Capítulo 23

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Christopher von Uckermann

Eu tentava me concentrar, mas pela minha cabeça só passava em como convencer a Dulce que eu realmente tinha um compromisso e também a jantar lá em casa. Outro ponto importante era como apresentá-la a Martín. Talvez eu pirasse até às 18h.

Dulce começou a transitar de um lado para o outro em frente a minha mesa, como se estivesse fazendo algo muito importante, mas sempre de mãos vazias, até que ela se aproximou.

— A que devo a ilustre visita? — tentei descontrair.

— Vim buscar seus processos. — ela esticou as mãos séria.

— Sim, senhora! Mas antes... — estiquei o indicador para ela — Você vai jantar comigo hoje, não é? — ela me encarou confusa.

— Nos seus sonhos... E sei que você é bastante sonhador, inclusive. — ela sorriu debochada e eu fiquei confuso.

— Que? — ela riu — Enfim, não importa! Vi que veio sem carro e eu trouxe o segundo capacete. Então, você pode  vir comigo e conhecer o Martin...

— Você tem uma moto? — ela me encarou chocada.

— Não é "uau, uma moto!", mas é uma moto. — dei de ombros. Ela mordeu o lábio inferior pensativa.

— Ok, me ganhou. — ela se virou para sair, mas parou e me encarou. — Sem mais visitas ao banheiro, Uckermann! Ou ao menos seja mais discreto. Talvez eu possa te ajudar na próxima. — piscou para mim e saiu.

Eu fiquei estático vendo-a se afastar e minhas bochechas queimaram. Agora entendi o que ela quis dizer com ser sonhador.

— Puta merda!

Dulce María

Até agora eu não tinha entendido o porquê aceitei o pedido de jantar de Christopher. Aquilo era algo que realmente estava fora de cogitação e digamos que eu passei do ponto com as piadas. Eu gostava de verdade de me auto sabotar.

— Anahí, preciso de ajuda. — falei quase desesperada chegando na mesa de Any.

— 50 reais. — Any respondeu sem tirar os olhos do computador.

— Estou falando sério. — ela me encarou.

— Eu também. — e sorriu.

— Anahí, eu topei jantar com Christopher. — os olhos de Any brilharam.

— E qual o problema nisso?

— Eu não posso ir. — falei de uma vez.

— E por que não Dulce? — o tom de Anahí era de pura preguiça.

— Porque ele é o estagiário? E a história da academia ainda não me desceu...

— Não te desceu porque eu que te falei. — disse me interrompendo. — Vai com ele, conversa, ele se explica, vocês transam, você goza gostoso e não me irrita, que tal?

— Eu te odeio! — falei saindo da mesa dela.

— Eu também te amo!

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