Capítulo 11

988 108 25
                                    

Christopher von Uckermann

Dulce estava desesperada, quase tendo uma crise de pânico. Eu até poderia achar isso divertido, se eu também não estivesse aflito.

— Você precisa se acalmar. — falei e ela me fuzilou com os olhos castanhos, lindos por sinal — Que tal você me ajudar com isso aqui? — ela arqueou a sobrancelha claramente em negação. — Vamos! A gente distrai a cabeça por um tempo. — dei de ombros. — Algum outro estagiário tão ferrado quanto eu vai acabar aparecendo logo mais.

— Tudo bem, vamos.— ela falou sem vontade.

Depois de um tempo, eu já estava suando. A sala não tinha janelas e o ventilador que tinha ali não servia de muita coisa. Afrouxei o nó da gravata e a tirei, deixando-a em cima da mesa. Dulce parou o que estava fazendo para me encarar. Sua cara era de "o que você está fazendo?". Com isso, tirei meu terno, como se nada tivesse acontecendo. Ela mordeu o lábio inferior sem nem perceber. Então abri os botões que prendiam minha camisa ao pulso e dobrei as mangas. Seu olhar ficou firme. Aquilo foi o suficiente para eu abrir os dois primeiros botões da camisa. Dulce soltou um suspiro e eu não consegui evitar de rir.

Ela saiu do transe em que estava e corou violentamente. Seu primeiro reflexo foi virar de costas para mim e ali ela me intrigou.

— Você tem mesmo um namorado? — quebrei o silêncio.

— Sim! Por quê? — ela respondeu indiferente, ainda de costas para mim.
— Por nada. Deve ser difícil esse negócio de ter que te aguentar. — ela virou para mim como um foguete.
— Eu não sou como você. — ela retrucou. — Com certeza é sozinho.

— Tecnicamente, não. Sou apenas solteiro. — dei de ombros. — Como você mesma falou, eu vivo cheio de companhias por aí. — ela meneou a cabeça e suspirou.

— Eu esperava mais de você. — franzi o cenho.

— Esperava mais de mim? — ela concordou com a cabeça. — Como assim? O menino educado, trabalhador, bom moço e tudo mais?

— Não necessariamente. — Dulce foi direta. — Você é arrogante e prepotente, mas pensei que você não fosse um imbecil no trabalho. — eu ri pelo nariz.

— Obrigado. — falei e ela negou com a cabeça.

— Vem, vamos terminar isso. — Dulce falou se voltando para os armários.

Extraño-TeOnde histórias criam vida. Descubra agora