Christopher von Uckermann
Depois que Dulce saiu da minha mesa, percebi que ela tinha ficado abalada. Meu coração apertou e eu não pude evitar chorar.
Sim, chorar.
Eu fui um grosso, sem noção total, mas entrar nessa parte da minha vida é perigoso.
O motivo era: odiava comentar sobre a morte dos meus pais, sobre a minha vida.
Eu nunca tinha tido uma namorada, por exemplo, e o que tenho, ou melhor, tive com a Dulce foi a coisa mais mágica da minha vida.
Não vou negar, a intensidade me assustava.
Ela ter comentado que pediria minha mudança de setor para Jorge me deixou com mais medo ainda, mas seria melhor assim.
Passei o resto do dia totalmente inútil e pedi para o doutor Gutiérrez me liberar 10 minutos mais cedo, e ele autorizou.
Eu iria ver a Dulce.
Fui direto para sua casa, parei em frente a sua garagem e a esperei chegar. Nesse meio tempo, liguei para Allie e avisei o que estava acontecendo. Ela não gostou muito apenas pelo fato de eu perder mais uma aula, mas eu correria atrás e tudo se encaixaria.
— O que você tá fazendo aqui? — ela disse saindo do carro e me encarando friamente.
— Acho que precisamos conversar. — tentei parecer firme, mas pareci um idiota, o que de fato sou.
— Você tomou sua decisão, agora me deixe entrar em casa. — Dulce foi rude e eu merecia isso.
— Uma última chance. — pedi.
— Você não merece.
— Por favor! — implorei — Dulce, de verdade, eu não sei o que é isso, o que eu sinto, mas sinto. Falar disso é contar dos meus pais e eu não gosto de tocar nesse assunto. — respirei fundo e ela me encarava atentamente. — Passei a tarde refletindo, por favor.
— Entramos, você fala e depois vai embora. — ela falou decidida e eu assenti.
Tirei a moto do caminho e ela abriu o portão. Em seguida, Dulce colocou seu carro para dentro e fez sinal para que eu fizesse o mesmo, e eu o fiz.
Entrei em sua casa quase tremendo. Falar disso não era algo legal, mas eu precisava explicar tudo para ela.
— Agora fala. — ela disse se sentando.
— Bom... — falei me sentando. — Minha família sempre foi muito bem de vida. — fiz uma pausa e ela me encarou confusa. — Bem o suficiente para meus pais terem Martín e logo depois pagarem minha faculdade até eu arrumar um emprego, que foi até rápido por conta da moto. — ela pediu para que eu continuasse e eu engoli seco. — Quando fiz 18 anos, meus pais foram viajar com Martín e eu fiquei por ter de trabalhar e uma prova importante. No caminho de volta... — respirei pesado — Meu pai acabou perdendo o controle do carro e eles bateram de frente com um caminhão. Os dois foram embora na hora... — meus olhos marejaram e Dulce me olhou assustada. — Martín teve poucos arranhões, saiu do hospital pouco depois.
— Sinto muito, Christopher! — Dulce disse sincera.
— Obrigado! — respirei fundo tentando conter as lágrimas em vão. — O dinheiro que ficou de herança e o trabalho na padaria foram suficientes até pouco tempo atrás, mas aí precisaram reduzir meu horário na padaria e eu também precisava de um estágio na minha área, que não paga nada bem. — ela concordou com a cabeça — Achei que o escritório do Doutor Gutiérrez seria perfeito para isso. Sei que o motivo pode parecer bobo, mas na minha faculdade todos são absurdamente elitistas e ninguém sabe da vida que levo, apenas Allie, que desde então me ajuda com Martín. Automaticamente, trouxe isso para o trabalho e tive medo que isso pudesse acabar com tudo. Eu te peço perdão, Dulce! Eu gosto de você. Eu tô perdido, nunca senti isso antes e eu não quero perder. Sei que sou um moleque, mas... Porra! Eu tô apaixonado! — Dulce tentou esconder um sorriso.
— Christopher, eu entendo. Mas não compreendo. Tudo bem que nos conhecemos faz pouco tempo e isso é um assunto delicado para você, mas isso me magoou. — ela me fitou — Não sei como seguir daqui. Eu tô tão confusa quanto você, mas o jeito que me tratou hoje... Não sei.
— Última chance. — pedi novamente.
— Christopher...
Dulce parecia pensar e eu, sem pensar, me aproximei dela de uma vez e a beijei. Eu a beijei esperando que ela tentasse me empurrar e virasse um tapa em meu rosto, mas ela aprofundou o beijo, me puxando para mais perto.
— Depois eu penso nisso. — Dulce falou afrouxando minha gravata.
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Extraño-Te
Fanfiction+18 | FINALIZADA | Dulce María é uma mulher de 24 anos que trabalha como secretária de um advogado dono do escritório. Sua vida caminhava muito bem e tranquila antes da chegada de um estagiário arrogante e prepotente de 20 anos. Christopher von Ucke...