epílogo

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RUGGERO

Meu pai espera do lado de fora da arena quando o time sai pelas portas traseiras.
Lionel deu um jeito de arrumar um radinho daqueles antigos, portáteis, e o traz
apoiado no ombro, enquanto “We Are the Champions”
, do Queen, explode nos
alto-falantes. Não há ninguém por perto para ouvir a música da vitória além de
nós e os parentes e amigos que vieram até a Filadélfia nos ver jogar. Ao passarmos
desfilando como os campeões que somos, aplausos irrompem, e vários dos meus
colegas se curvam em reverências exageradas antes de dizer oi às pessoas que
vieram nos ver.
Eu consegui. Quer dizer, foi um trabalho de equipe — não, um massacre em
equipe, porque, pela primeira vez em anos, a final do Frozen Four teve um placar
de zero. Simms fechou o gol. Os adversários não marcaram nem uma única vez. E
parece apropriado que os três gols do nosso lado tenham vindo de mim, Agustín  e
Jorge, respectivamente.
Estou orgulhoso do time. Estou orgulhoso de mim por ter nos trazido até aqui. É
o final perfeito para a temporada perfeita, e fica ainda mais perfeito quando
Karol  corre e se atira em meus braços.
“Ai, meu Deus! Foi o melhor jogo da história!”
, ela declara, antes de me beijar
com tanta força que machuca meus lábios.
Sorrio diante do seu entusiasmo. “Gostou do tirinho que fiz com os dedos na
sua direção depois do primeiro gol? Foi para você, gata.”
Ela sorri de volta. “Desculpa destruir seu sonho, mas, na verdade, você estava
apontando para um velho algumas cadeiras atrás de mim. Ele ficou louco e
começou a gritar para todo mundo que você tinha marcado aquele gol para ele.
Depois o ouvi perguntar à mulher se você sabia que ele tinha acabado de receber
o diagnóstico de diabetes, então não tive coragem de explicar para quem o gol era
na verdade.”
Caio na gargalhada. “Por que com a gente nada é simples?”
“Ah”
, protesta ela. “Somos mais interessantes assim.”
Não posso negar que ela tem razão.
De canto de olho, vejo meu pai à espreita perto do ônibus, mas não faço contato
visual com ele. Na verdade, noto que ninguém está olhando para ele. Nem eu, nem
Karol , nem nenhum dos meus colegas de time. Há alguns meses, contei a eles a
verdade sobre meu pai, porque a conversa que tive com karol  sobre a vida não
ser justa e meu pai ainda ser reverenciado ficou na minha cabeça. Assim, depois
do Réveillon, quando um dos nossos jogadores de defesa do segundo ano me
perguntou se eu poderia lhe dar um autógrafo de bruno, não consegui mais
me conter. Reuni todo mundo, até o treinador, e contei tudo.
Não preciso nem dizer que foi desconfortável e intenso pra cacete, mas, depois
que acabou, meus amigos me provaram que não sou só o capitão deles, mas um
irmão. E, agora, a caminho do ônibus, nem um único par de olhos se volta na
direção do meu pai celebridade.
“Vejo você no campus?”
, pergunto a karol .
Ela faz que sim. “É. Tio Mark vai me levar de volta agora, então devo chegar lá
mais ou menos junto com vocês.”
“Me ligue assim que chegar em casa. Te amo, linda.”
“Também te amo.”
Dou um último beijo em seus lábios; em seguida, subo no ônibus e me
acomodo em meu lugar de sempre ao lado de Agustín . Quando a porta se fecha e o
motorista se afasta, não fito pela janela o homem alto e mal-humorado que ainda
está de pé no estacionamento.
Ultimamente não olho mais para trás.
Só para a frente.

Vida nova com o amor da minha vida e hóquei

Fim

Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora