CAPÍTULO 27

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Bella.

O tempo estava corrido mas a curiosidade estava me matando, aquela cidade era estranha não tinha visto nenhuma criança na rua brincando a não ser aquele vulto de antes que passou triscando em mim. Nós sentamos e me demonstrei impaciente, afinal tempo é o que eu tinha de menos, o castelo era muito longe. Dona Lurdes se sentou nos servindo de chá.

Lurdes- Bom o menino tem 3 anos e meio, mais ou menos, e ele não mora aqui perto, pelo contrário em uma área afastada a mais pobre, eu o ajudo quando vejo e o escondo aqui.
- Desculpa mas não entendi, porque o escondeu? e os pais dele? porque ele está machucado daquela forma?
Lurdes- Até onde eu soube sua mãe morreu no parto, e o deixou com o suposto pai, que pagava uma senhora para cuidar, só que o menino cresceu e não se parecia com o 'pai,' trazendo uma desconfiança paterna.
- Que absurdo! como desconfia da própria esposa?.
Lurdes- O que sei é que o tal pai foi embora para guerra e parou de mandar dinheiro a mulher que cuidava dele, e não o quer mais, diz ser uma boca mais para comer, eu o alimento, até o vestir, mas ele some alguns dias e volta com os tratos e machucados.
- Lourdes do céu, que horror ! você não pode deixa-lo sair na rua, ele é muito pequeno quase um bebê.
Lurdes- Eu sei senhorita, mas eu sou sozinha e trabalho para nos sustentar, e como pode ver não trabalho para os Nobres, vocês são as primeiras a encomendar vestidos caros depois da pandemia.
Ela disse com um olhar esperançoso o mesmo que  tenho.
- Não entendo porque ele volta para esta mulher, ela tem que ser presa! e a família da mãe dele, ou do pai, a mulher não sabe de nada?
Lurdes- A mulher diz não saber de nada e que não o quer mais.
- Como ele se chama?
Lurdes- A mulher o chama de menino desde sempre, na espera do Pai dar um nome, mas como o pai sumiu e não mandou mais dinheiro ela nem se importou. Eu perguntei para ele como ele gostaria de ser chamado, mas ele não fala, acho que tem problemas.

Nossa tudo que eu ouvi me cortou o coração, como podem tratar uma criança como um animal, eu queria muito poder ajuda-lo, se eu pelo menos tivesse uma casa, sai da loja atordoada pensando que irei buscá-lo para morar comigo se ele quiser claro.
Minha mãe amava crianças ensinava por amor e eu também irei. " Será que ele tem problemas na mesmo?".
O deixei com as balas e fomos para outra loja de roupas íntimas, dona Graça fez questão de comprar a mais bonita e cara$ o que na minha opinião é desnecessário já que ninguém vai ver a minha bagagem a não ser eu mesma, por outro lado eu estava mesmo precisando só tinha uma de troca.
Graça também comprou dois sapatos de salto, um chinelo( por que não tinha) e uma sapatilha, a minha estava muito gasta, e só comprou porque eu insisti, por ela compraria mais sapatos de salto alto," o que me gera uma dúvida se conseguirei me iquilibrar adequadamente,  manter essa farsa toda.
Irei me aproveitar do momento e exigir saber onde está a mulher e o filho de Miguel já pensou se essa mulher aparece no baile que vergonha. "Eu e minha mente".
Compras feitas, fomos embora, o senhor José já nos esperava na carroça com sua carranca pela demora.  De volta ao Castelo com as compras, menos os vestidos que foram encomendados.
A viagem é longa e cansativa. Chegamos  já anoitecendo esquentamos o almoço que Gracilda havia deixado, Miguel nos acompanhou no jantar requentado, nada disse, deixou apenas Gracilda falar mal da atendente grossa.

Eu perdi a fome, brincava com a comida para passar o tempo, o olhar de Miguel me analisava descaradamente me enjoou... ele largou o talher e moveu os dedos estranhos, voltou a me encarar ao ponto de não suportar mais.
- Já chega ,Algum problema?..

O SEGREDO DA COLINA Onde histórias criam vida. Descubra agora