A noite cai, eu estava dentro do meu quarto tentando dormir. Mas minha cabeça estava lotada de pensamentos. Suspiro e me levanto, calço meus sapatos e saio do quarto. Dou de cara com Ravi, que quando me vê franze o cenho.
— Vai fugir de novo? — Ele revira os olhos.
Eu nego.
— Não consigo dormir. — Dou de ombros.— Pelo menos não é só eu. — Ele bufa e desce as escadas.
Vejo Ravi ir abrir a porta da casa.
— Você não vem? — Diz ele ao perceber que eu não tinha me mexido.
Concordo e saio da casa, nos sentamos na calçada da casa. Me lembro das memórias de eu e Carl na fazenda quando éramos mais novos. Observo Ravi pegar um isqueiro e algo parecendo um cigarro. Ele acende o isqueiro, puxa a fumaça traga e solta no meu rosto. Quando o cheiro atinge minhas narinas não era cigarro.
— O que é isso? — Franzo o cenho.
— Maconha gatinha. — Ele pisca e faz o mesmo movimento de puxar, tragar e soltar a fumaça.
— Ajuda a dormir, quer?Eu nego e faço uma careta.
— Só não conta para Agnes. — Pede.
— Não vou falar nada.
Ele molha os lábios e me olha.
— Qual a verdade sobre você?
— Você sabe a verdade. — O olho.
Ele suspira.
— Quantos anos você tem?
Penso por alguns segundos.
— 13...14 não sei, perdi a noção do tempo, e você?
— Não tenho mais do que 16. — Diz.
Ele me olha e coloca um fio de cabelo atrás da minha orelha e começa a se aproximar lentamente. Eu sentia sua respiração lenta enquanto a minha estava tensa, eu estava com o corpo enrijecido. Não posso ser tola em falar que não queria beijar Ravi, ele era muito atraente. Porém eu estava com Carl na cabeça.
Afasto todos os pensamentos e fecho os olhos. Sinto os lábios de Ravi se encostarem nos meus, ele pede passagem para sua língua. Quando nos separamos eu estava ofegante, Ravi abre um sorriso malicioso.
O beijo do Carl é carinhoso, calmo, sinto amor nele. Ao contrário do de Ravi, ele é... Quente.Quando ele iria se aproximar de novo eu me afasto.
— Não podemos... — Levanto-me.
— Por que? — Me olha confuso.
— É complicado... Mas foi um erro. — Digo e suspiro. — Você é bonito Ravi, muito bonito... Mas eu não posso. — Dou as costas e adentro a casa.
Subo ao meu quarto e me jogo na cama. O resto da noite passei acordada com minha mente me atormentando.
[...]Eu estava em casa sozinha com Ravi pois Agnes foi buscar por suprimentos. Com minha chegada eles estão fazendo isso, eles revezam os dias para fazer a busca.
Ravi está no sofá concentrado mexendo em sua arma. Seu cabelo caia sobre seus olhos o atrapalhando, a cada minuto ele tinha que parar para ajeitar os fios.
— Quer que eu corte? — Quebro o silêncio na sala.
— O que? — Ele levanta a cabeça me encarando confuso.
— Seu cabelo... Quer que eu corte?
Ele ajeita sua postura e balança a cabeça em concordância. levanto-me do sofá e pego uma cadeira.
— Senta aqui.
Ravi faz o que eu digo. Pego a faca dele.
— Espera... Você sabe o que está fazendo? — Ele levanta a cabeça me olhando.
— Vamos descobrir...
Ravi volta a ficar reto, olhando para a parede. Eu pegava alguns fios passando a faca meio cega. Saíram tufos e mais tufos de cabelo. Após terminar vou para sua frente e sorriu com meu serviço.
— Posso ser cabeleireira.
O garoto se levanta e vai até o banheiro para se olhar ao espelho. Ele demora alguns minutos para voltar me deixando apreensiva.
— Nada mal gatinha. — Ele sorri.
Lhe entrego sua faca. Ravi volta a se sentar no sofá.
— Agnes está demorando...
— Estamos tendo que ir cada vez mais longe, ela está bem. — Ravi da de ombros.
Vou para o sofá mancando e sento-me.
— Tá afim de repetir? — Me lança um sorriso malicioso.
Sorriu em resposta, quando vejo já estava agarrando Ravi em cima do sofá. E quando nos separamos a culpa me invade novamente. Que merda Carl não sai da minha cabeça!
— Olha... Nós não podemos continuar com isso.
— Nego com a cabeça.— Você disse isso de noite, mas nós beijamos de novo. — Ele arqueia a sobrancelha. — Qual a sua Amber?
— Exatamente, e eu errei de novo. — Me levanto do sofá indo para o andar de cima.
Sento na cama e coloco a mão no rosto. O cansaço toma conta de mim, deito-me na cama e adormeço.
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Choices | The Walking Dead
FanficEu parei de procurar monstros embaixo da cama, quando percebi que eles estão dentro de nós... O mundo do dia para noite se encontra em um completo caos, os almoços de domingo com sua família estão apenas nas boas lembrança, aliás, o que sobrou do...