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e que não tem nenhum interesse no cara a três metros de distância

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e que não tem nenhum interesse no cara a três metros de distância. E
funciona, porque sebastian e os amigos passam direto por mim e por valu
, as risadas
altas logo encobertas pela música.
“Você está vermelha”
, provoca ela.
“Eu sei.” Solto um gemido baixo. “Droga. Essa paixonite é tão idiota, A. Por que
você me deixa me envergonhar desse jeito?”
“Porque não vejo nada de idiota. E não tem vergonha nenhuma… é saudável.”
Ela pega meu braço e começa a me arrastar de volta para a sala de estar. O som da
música está mais baixo agora, mas o burburinho continua a ressoar pelo
ambiente. “Sério, kah, você é jovem e bonita, e quero que se apaixone. Não
importa por quem, desde que… Por que Ruggero  pasquarelli  está encarando você?”
“Ele está me seguindo”
, resmungo.
Ela ergue as sobrancelhas. “Jura?”
“É, pois é. Está reprovando em ética e sabe que fui bem na prova, então quer
que eu dê aulas para ele. O cara não aceita ‘não’ como resposta.”
Ela prende o riso. “Acho que você deve ser a única que deu um fora nele.”
“Se o restante da população feminina fosse tão inteligente quanto eu…”
Olho por cima do ombro de valu e vasculho a sala em busca de Sebastian , e meu
pulso dispara assim que o vejo perto da mesa de sinuca. Está de calça preta e um
suéter cinza e grosso de lã, o cabelo bagunçado cobrindo a testa larga. Nossa,
como adoro esse visual “acabei de acordar”. Não é cheio de gelzinho no cabelo
como os amigos, nem está usando a jaqueta do uniforme do time como os outros.
“valu , traz essa bundinha linda de volta pra cá!”
, grita Sean da mesa de pingue-
pongue. “Preciso de minha parceira de beer pong!”
Seu rosto se colore com um rubor bonito. “Quer ver a gente detonar na mesa de
pingue-pongue? Sem a cerveja”
, acrescenta depressa. “Sean sabe que não tô
bebendo hoje.”
Sinto outra pontada de culpa. “Não tem a menor graça sem cerveja”
, digo,
descontraída.
Ela faz que não com a cabeça, resoluta. “Prometi que não vou beber.”
“Não vou ficar muito mais mesmo”
, argumento. “Então não tem por que você
não se divertir.”
“Mas quero que você fique”
, reclama ela.
“E se a gente fizer assim: eu fico mais meia hora, mas só se você se permitir se
divertir de verdade? Sei que fizemos um acordo no primeiro ano, mas não quero
mais te atrapalhar, A.”
Falo do fundo do coração, porque realmente odeio que ela tenha de ficar de  babá toda vez que a gente sai. Não é justo. E depois de dois anos na Briar, está na
hora de relaxar, pelo menos um pouco.
“Anda, quero ver você exibindo essas habilidades no beer pong.” Engancho meu
braço no dela, que ri e me arrasta até Sean e seus amigos.
“karol !”
, exclama Sean, animado. “Você vai jogar?”
“Não”
, respondo. “Só vim torcer pra minha melhor amiga.”
Valu  se junta a Sean de um dos lados da mesa, e, pelos próximos dez minutos,
assisto à partida mais intensa do planeta. Mesmo assim, não me desligo um
segundo da presença de Sebastian  conversando com os amigos do time do outro lado
da sala.
Acabo me afastando, porque, enfim, realmente preciso usar o banheiro. Tem um
no segundo andar da casa, perto da cozinha, mas a fila está imensa, e demora uma
vida até a minha vez. Faço o que tenho de fazer depressa e saio do banheiro…
batendo de cara com um peito musculoso.
“Cuidado por onde anda”
, uma voz rouca me repreende.
Meu coração para.
Os olhos escuros de Sebastian  brilham divertidos, enquanto ele pousa a mão em
meu braço para me equilibrar. No instante em que me toca, um calor percorre
meu corpo e me deixa arrepiada.
“Desculpa”
, gaguejo.
“Sem problemas.” Sorrindo, ele dá uma batidinha no próprio peito e acrescenta:
“Você não quebrou nada”.
De repente, me dou conta de que não há mais ninguém na fila do banheiro e
somos só eu e Sebastian  no corredor. Deus do céu, ele é ainda mais bonito de perto. E
também muito mais alto do que eu tinha percebido — tenho de deitar a cabeça
para trás para conseguir encará-lo nos olhos.
“Você está na turma de ética comigo, não é?”
, pergunta, em sua voz grave e
sensual.
Assinto com a cabeça.
“ Sebastian ”
, se apresenta, como se houvesse alguém na Briar que não soubesse seu
nome. Mas acho a modéstia uma graça.
“karol .”
“Como foi na prova?”
“Dez”
, admito. “E você?”
“Sete.”
Não consigo esconder a surpresa. “Sério? Então acho que somos sortudos. Todo
mundo se deu mal.”
“Acho que isso faz de nós inteligentes, não sortudos.”
Seu sorriso me faz derreter. Sem brincadeira. Sou uma poça de meleca no chão,
incapaz de me desviar daqueles olhos escuros e magnéticos. E que cheiro
maravilhoso, parece sabonete e loção pós-barba com essência de limão. Seria
muito estranho se eu enfiasse o rosto em seu pescoço para me sentir melhor?
Hmm… acho que sim. Seria.
“Então…” Tento pensar em algo inteligente ou interessante para falar, mas estou
muito nervosa para ser espirituosa no momento. “Você joga futebol americano,
né?”
Ele faz que sim. “No ataque. É uma fã?” Uma covinha surge em seu queixo. “Do
jogo, digo.”
Não sou, mas acho que posso mentir e fingir que gosto do esporte. O problema
é que é uma jogada arriscada, porque ele pode tentar puxar assunto comigo, e não
sei o suficiente para conduzir uma conversa inteira sobre futebol americano.
“Na verdade, não”
, confesso, com um suspiro. “Já assisti a uma partida ou duas,
mas, para ser sincera, é devagar demais pro meu gosto. Parece que os jogadores
correm por cinco segundos, alguém sopra um apito, e eles ficam parados por
horas antes da próxima jogada.”
Sebastian ri. Tem uma risada fantástica. Baixa e rouca, e posso senti-la até o dedão
do pé. “É, já ouvi essa reclamação antes. Mas é diferente quando se está jogando.
Muito mais intenso do que você pode imaginar. E quando você se interessa por
um time ou alguns jogadores específicos, aprende as regras muito mais depressa.”
Ele deita a cabeça de lado. “Você deveria assistir a um de nossos jogos. Aposto que
iria se divertir.”
Caramba. Ele está me chamando para uma de suas partidas?
“Hmm, é, quem sabe eu…”
“vila lobo”
, uma voz me interrompe. “Está na nossa vez!”
Nós dois viramos, e um gigante de cabelos louros passa a cabeça pela porta da
sala. É um dos colegas de time de Sebastian , está com uma expressão de total
impaciência.
“Já vou”
, responde Sebastian . Em seguida, abre um sorriso arrependido ao dar um
passo na direção do banheiro. “Big Joe e eu precisamos mostrar para todo mundo
como que se joga sinuca, mas antes tenho que ir ao banheiro. Mais tarde a gente
se fala?”
“Claro”
, respondo, casualmente. Mas não há nada de casual no jeito como meu
coração está disparado.
Assim que sebastian fecha a porta atrás de si, corro para a sala de estar com as bambas

Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora