Layla on.
Perdi as contas de quantas vezes eu gritei naquele campo, quantas vezes solucei alí esmurrando a terra.
Por que?
Com o vestido sujo de terra, passei a mão pelo rosto deixando um pouco sujo, com o corpo trêmulo atravessei para casa. Quando surgi na sala todos me olharam espantados. Azriel se levantou mas eu ergui a mão para que ele não se aproximasse.
- Layla??. -chamou Lúcia.
Eu a encarei, tenho certeza que meus olhos estão inchados assim como meu rosto que deve estar vermelho, fora que estou completamente suja.
- você sabia, não é?. -questionei com a voz trêmula.
- do que está falando?. -perguntou ela.
- não finja, você sabia quem ele era pra mim. -falei apontando para ela.
Seu rosto empalideceu.
- você sabia que o grão-senhor desta corte era o meu pai!. -falei alterada.
Ela deu passos para trás.
- eu vi!. -falei em um soluço- aquele campo me mostrou tudo Lúcia! Tudo!!. -falei passando a mão pelos meus cabelos.
Meu coração estava doendo, doendo.
- e você poderia ter me contado, mas não o fez. -falei a encarando.
- ele deu uma ordem, disse que você descobriria sozinha, que estávamos proibidos de contar pois você teria que ver a história desde o início. -disse ela.
- você tem noção de que eu o vi morrer na minha frente? Eu vi meu pai morrer na minha frente sem saber? E NÃO PUDE FAZER NADA!. -gritei.
Cassian me segurou antes que eu desse mais algum passo.
- calma, tampinha. -disse ele.
- eu só tenho tendência a afundar, a afundar e morrer soterrada. -soluçei me largando dele.
- Layla... -disse ela vindo até mim.
- não Lúcia, não quero que fale nada, me deixe só. -falei limpando as lágrimas do meu rosto.
A corte noturna parecia sem reação Feyre queria vir até mim mas Rhysand disse para ela me dar um tempo.
Atravessei para o meu quarto.
Entrei na banheira e me permiti chorar mais ainda alí.
Vesti uma calça e um suéter azul claro e atravessei para o telhado. Onde já era noite, funguei olhando as estrelas e me virei encarando o general illyriano pousar ao meu lado.
- toma. -disse ele me estendendo uma taça.
Ri com escárnio da sua tentativa de me animar.
- vamos lá... Vai ajudar um pouco. -disse ele sentando do meu lado.
Aceitei a taça e ela foi enchida por ele. Ele brindou comigo e bebemos no telhado olhando as estrelas.
- sabe?. -disse ele.
Eu o olhei.
- não fique com raiva da Lúcia. -disse ele- nem dos outros, eles receberam a ordem do superior e tiveram de obedecer, eles fizeram pro seu bem.
Eu suspirei.
- eu não estou com raiva, só magoada, eu sempre quis conhecer o meu pai.. cass.. daí descubro que o conheci, e o perdi sem nem ao menos saber. -funguei.
Ele me abraçou de lado e deu um beijo na minha cabeça.
- não sabe como sempre quis ter uma família. -suspirei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Corte do Alvorecer
Fantasyuma simples garota, uma leitora, que vive no mundo de seus livros, que se frustra com o mundo real por não ser tão perfeito como as histórias que lê. que sente que seu lugar não é alí. após uma desilusão amorosa, Layla procura afogar suas mágoas nos...