CAPÍTULO 52

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Bella

Uma semana se passou e consegui alugar um pequeno, na verdade pode-se dizer uma minúscula casa com um quarto um banheiro é a cozinha apenas.
O menino sem nome do qual hoje eu o chamo de Gabriel gostou muito de mim, e dos meus bolos. É uma alegria imensa poder proporcionar um sorriso sincero de uma criança que já sofreu tanto na vida.
Em uma semana dividindo quartinho de dona Lurdes comigo, e eu ganhei sua confiança.  Hoje é o primeiro dia em que sairei para vender meus pães e bolos, apesar do povo ser metidos, é uma cidade relativamente grande eu tenho chance de ganhar o paladar de muitos. Às vezes Gabriel me acompanha, outras vezes fica com com Dona Lurdes, é uma criança muito pequena mas já muito independente e esperto, ele entende o que a gente fala só não entendo porquê não fala, não tenho condições de levá-lo ao médico especializado para saber se é alguma doença ou psicológica, mas apenas de ver sua boca suja de chocolate ou açúcar e eu sorriso já enchi meu coração, pois eu tive uma infância feliz e assim que ele aprender a falar se tiver cura , quero ensiná-lo a ler e escrever assim como minha mãe me ensinou, não é porque somos pobres que devemos ser ignorantes.
Eu ainda não conheci toda cidade mas as poucas quadras que andei vendi alguns pães e poucos bolos. Voltando para casa ainda com a cesta pela metade, para um primeiro dia até que não foi tão ruim. Passei pela feira para comprar o jantar, alguns feirantes me olhavam de forma questionadora, certamente já ouviram falar da moça jovem que chegou a cidade e mora com o menino de rua em um dos cômodos que o senhor Ricardo aluga.
O tempo foi passando e eu me acostumando com a cidade, eu ainda me questionava como será que meu pai está? se ainda está vivo ? Se você me perdoaria quando voltar a vê-lo,? Se minha irmã está bem e teve uma sorte melhor do que a minha? Se Miguel já me esqueceu?, dona Graça realmente cumpriu com a palavra, passou-se um mês aqui e as coisas está evoluindo, não é sempre que eu consigo vender todos meus bolos e pães, mas graças a Deus não esta faltado comida, eu ainda não consigo ganhar o suficiente para pagar o aluguel, ainda tenho dinheiro que Graça me deu, mas preciso dar lucro para me virar sozinha.
Chegando na lojinha de Dona Lurdes vi Gabriel que estava deitado em cima de retalhos, tão lindo aquele menino, eu não sei muita coisa sobre ele na verdade ninguém sabe. Hoje eu me dei o privilégio de poder agradá-lo, comprei sapatos novos, me sentei ao seu lado e fiz carinho em sua cabeça, não demorou para que seus olhos se abrirem e ele visse, ele sorriu e disse:

Gabriel- Você é minha mamãe?

O meu Deus ele sabe falar, ele falou! meus olhos encheu de lágrimas que foram contidas, chorei feito uma criança enquanto ele me abraçou e limpava as minhas lágrimas com seus dedos pequenos, com um olhar questionador.
- LURDES... LURDESSSS.....
Lurdes-  O que foi ? Meu Deus.
- O menino fala, o Gabriel fala..   fala Gabriel, fala o que você me disse, pode falar meu amor, apenas estamos muito felizes, mostra o que você sabe fazer.

Ele apenas balançou os ombros como se questionasse o que dizer ou não saber o que falar talvez constrangido ou com medo.

- O meu amor, do que você me chamou?
Gabriel- Mamãe?
Lurdes- Ele fala,!!! Oh meu Deus ele fala.
- O meu amor, eu não sou a sua mamãe, mas eu gostaria muito de ser mãe de um garotinho tão lindo e esperto como você, eu nem sabia que você me faria essa surpresa, mas eu também tenho um presente, espero que goste e sirva.

Lhe entreguei o embrulho, ele nem sabia o que fazer, eu o ajudei a rasgar os papéis coloridos e pedir para que ele abrisse, quando ele viu seus olhos brilharam passou os dedos delicadamente sobre o couro do sapato não queria nem por, para não estragar. O ajudei a lavar o pé e o calcei, ficou perfeito e assim fomos para casa,  conversar muito e tentar descobrir o máximo que eu puder sobre quem o abandonou, eu quero fazer se sentir amado ter uma infância como a minha, feliz.
Meus planos não foram bem-sucedidos, pois Gabriel era uma criança retraída não era muito de conversa e acredito que não é porque não sabe, mas parece ter medo o tempo todo, ele sempre se banhou sozinho mas hoje eu o vi apenas com com uma sirula que Graça lhe deu, suas costas estavam marcadas suas pernas também o que me trouxe uma revolta," esse menino deve ter sofrido mais do que eu imaginava "ele não sabe que eu o vi ,eu preferi assim agora saberei que não posso pressionar a me contar nada, talvez apenas com muito amor e carinho um dia ele possa se abrir, ou melhor ainda, esquecer tudo que sofreu.
Hoje eu entendo porque a mamãe sempre adorou crianças, sua profissão era digna, pensei que a onde estiver deve se orgulhar de mim pois sonho em seguir seus passos.

Proximo capítulos. Uma dicil decisão
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