CAPITULO 25

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Bella.

Durante o caminho a cidade Dona Graça estava super empolgada, me tratava como se eu fosse realmente sua filha,  me imaginando como Condessa meu penteado a maquiagem e as pessoas esnobe que encontrarei lá, ela viajava na imaginação enquanto eu só me questionavam e faria mesmo companhia, o medo se instalou, não poderei viajar sozinha, sendo  como companhia aquele ser desprezível, frio, arrogante, lindo e másculo... Eu acho que já tomei sol de mais na cabeça.

A cidade grande não se parece como imaginei, o povo da cara feia e fechada, os vestidos das moças que andavam eram impecáveis, fazia o meu vestido de noiva simples do qual fugi ser um pano de chão, 'imagina essas moças em um baile devem ir como princesas.'
O sol não estava muito quente pois brincava de esconde-esconde atrás das inúmeras nuvens que havia hoje.

No centro da cidade nada se parecia como povoado de Miguelópolis, eram diversas lojas, padarias, mercearias, joalheria... Eu vim hoje aqui com meu melhor vestido, um vinho bordado com pequeno decote discreto, porém liso no comprimento, eu o achava lindo, para mim um vestido de festa, mas agora olhando essas pessoas vejo que me pareço com o inseto.
O Sr José parou a carroça e nos ajudou a descer indo às compras e deixando uma grande quantidade de dinheiro para sua esposa "a mando do patrão é claro", o que me surpreendeu também eu nunca havia visto tanto dinheiro, a não ser uma vez em que papai ganhou no jogo e chegou em casa não muito bêbado, ainda assim o que dona Graça guardava no seio parecia muito mais.
Passeávamos nas ruas, eu olhava tudo com curiosidade, passamos em uma padaria e comemos um bolinho com chá, era muito bom mas estava meio seco, certamente se o dono experimentasse os meus eu seria contratada... Graça comprou também alguns pacotes de balinha que dizia amar.

Graça- O menino Miguel quando pequeno amava, fazia qualquer coisa para ganhar um pacotinho desses.

Não consigo imaginar o Miguel pequeno e encantador como ela fala, seu amor é expressado com cada palavra dita. Eu me sentia sendo observada mas não via por quem, até que um vulto passou por mim, certamente uma criança a primeira que vi, porque desde que cheguei não  vi nenhuma aqui.
Uma vitrine grande com parede verde clara e plantas na calçada, a fachada para algo acolhedor, andei em direção dela mas dona Graça me puxava para outra ao lado esquerdo do outro lado da rua, em uma loja que parecia refinado, talvez pagaria só de pisar na calçada. Uma vitrine enorme poderia ver o lustre luxuoso do lado de fora, não me sentia à vontade perto de pessoas assim "chiques" apesar de saber como me portar perto delas, mamãe criou uma lady apesar de ser pobre.
Passando pela porta havia uma atendente novinha com um vestido azul escuro e o espartilho que parecia que ia cortar-la ao meio a qualquer instante,  parecia respirar normalmente.

Graça- Boa tarde, eu vim encomendar vestidos para futura Condessa e...

Ela foi cortada no meio da fala, o que para mim é uma falta de educação  "diga-se de passagem"

£££- Desculpe minha senhora, mas só trabalhamos com costura de alta qualidade para os nobres da Elite, peço que se retire, haverá outras lojas e bazares que atenderam melhor vocês
Graça- Oras' se eu vim, É porque posso pagar como ousa..
£££- por favor peço que se retire ou chamarei os guardas.

Sair daquele lugar super envergonhada nunca me senti tão humilhada, o ser humano é asqueroso. Ao contrário de mim dona Graça estava vermelha de raiva, certamente xingava mulher em pensamentos dos nomes mais baixos sujos, era minha vez de tentar, e puxei novamente para lojinha verde enfrente, acolhedora não me atentando para o nome da loja.
Ao passar pela porta um sino tocou, eu olhava atentamente para recepção não querendo encontrar uma atendente tão eficiente em ler seus clientes como a anterior. Chegando no balcão pude ver um menino que chorava baixinho nos braços de uma senhora, enquanto mais adiante outra costurava atentamente, ela se assustou com a minha a proximidade.

***- Oh desculpe-me não ouvi a entrar em que possa ajudar?
disse senhora se colocando na frente da criança.
- Olá, eu gostaria de encomendar vestidos para o baile, não só um mas 5 e sim, eu tenho como pagar.
***- Sim claro eu irei atender só um momento fique à vontade para ver os tecidos já Irei tirar as medidas.

Ela se afastou, mas eu pude ver o menino de uns três ou quatro anos com a face machucada, o que atissou a minha curiosidade."Será que a senhora com cara de boazinha na verdade era uma bruxa? Eu sempre me enganava com as pessoas tentando ver o lado bom delas.

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