cagam de medo, mas o Negan, aquele antes do apocalipse, que me levava para tomar sorvete, que ficava no quarto até eu dormir, que me levava no parque e segurava em minha mão me encorajando a ir na montanha russa.
Me perguntava quando foi que ele tinha se perdido... Se eu estivesse com ele, será que ele teria mudado tanto?— Sinto muito... — Digo com sinceridade. — Você ainda pode mudar tio, não é tarde.
— Está enganada Amber. Cheguei até aqui sendo que eu sou, não estou disposto a perder tudo.
O olho com tamanha tristeza e suspiro.
— Não quero perder você. — Ele fala, levanto o olhar sem saber o que dizer.
— Vou voltar para meu quarto. — Levanto e caminho até a porta. — Boa noite. — Digo e saio pela porta.
Encosto-me na porta e solto um suspiro. Podia estar ficando louca, mas jurava que escutei Negan chorando.
Saio andando passando a mão pelo meu rosto. Ao chegar no quarto, Ravi não estava mais ali. Tranco a porta e jogo-me na cama, tentando inutilmente dormir.
[...]
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Choices | The Walking Dead
FanfictionEu parei de procurar monstros embaixo da cama, quando percebi que eles estão dentro de nós... O mundo do dia para noite se encontra em um completo caos, os almoços de domingo com sua família estão apenas nas boas lembrança, aliás, o que sobrou do...