CAPÍTULO 14

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Bella

Acordei ansiosa, hoje seria meu último dia em casa eu comecei a passar mal diarreia, vômito, chorei muito, às vezes ria de mim mesmo imaginando cenários impossíveis, eu acho que estava surtando.
Durante o café da manhã papai percebeu meu nervosismo.

Elton- Tudo bem Bella? você está nervosa?! depois de amanhã você estará tomando café com seu marido, sonhando em construir sua família, Nossa eu me lembro quando você nasceu... foi a nossa alegria, sua mãe estaria orgulhosa de você agora.

Gleici descia as escadas ouvindo conversa com sorriso debochado estampado no rosto.

Gleice- Se minha mãe estivesse viva ela não permitiria que o Senhor nos obrigasse a tamanha tolice.
Elton- Eu não vou discutir hoje, quero curtir minhas meninas, saiba que eu não queria perder vocês para uns marmanjos, mas se eu morrer amanhã, saberei que vocês terão alguém que possa cuidarde vocês quando eu não estiver mais.
Gleice - Ai que drama até parece que o senhor está morrendo, por acaso o senhor está doente não nos contou?
- Papai o Senhor nos esconde algo? fale logo Eu EXIJO.
Elton- Ah pronto, o mundo está perdido, você não exige nada, Eu Sou Seu Pai, sou eu quem exijo algo, ande logo deixe suas coisas arrumadas amanhã Vitor vem buscar suas coisas cedo, as coisas e Gleice vai junto com ela depois do casamento.

Ele disse saindo de casa e trancando a porta e se era seu ritual depois que ele soube que Heitor falou comigo.

Dias antes.
Lembra o dia que Heitor veio falar comigo, e eu inocente olhei ninguém nos olhava, então mal sabia eu que papai já estava sabendo em tempo real.        Quando eu cheguei em casa foi um Deus nos acuda, só não apanhei porque Gleice não deixou, eu não abri a boca nem para dizer" sim sou eu" foi ele quem veio até mim, e eu que levo a culpa.
Gleice ficou estranha quando eu disse;
- Agora eu sei porque você se derreteu toda pelo bandido, ele é bonitão.!
Depois do ocorrido eu fiquei de castigo.

Na hora eu apenas inventei que me confundiu com alguém, mas ainda assim ele nos proibiu de trabalhar e sair.
Papai estava me deixando revoltada estou quase dando uma de Gleici e o respondendo. A noite caiu, a ansiedade também, preparei em uma sacola um pijama e duas peças de roupa, era o que coube na sacola, com o tempo e trabalhando comprarei depois.  Eu estava uma tremedeira e não conseguia jantar, tomei apenas um chá com um pedacinho de pão para forrar o estômago.
A noite caía esperamos em silêncio, os animais noturnos pareciam querer nos dedurar, ou ansiedade que me deixava com os instintos aguçados, como imaginei eu não dormiria, mas esperta como Gleice era, resolveu levantar e andar pela casa para ter certeza que papai dormia.
Dito e feito, quando ela retornava papai chegava da rua bêbado, o que era ótimo depois que ele dormisse não acordaria cedo, e  até aqui nosso plano tem ocorrido como planejado.
Gleice se preparava para sair, eu queria ir junto para ver as falhas do lugar, nos  correriamos separadamente, um medo de ser pega e ser mal vista sendo apontada na rua, ou até mesmo apanhar do meu pai ou pior de Vitor, aquele cara tinha alma escura, Negra mas como sempre Gleice esperta me convenceu a ficar, caso alguém apareça e papai acorde como da última vez.
Ela se foi e eu fiquei roendo as unhas a madrugada inteira, Gleice voltou e eu não preguei os olhos, deveria ter descansado preciso de energia para correr cansei de ser submissa, lutarei pelos meus ideais!!!
De manhã Victor e mais um empregado da família dele veio pegar minhas coisas, eu nem fiz questão que me visse, para papai disse que daria azar se ele me visse, e deu certo minha  desculpa.
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Meu vestido era simples optei prender no cabelo seria melhor para correr meu sapato era super confortável minha velha sapatilha.
A cada minuto que se passava adrenalina me alcançava , estava confiante dessa vez eu seria dona do meu próprio nariz, e que papai sentiria orgulho ele perdoaria algum dia eu sei disso, bom eu espero que sim.
Grande Momento chegou e papai entrava com nós duas na igreja, os noivos estavam de frente ao padre, gente que nem conhecia estava lá para nos ver, os olhos de Vitor Hugo brilhavam de luxúria, meu vestido era simples mas ainda assim de noiva com bordado.
Antes mesmo de chegar no altar, Heitor entrou na igreja fingindo estar bêbado desarumado, dizendo que um dos  noivos tinham um filho com sua irmã, uma moça muito bonita que chorava logo atrás, pedindo para parar.
Esse foi o nosso momento,  soltei os braços de papai e corri eu e Gleice juntas esqueci de tudo em minha volta corri como se minha vida dependesse disso e depende,  as pessoas me olhavam estranho, como se soubesse o que eu estava fazendo, quando cheguei na estrada da Colina olhei para trás pude ver alguns homens correndo ao meu encontro e nem sinal de Gleice.

O SEGREDO DA COLINA Onde histórias criam vida. Descubra agora