Corte do Alvorecer

Capítulo 5

Layla on.

Na manhã seguinte levantei cedo indo com Lúcia fazer "compras" a lembrança do encantador de sombras em meu quarto ontem á noite não sairá da minha cabeça.
Com meus pensamentos pairando sobre suas palavras que foram ditas com tamanha certeza. "Você gritou por mim." Se eu ousasse dizer que isso me fez refletir por horas mesmo não achando resposta, estarei mentindo, e como estarei mentindo.

- tem belas lojas aqui, você vai adorar!. -disse Lúcia animada.

Apesar de meu closet estar amarrotado de belos vestidos, sapatos, jóias, adornos para cabelo. Decidi sair com ela para espairecer. Tenho muitas riquezas e uma tremenda fortuna por ser grã-senhora.

Lojas e mais lojas de vestidos e jóias, um mais lindo do que o outro, enquanto eu esperava Lúcia do lado de fora da loja por estar entediada e decidida e apreciar os detalhes da cidade, "minha cidade" "minha corte".
Meu olhar cruzou contra uma loja em especial, uma loja de música. Atravessei a rua com despreocupação, caminhei encarando a vidraça da loja que deixava os instrumentos á mostra.

Meu olhos pairavam pelos mesmos, flautas, tambores, violões, mas meus olhos brilharam ao parar em um em especial, um violino. Um belo violino. O que fez meus olhos marejarem e lembranças tomarem conta de minha mente.

- mamãe, toca pra mim. -pedi com os olhinhos brilhando.

Mamãe sorriu docemente para mim, prendendo seus belos cabelos castanhos em um coque frouxo, seu olhos castanhos como os meus brilharam na mesma intensidade que os meus brilhavam. Uma cópia viva, era isso o que eu era da minha mãe, uma cópia viva da mesma, todos acham, eu também me acho muito parecida com ela, é o que me faz sorrir pois pareço com uma guerreira, uma rainha, que mesmo não usando coroa ou armadura tem os títulos gravados em seu coração.

- claro minha pequena. -disse ela docemente.

Ela pegou seu violino, acomodando seu queixo ao mesmo quando posicionou. E com o arco ela começou a fazer movimentos suaves enquanto seus dedos dedilhavam às cordas que faziam um som armonioso sair do instrumento.
A música que ela sempre canta e toca para mim.
Sorri apreciando o som, quando a mesma fez sinal para mim, peguei meu pequenino violino sorridente e o posicionei a acompanhando na melodia.

A música, o que sempre nos trouxe alegria e paz, tocamos sob o pôr do Sol pois ao cair da noite as estrelas davam mais sentido a letra perfeita da música.
Quando terminamos, abracei mamãe que me apertou forte depositando vários beijos em mim.

- nunca deixe de sonhar minha pequena, nunca deixe que os obstáculos a prendam ao chão, a melodia por mais que soe baixa nos momentos difíceis, é a que te guiará até sua felicidade, que por mais que ela esteja longe, é como as estrelas, que pode demorar o que for, mas ao final do dia elas surgem para iluminar o nosso céu. -disse ela acariciando meus fios castanhos.

- eu te amo mamãe. -sussurrei- pra vida toda, eternamente, nunca vou deixar de te amar, porque é infinito como o céu que guarda as estrelas. -sussurrei em seu ouvido.

- eu também te amo muito meu amor, como o Sol que nasce, como o Sol que se põem, e eternamente como o céu que guarda as estrelas. -disse ela beijando minha testa.

- te amo como as estrelas que amam surgir na escuridão da noite. -sussurramos uma para a outra.

Unimos nossas testas e eu peguei sua mão pondo em meu peito.

- vou te guardar no coração. -sussurrei.

- te amo meu Alvorecer. -sussurrou ela com um sorriso emocionado.