CAPÍTULO 18

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Bella

-A senhora falou com seu patrão?..

Graça- Falei, disse que você era uma sobrinha que perdeu a mãe e tinha um pai severo e veio me pedir abrigo, e não pude negar, que eu precisava de alguém para te ajudar com serviços de casa, afinal já sou uma velha.
- Não fale isso dona Graça, a senhora está enxuta.

Rimos, depois de muito tempo sem saber o que é sorrir, durante um tempo meu único sentimento era medo, pavor, desespero e fome. O que me fez lembrar de Gleice, será que ela teve mais sorte do que eu ? será que o conde de Pensilvânia a encontrou? ele parecia obcecado por ela.
Uma lágrima rolou pelo meu rosto a Saudade bateu a preocupação, abracei dona Graça que me acolheu.

Graça- Não chore querida, vai ficar tudo bem.
- Sinto saudade de tempos que não podem voltar, a senhora lembra minha mãe, ela sempre via o lado bom das coisas, eu tinha herdado isso dela mas depois do encontro com um monstro eu perdi um pouco esse meu lado.
Graça- Venha vamos ocupar sua mente, tem muito serviço o almoço deve ser servido ao meio-dia eu cuido da cozinha e você das roupas, vem eu vou te mostrar.

Dona Graça me levou na lavanderia e mostrou como lavar e onde estender, o lugar que pega mais sol.
Até a hora do almoço eu lavei metade das roupas, eram muitas,todas masculinas. Enquanto estendia as roupas me sentia sendo observada, mas eu estava sozinha no grande quintal, o sol estava esquentando a roupa ia secar rápido, quando terminei fui para cozinha ajudar o almoço, era simples mas muito saboroso. E até agora não conheci o tal patrão, dona Graça o serviu no escritório. "O que me leva a pensar, se eu fosse rica como é !gostaria de conhecer pessoalmente meus novos funcionários" ele deve ser estranho.
Enquanto o restante da roupa estava de molho, preparei um dos bolos que vendia queria surpreender no meu novo trabalho, voltei a estender o restante das roupas com os cabelos soltos, o vento soprava trazendo um frescor e cheiro de terra molhada pois o senhor José havia aguado a horta.
Meu primeiro dia foi bom um pouco exaustivo  mas bom, terminei meu serviço e voltei para cozinha, evitava andar na mansão sozinha, tomei um copo de água enquanto a mesma sensação de ser observada. Só que dessa vez por um homem de cabelos castanhos claros e olhos azuis, barba grande e muito forte lindo, estava me encarando seu olhar parecia frio como do monstro e um arrepio passou por toda minha coluna, a lembrança como se ja estivesse vivido isso.

- Boa tar..de se..nhor eu, sou,.... eu ...sou
Miguel- Eu sei quem é você, me sirva, quero bolo e café.

Ele se sentou e não tirou os olhos de mim, o que me deixava desconcertada, eu nunca vi a imagem do monstro apenas os olhos, e seus olhos me lembravam ele, mas se fosse nessa hora eu já estaria morta. O servir, minhas mãos estavam tremendo.

Miguel- Por que a senhorita estava nervosa fez algo errado?
Disse arqueando a sobrancelhas.
- Não senhor, é que eu quero fazer tudo certo, espero que goste.

Ele comeu e repetiu o tempo todo olhando para mim, a vergonha me consumiu parecia que me desvendava. Eu continuava em pé com as mãos na frente do corpo, seu olhar me incomodava,apesar de estar de cabeça baixa eu sabia que me analisava.

Miguel- Diga-me,  como se chama a senhorita? de onde conhece este casal que te deu a brigo? e não minta, eu saberei se mentir.

Meus olhos encheram de Lágrimas, parecia que eu estava frente a frente com o monstro, ele levantou uma sobrancelha esperando que eu continuasse.. mas eu paralisei, ele me causava medo, "não podia ser um velhinho amoroso e simpático" fui salvo pela Dona Graça que entrou no local.

Graça- Pare de importunar minha sobrinha Miguel, ela perdeu a mãe está fragilizada.

A olhei com os olhos esbugalhados, como ela fala assim com o patrão.

Miguel- Eu estava apenas A conhecendo, gracilda relaxe.

Miguel desviou os olhos e me analizou como se fizesse ameaça apenas com os olhos. É eu não posso ficar aqui muito tempo, pelo jeito não sou tão bem-vindo assim.

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