28

2K 208 167
                                        

A noite cai, eu estava dentro do meu quarto tentando dormir. Mas minha cabeça estava lotada de pensamentos. Suspiro e me levanto, calço meus sapatos e saio do quarto. Dou de cara com Ravi, que quando me vê franze o cenho.

— Vai fugir de novo? — Ele revira os olhos.

Eu nego.
— Não consigo dormir. — Dou de ombros.

— Pelo menos não é só eu. — Ele bufa e desce as escadas.

Vejo Ravi ir abrir a porta da casa.

— Você não vem? — Diz ele ao perceber que eu não tinha me mexido.

Concordo e saio da casa, nos sentamos na calçada da casa. Me lembro das memórias de eu e Carl na fazenda quando éramos mais novos. Observo Ravi pegar um isqueiro e algo parecendo um cigarro. Ele acende o isqueiro, puxa a fumaça traga e solta no meu rosto. Quando o cheiro atinge minhas narinas não era cigarro.

— O que é isso? — Franzo o cenho.

— Maconha gatinha. — Ele pisca e faz o mesmo movimento de puxar, tragar e soltar a fumaça.
— Ajuda a dormir, quer?

Eu nego e faço uma careta.

— Só não conta para Agnes. — Pede.

— Não vou falar nada.

Ele molha os lábios e me olha.

— Qual a verdade sobre você?

— Você sabe a verdade. — O olho.

Ele suspira.

— Quantos anos você tem?

Penso por alguns segundos.

— 13...14 não sei, perdi a noção do tempo, e você?

— Não tenho mais do que 16. — Diz.

Ele me olha e coloca um fio de cabelo atrás da minha orelha e começa a se aproximar lentamente. Eu sentia sua respiração lenta enquanto a minha estava tensa, eu estava com o corpo enrijecido. Não posso ser tola em falar que não queria beijar Ravi, ele era muito atraente. Porém eu estava com Carl na cabeça.

Afasto todos os pensamentos e fecho os olhos. Sinto os lábios de Ravi se encostarem nos meus, ele pede passagem para sua língua. Quando nos separamos eu estava ofegante, Ravi abre um sorriso malicioso.
O beijo do Carl é carinhoso, calmo, sinto amor nele. Ao contrário do de Ravi, ele é... Quente.

Quando ele iria se aproximar de novo eu me afasto.

— Não podemos... — Levanto-me.

— Por que? — Me olha confuso.

— É complicado... Mas foi um erro. — Digo e suspiro. — Você é bonito Ravi, muito bonito... Mas eu não posso. — Dou as costas e adentro a casa.

Subo ao meu quarto e me jogo na cama. O resto da noite passei acordada com minha mente me atormentando.
[...]

Eu estava em casa sozinha com Ravi pois Agnes foi buscar por suprimentos. Com minha chegada eles estão fazendo isso, eles revezam os dias para fazer a busca.

Ravi está no sofá concentrado mexendo em sua arma. Seu cabelo caia sobre seus olhos o atrapalhando, a cada minuto ele tinha que parar para ajeitar os fios.

— Quer que eu corte? — Quebro o silêncio na sala.

— O que? — Ele levanta a cabeça me encarando confuso.

— Seu cabelo... Quer que eu corte?

Ele ajeita sua postura e balança a cabeça em concordância. levanto-me do sofá e pego uma cadeira.

— Senta aqui.

Ravi faz o que eu digo. Pego a faca dele.

— Espera... Você sabe o que está fazendo? — Ele levanta a cabeça me olhando.

— Vamos descobrir...

Ravi volta a ficar reto, olhando para a parede. Eu pegava alguns fios passando a faca meio cega. Saíram tufos e mais tufos de cabelo.  Após terminar vou para sua frente e sorriu com meu serviço.

— Posso ser cabeleireira.

O garoto se levanta e vai até o banheiro para se olhar ao espelho. Ele demora alguns minutos para voltar me deixando apreensiva.

— Nada mal gatinha. — Ele sorri.

Lhe entrego sua faca. Ravi volta a se sentar no sofá.

— Agnes está demorando...

— Estamos tendo que ir cada vez mais longe, ela está bem. — Ravi da de ombros.

Vou para o sofá mancando e sento-me.

— Tá afim de repetir? — Me lança um sorriso malicioso.

Sorriu em resposta, quando vejo já estava agarrando Ravi em cima do sofá. E quando nos separamos a culpa me invade novamente. Que merda Carl não sai da minha cabeça!

— Olha... Nós não podemos continuar com isso.
— Nego com a cabeça.

— Você disse isso de noite, mas nós beijamos de novo. — Ele arqueia a sobrancelha. — Qual a sua Amber?

— Exatamente, e eu errei de novo. — Me levanto do sofá indo para o andar de cima.

Sento na cama e coloco a mão no rosto. O cansaço toma conta de mim, deito-me na cama e adormeço.

<~>

Choices | The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora