Capítulo 19

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Christopher von Uckermann

— Alô! — falei secamente. Franzi a testa ao reconhecer a voz do outro lado — Dulce?

— Christopher! Por que você saiu com ela? — a voz de Dulce estava enrolada, com certeza estava bêbada.

— Dulce? — perguntei mais uma vez só para não ficar nenhuma dúvida.
— Não era pra você ter saído com ela depois de ter transado comigo! Que droga, Christopher! — ela iria se arrepender amargamente.

— Dulce, onde você tá? — eu já estava ficando preocupado.

— Talvez, mas só talvez eu esteja na porta do seu prédio. — eu não aguentei e gargalhei.

— Pelo amor de Deus, Dulce, espera! Tô descendo.

Me levantei rápido e fui para a portaria do meu prédio. Lá estava ela, com os sapatos na mão, a maquiagem um tanto borrada e encarando o celular.

— Vem, Dulce, entra. — eu disse assim que abri a porta.

— Você saiu com ela! — ela gritou.

— Pelo amor de Deus. — eu ri outra vez. — Silêncio, ok? Meu irmão está dormindo e se ele acordar, nunca mais dorme de novo. — eu pedi tentando puxá-la para dentro.

— Você não tem irmão! — ela gritou e tentou cruzar os braços num esforço inútil de ficar parada. — Você mentiu só para transar comigo! E conseguiu. — ela fez voz de choro e eu a encarei assustado.

— Dulce, entra! Aqui na rua não. — ela começou a chorar e entrou no prédio. — Onde eu fui me enfiar?

Nós subimos até meu apartamento e antes de Dulce gritar qualquer outra coisa ela viu a coleção de brinquedos e fotos espalhadas pela sala. Ela me encarou com os olhos arregalados e se jogou no sofá.

— Preciso te contar uma coisa. — ela me fitou séria, como se estivesse tentando se concentrar. — É muito importante.

— Tudo bem. Diga.

— Você não mentiu falando que tinha um irmão. — neguei com a cabeça confuso e esperei ela continuar — Mas eu... — ela apontou para si — Menti para você. Eu não tenho um namorado. — Dulce tapou a boca e começou a rir baixinho.

— Não? — eu a encarei ainda mais confuso.

— Não. — ela deitou no sofá e me encarou. — Falei aquilo porque você agiu como um babaca. Mesmo agora você sendo um maior ainda. — Dulce piscava lentamente. — Você saiu com a Maite. — seu tom saiu baixo e sonolento.

Antes que eu pudesse responder, Dulce havia dormido.

Respirei fundo, ajeitei minha cama e a coloquei lá. Cobri seu corpo com um lençol e a encarei dormindo por um instante. Apaguei as luzes e fui para o quarto do Martin. Me deitei na cama com ele e fechei os olhos. A minha cabeça estava a mil tentando processar tudo o que ela me falou, mas eu estava tão cansado. Teria que pensar no que fazer amanhã.

Amanhã o dia seria longo.

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