Capítulo 16

997 111 46
                                    

Christopher von Uckermann

A raiva de Dulce me chateou e muito, não vou negar, mas também entendo que eu tinha cometido um erro gravíssimo.

Quando a minha pasta caiu no chão e eu abaixei para pegá-la, vi a maçaneta de baixo do armário. Eu sei que poderia muito bem ter pego naquele instante e aberto a porta. A Dulce teria saído e tudo ocorreria normalmente. Mas ali eu vi uma possibilidade de conhecê-la melhor, mas tudo saiu de controle e o resto... É história.

Depois que ela foi para a sala do doutor Jorge, eu fui para a minha mesa. Sentei na cadeira e fiquei pensando o que passou pela cabeça dela e o que poderia ter falado para ele. Eu não podia perder aquele emprego, era tudo o que eu tinha. Eu precisava daquilo.

No meio desse turbilhão de pensamentos, o furacão ruivo se aproximou de mim sem nem abrir a boca e largou um pedaço de papel na minha mesa. Eu não tive reação e ela logo saiu. Eu suspirei e peguei o que parecia ser um bilhete.

"Senhor Uckermann, a partir de hoje, você não tem mais a minha supervisão.
Deixarei os processos em sua mesa todos os dias antes de você chegar, com todo o passo a passo que precisa ser seguido, e depois do seu horário venho buscá-los.
Não quero mais contato e isso será necessário.

Agora, você já conseguiu o que queria, depois de parecer solicito e uma pessoa com coração.

Passar bem."

— Porra! — amassei o bilhete e o joguei longe. — Tudo para ajudar.

Como hoje era um daqueles dias de palestras na faculdade e eu estava sem cabeça, saí do escritório pensando que poderia descansar.

— Uckermann? — ouvi a voz de Maite atrás de mim e me virei lentamente forçando um sorriso. — Já que a secretaria do seu chefe boicotou nosso café, o que acha de tomar uma cerveja comigo? — ela disse com um sorriso sincero. No mesmo momento, Dulce passou conversando com Anahí e me fitou como se pudesse explodir minha cabeça só com o olhar.

— Claro! Onde iremos? — respondi em um tom de voz mais alto para que ela pudesse ouvir, mas Dulce já tinha atravessado a porta — Estou sem o segundo capacete, podemos nos encontrar lá em uns 20 minutos? — o sorriso de Maite duplicou de tamanho.

— Sem nenhum problema! Tem um bar aqui perto, chamado Rock Bar. Tudo bem? — assenti.

— Nos vemos lá! — dei um beijo na bochecha dela que, mais uma vez, corou.

Saí em direção à minha moto e logo fui para o tal bar.

Teria uma boa distração essa noite pelo menos.

Extraño-TeOnde histórias criam vida. Descubra agora