CAPITULO 53

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Bella

O dia amanheceu lindo, porém eu tinha uma sensação de que algo iria acontecer após minha higiene e de Gabriel, fomos até a loja de Dona Lurdes, deixei Gabriel lá e fui trabalhar, dessa vez, usei extrategias diferentes passei em alguns comércios oferecendo meus pães e bolos por um preço mais baixo para revenda, mas o povo era difícil de negociar apenas uma mercearia simples me ofereceu ajuda, deixei metade de minhas encomendas nela e fui vender o restante pela praça da cidade pelos bairros não voltaria para casa sem que todos estajam vendidos.
Amanhã era domingo eu não iria trabalhar então hoje meu expediente foi mais longo e como disse não voltaria para casa sem vender todos meus quitutes. Quando eu cheguei na lojinha percebi que algo estava estranho, Gabriel estava encolhido em um cantinho aparentemente triste e pensativo.

- Oi meu amor o que houve ? Por que esta triste? Olha eu deixei um bombom pra você, agora me da um sorriso.

Ele derramou lágrimas silenciosas, nem uma palavra saiu o que me assustou. Não demorou para que Lurdes viesse ao nosso encontro e com olhar de pena me chamou para conversar em particular.

Lurdes- Querida hoje à tarde veio um senhor a sua procura, mas não sabia de quem se tratava, ele me chamou pelo nome, e disse ser seu amigo, disse que voltaria uma outra hora para trazer notícias e que precisava de sua ajuda.

O único senhor que sabe quem é Lourdes é o sr José, o que será que aconteceu ? E por quê Gabriel voltou a ficar mudo?

- Porque Gabriel está estranho, chorando calado.?
Lurdes- Depois que o senhor foi embora ele não disse mais uma palavra e Ficou ali olhando para o nada, nem ao menos comeu, eu creio que ele pensa que esse senhor irá levá-la embora e você irá deixá-lo, ele se apegou muito a você Bella, por favor, não quebre o coração dessa criança, pois o sentimento mais puro que pode haver é o que ele sente por você, nem comigo que sempre eu ajudei, o alimentei, ele falou comigo, apenas com você, na cabeça dele, ele te escolheu para ser sua mãe, pense bem no que você vai fazer, pois certamente esse senhor voltará pois parecia aflito.

Dona Lurdes me deixou com a cabeça fervilhando de mil e uma possibilidade do que pode ter acontecido, não imagino em que posso ajudá-los, talvez eles precisam do dinheiro de volta para comprar remédios, se for por isso "meu Deus eu usei uma parte desse dinheiro o que farei pois eu duvido que tenham vindo atrás de mim por outro motivo". Afinal não vejo em que posso ajudá-los, Graça jamais me chamaria de volta sabendo tudo que passei na mão daquele crápula, eu não sei o que pensar. Agora é só esperar para que sr José volte a me procurar e entregarei tudo que tenho em suas mãos, nem que eu tenho que voltar para o quartinho de bagunça de Dona Lourdes, sei que Gabriel não se importará. "Oh meu deus ! o Gabriel agora preciso focar minha atenção nessa criança.

O caminho de volta ao nosso lar foi todo silencioso, Gabriel de mão dadas comigo tinha um olhar ao chão, lhe ofereci para comprar balas,' mesmo prometendo a mim mesmo que não mexeria em um centavo' ,nem assim ele reagiu, comprei um caramelo e nem ao menos um sorriso eu ganhei. Chegando em casa pedir para que se banhasse enquanto preparava o jantar, hoje iria escurecer rápido pois o tempo era de chuva, após o banho eu também me banhei e fomos jantar . Coloquei comida em seu prato mas ficou intocado, o que estava me preocupando pois Lurdes disse que ele não comeu depois que o senhor José veio nos visitar. Precisava falar com ele e acalmá-lo. O alimentei com carinho, ele comeu pouco mas comeu, limpei a louça enquanto o Gabriel me olhava, seus olhos queriam dizer muita coisa mas nada saía de sua boca. Eu o coloquei sentado em meu colo e na cama eu ô acariciei o vendo dormir em meu colo, ele me lembrava Miguel talvez por isso eu me apeguei tanto à ele, sua aparência me lembrava ele  (Miguel )mas o seu gênio precisava de ajuda, talvez os dois tenha álgo muito em comum,  apenas se expressam de maneira diferente.
Assim que o vi dormir o aninhei  na cama e o cobri com duas mantas pois hoje faria frio, não demorou para que eu também adormecesse.
Acordei com o Gabriel sem as mantas, parecia atordoado como se estivesse brigando com alguém, suado apesar de todo o frio que fazia, seu rosto estava vermelho e havia lágrimas, parecia que sofria no seu sonho, tentei acordá-lo mas eu o escutei gritando - NÃO MAMAE, POR FAVOR NÃO ME DEIXE, EU VOU FICAR QUIETINHO, NÃO , NÃO FAÇA ISSO... NÃOOO...
Ele finalmente dispertou em meu colo, chorava alto, eu o abracei com todo carinho e amor que eu tenho, esperei para que ele se acalmasse, seus olhos estavam fechados como se a dor que sentiu estivesse ali viva. Eu preparei um leite morno e lhe ofereci, que tomou de bom grado, esperava que me dissesse o que havia sonhado para o acalmar mas nada foi dito, então tomei a frente.
- Gabriel eu sei que apesar de você ser apenas um bebê para mim, você já é um mocinho, entenda que eu irei lhe dizer, Nada, nem ninguém, irá lhe tirar de mim, cuidarei de você até que eu esteja velhinha, aí é você quem cuidará de mim.( disse apertando o seu nariz que deu um sorriso singelo mas deu) -Aquele senhor que veio me procurar é um amigo que me ajudou a chegar aqui, ele não me fará mal ou me levará para longe de ti, se algum dia eu precisar ir embora você irá comigo meu rapaz, afinal eu preciso de um homem forte do meu lado para me proteger, e eu já tenho você, aonde eu for o levarei comigo.
Gabriel- Você promete?
Sua voz de criança apertou meu coração, é claro que eu nunca o deixarei sozinho, o que me faz questionar como uma mãe tem coragem de abandoná-lo.
- Nunca meu anjo.

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