53

214 22 5
                                    


Karol

e colocando o indicador bem em cima do meu clitóris.
Ergo o quadril como se tivesse sido atingida por um relâmpago. “Hmmm. Faz
assim.”
Carinhoso, mas com firmeza, Ruggero  desenha pequenos círculos em minha
carne sensível, antes de deslizar o dedo para provocar a entrada molhada da minha
parte mais íntima.
O gemido que ele deixa escapar me vara a coluna. “Puta merda. Você tá tão
molhada.”
Estou. De verdade. E o desejo entre minhas pernas está aumentando, latejando
cada vez mais forte, enquanto ondas de prazer correm dentro de mim. Fico
chocada de perceber os sinais eloquentes de um orgasmo iminente. Isto é o mais
perto que já cheguei, mas me distraio ao perceber a pressão contra meu quadril. A
sensação da ereção de Ruggero  se esfregando em mim é algo tão erótico que não
consigo pensar direito.
Estou desesperada para tocá-lo, e minhas mãos se movem como que por
vontade própria, deslizando sob sua cueca.
No instante em que toco seu pau, fico boquiaberta.
“Ai, meu Deus, você tá de brincadeira com a minha cara?”
Ele parece assustado. “O que foi?”
“Você tá tomando hormônio de crescimento ou algo assim?” Puxo a mão de
volta, lutando contra outra onda de nervosismo. “De jeito nenhum essa
monstruosidade vai caber dentro de mim!”
Ruggero  deixa a cabeça cair em seu braço, e seu corpo começa a sacudir.
Primeiro, acho que está morrendo de raiva. Ou talvez chorando. Levo alguns
segundos para me dar conta do que está acontecendo. Ele está rindo.
Ou melhor, gargalhando.
Suas costas largas tremem de tanto rir, o que faz o colchão vibrar embaixo de
nós. Quando finalmente fala alguma coisa, sua voz é fraca e entrecortada pelas
gargalhadas. “Monstruosidade?”
“Para de rir. Estou falando sério”
, insisto. “Posso ter peitos grandes e uma bunda
generosa. Mas você já viu minha bacia? Pequena e estreita! Então é óbvio que o
meu canal feminino…”
Um uivo salta da sua boca. “Canal feminino?”
“… é pequeno e estreito também. Você vai me rasgar ao meio.”
Ruggero  levanta a cabeça e, juro por Deus, seus olhos estão cheios d’água. “Acho
que foi a coisa mais legal que uma garota já me disse”
, comenta, em meio ao riso.
“Não tem graça, viu?”
Ainda está se escangalhando de rir. “Ah, se tem.”
“Quer saber? Não vamos mais fazer isso. Você acabou com o clima.”
“Eu?”
, espanta-se ele, entre uma gargalhada e outra. “Você fez isso sozinha,
gata.”
Sento na cama, com um resmungo irritado. “É sério, foi uma ideia idiota.”
Suspirando, me estico para pegar o controle remoto. “Vamos assistir esse
episódio.”
“De jeito nenhum. Já fomos longe demais.” Sua voz fica ríspida. “Me dá sua
mão.”
Fito-o, na dúvida. “Por quê?”
“Porque acho que se você conhecer melhor a minha monstruosidade, vai ver
que não precisa ter medo de nada.”
Bufo, com desdém, mas o humor desaparece no instante em que Ruggero  pega a
minha mão e a leva direto para dentro de sua cueca.
O clima que eu destruí? Ressuscita com um rugido à medida que envolvo
cautelosamente os dedos em seu membro. Ele é comprido e grosso, e pulsa sob
meus dedos, e isso é tudo que preciso para sentir o corpo formigando de novo.
Acaricio, sem jeito, e ele deixa escapar um gemido baixo. “Tá vendo? É só um
bom e velho pênis, karol.”
Minha garganta explode com um riso. “Tem tantas coisas erradas com essa frase
que nem sei por onde começar.” Faço uma pausa. “Quão velho é o seu pênis,
exatamente?”
“Tem vinte anos, como eu”
, responde Ruggero , muito sério. “Mas é muito mais
maduro do que eu. E o seu canal feminino? É mais sábio do que os anos que tem
ou…”
Calo sua boca com um beijo.
Não demoro muito a tremer de prazer novamente. As mãos de Ruggero  voltam
para onde as quero. De alguma forma, minha calcinha desaparece, e um dedo
comprido desliza para dentro de mim, me fazendo arquejar. Meus músculos
internos o apertam, e uma onda de calor envolve minha coluna.
A língua de Ruggero  enche minha boca, sua ereção está latejando na minha mão.
Nunca havia me sentido tanto no controle ou tão desejada, porque sei que sou a
responsável pelos sons roucos que ele está fazendo. Ele interrompe o beijo para
mordiscar meu ombro, e a chama dentro de mim queima mais forte, tão perto de
explodir que me faz gemer alto.
Mas a excitação some quando abro os olhos e o vejo me observando.
A sensação de formigamento desaparece, e eu me enrijeço ao seu toque.
“O que foi?”
, murmura ele.
“Nada.” Engulo em seco. “Só… me beija de novo.” Puxo sua cabeça para mim e
abro a boca para receber sua língua.
Ruggero  acaricia meu clitóris com uma destreza que me assombra. É como se
soubesse exatamente quanta pressão fazer, quando mover mais depressa, quando
diminuir a velocidade. Esfrego-me contra sua mão habilidosa, mas quando ele
murmura de novo, a excitação se esvai mais uma vez.
Solto um gemido, frustrada.
“O que está acontecendo, karol ?” Ele desliza com carinho a ponta dos dedos
sobre meu sexo. “Sei que você tá no clima. Posso sentir.”
“Estou. Eu…” Minha garganta se fecha com uma sensação de impotência. “Eu
chego perto, e… e vai embora.” Fico mortificada ao sentir o calor das lágrimas. “É
sempre assim.”
“Como posso fazer você chegar lá?”
, pergunta, atencioso.
“Não sei. Só continua me tocando. Por favor.”
É o que faz, e, minha nossa, como é bom nisso. Quando dois dedos entram em
mim num movimento lento, fecho os olhos com força, mas não adianta. Ainda
posso senti-lo me olhando.
Exatamente como Aron  quando tomou de mim o que eu não queria dar.
Eu estava absolutamente consciente durante o estupro. Às vezes, quando estou
deprimida ou chafurdando em autopiedade, chego a amaldiçoar as drogas por não
terem me apagado. Afinal, é o que drogas para estupro deveriam fazer. Eu não
deveria me lembrar do que aconteceu comigo. Preferia não lembrar.
Mas lembro. As memórias são mais nebulosas do que lembranças normais, mas
a imagem dos olhos selvagens de Aron ficou fixada em meu cérebro. Lembro de
estar deitada lá na cama dos pais de Melissa, sentindo seu peso em cima de mim,
as estocadas dentro de mim, fundas e fortes. Mas era como se estivesse paralisada.
Meus braços e pernas não pareciam funcionar, não importa o quanto tentasse
bater nele ou chutá-lo. Minhas cordas vocais congelaram, então não era capaz de
gritar. Tudo o que podia fazer era olhar para aqueles olhos castanhos presunçosos
envoltos em prazer e brilhando de tesão.
As memórias cruéis me engolem como um ataque de abelhas, apagando
qualquer resquício de desejo dentro de mim. Sei que Ruggero  percebe a mudança
em meu corpo, que já não estou mais quente, molhada e entregue. Que fiquei
mais rígida que uma tábua, e mais fria que gelo.
“Isso não tá funcionando”
, diz, rouco.
Sento, lutando contra a vontade de chorar. “Eu sei. Desculpa. É que… você…

Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora