O SEGREDO DA COLINA

CAPITULO 19

Bella

Depois daquele dia eu evitava até de olhar para os lados, tinha medo e ver Miguel com seus olhos de vidente me decifrando, conseguia me sentir incomodada até mesmo quando Graça estava presente no mesmo ambiente, por mais que eu tenho percebido que o relacionamento deles iam além de empregada e patrão, pois havia um certo carinho e respeito principalmente da parte dele por ela. Mas eu sentia que toda aquela pose de assustador e mal escondia uma grande ferida.

A semana passou tranquila, era rara às vezes em que eu via o patrão e preferi assim, porém as poucas vezes que nossos olhares se encontraram era mesma coisa. uma rede elétrica passava por mim era o medo e eu não sei me expressar... curiosidade ?.
Era a tarde e preparava um pão doce a pedido de dona Graça, enquanto ela costuravam vestido muito lindo com com bordados um do qual eu nunca teria condições de ter. Com pão quentinho e açúcar cristal por cima quem visse pagaria qualquer valor imposto por mim, estava pronto para ser consumido, minha alegria é evidente, poder ser útil e agradar a senhora fofinha que tanto me ajudou, mas meu sorriso morreu assim que ela disse:

Graça- Miguel à espera no escritório, ele quer comer o famoso pão doce e falar com você, não se preocupe meu menino tem cara de mal mas não fará nada com você, apenas um conselho.. não minta, se estiver mentindo pra mim, para ele não e tudo ficará bem.
- Mas a senhora não irá me acompanhar? não sei se consigo ficar no mesmo ambiente que ele, a senhora sabe tudo que passei e ele me causa pavor.
Graça- Querida não poderei lhe acompanhar, mas fique tranquila ele não lhe fará mal algum.

Muito temerosa arrumei a bandeja com pão recém saído do forno que se encontrava morno e um chá, eu acreditava em Dona Graça, só não conseguia acreditar no menino dela com dificuldade equilibrei a bandeja e em passos lentos para que demorasse a chegada do meu destino caminhei, cheguei na porta respirei fundo umas duas vezes e bati na porta com dificuldade já que minhas mãos estavam ocupadas com a bandeja e a tremedeira se fazia presente, assim que eu vi uma entre eu passei pela porta ele estava em pé olhando a janela que tinha vista para Colina, ele respirou fundo e se virou para mim, olhou a bandeja e ordenou para que eu me sentasse e assim fiz, tentei arrumar os meus cabelos que teimavam e não parar preso.

Miguel- Conte-me sua história a verdade.

Com dificuldade as lembranças doía, contei toda a história, só pulei a parte do monstro, não queria problemas para mim o que foi em vão já que ele sabia de tudo.

Miguel- Diga-me senhorita, por que não me contou a parte do monstro e a semana que ficou sequestrada?
- Eu...eu... não menti só que tem dores que prefiro apagar como se não estivesse acontecido.
Miguel- Dona Graça depois de muita persuasão.., me contou que não é sua tia e disse que lhe faço lembrar o monstro, isso é verdade?

Meus olhos ficaram espantados, como dona Graça fala algo assim para ele, minhas bochechas esquentaram me entregando sem dizer uma só palavra que era verdade, de cabeça baixa assumi, não tinha coragem de olhar nos olhos.

Miguel- Nunca mente para mim senhorita.
Ele disse se levantando e eu fiz o mesmo, chegou por trás de mim e eu em pavor mal respirava, parecia como um animal acuado que esperava pelo bote.
Miguel- Pelo que soube o monstro não lhe machucou como as outras vítimas, não posso dizer que não sou um monstro também, apesar que minhas vontades não serem decentes o mal que posso lhe provocar está longe de ser com desse monstro.
Um arrepio passou pelo meu corpo que não soube identificar por qual motivo, mas lhe agradou, pois ameaçou com um pequeno sorriso no canto da boca.
Miguel- Está dispensada,o seu José irá trazer roupas para você, lhe pagarei pelo serviço toda semana, mas tenho que adivertir-lá, está proibido de sair do castelo para fora das minhas terras, se sair não poderá voltar. (ouvi dizer um sussurro ) ..se não partir logo não sei se permitirei algum dia.
Sai de seu escritório sentindo o seu olhar nas minhas costas ou melhor um pouco abaixo, não precisava olhar para saber que admirava meu corpo.

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