36

189 23 11
                                    

KAROL

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

KAROL

Imediatamente, sou tomada por uma onda de pânico que me impele a
interromper o beijo.
Inspiro de forma entrecortada. “E aí? Como foi?” Estou tentando soar
indiferente pelo que aconteceu, mas a leve oscilação em minha voz me trai.
Os olhos de Ruggero  estão em chamas. “Não sei dizer. Não demorou o suficiente
para eu poder avaliar direito. Vou precisar de um pouco mais.”
A mão gigante envolve minha bochecha.
Essa deveria ser minha deixa para ir embora.
Em vez disso, me inclino para outro beijo.
E é tão assustadoramente incrível como o primeiro. À medida que sua língua
desliza sobre a minha, acaricio sua bochecha, e, nossa, isso é um grande erro,

porque a sensação áspera de sua barba em minha mão intensifica o prazer que já
percorre todo o meu corpo. Seu rosto é forte, masculino e sensual, e a pura
virilidade dele desencadeia outra explosão de necessidade. Preciso de mais. Não
esperava por isso, mas preciso de muito mais.
Com um gemido angustiado, deito a cabeça para aprofundar o beijo, e minha
língua explora sua boca, ávida. Não, ávida não — faminta. Estou com fome dele.
Ruggero  enfia os dedos em meu cabelo e me puxa mais para perto, um braço
poderoso me envolve pelo quadril para me manter no lugar. Meus seios agora
estão esmagados contra seu peito duro, e sinto o martelar selvagem de seu
coração. Seu entusiasmo é equivalente ao meu. Os gemidos roucos e primais que
ele emite provocam cócegas em meus lábios e fazem meu pulso disparar.
Algo está acontecendo comigo. Não consigo parar de beijá-lo. Ele é muito
viciante. E mesmo que isso tenha começado comigo meio que no comando, não
tenho mais controle nenhum.
A boca de Ruggero  se move sobre a minha com uma habilidade e uma segurança
que acabam com o fôlego dos meus pulmões. Quando ele mordisca meu lábio
inferior, sinto um puxão correspondente nos mamilos e aperto seu peito com a
palma da mão, para me estabilizar, para tentar me impedir de flutuar numa
nuvem irracional de prazer. Seus lábios quentes se afastam dos meus e passam
para a linha da mandíbula, descendo até o pescoço, onde dispara beijos de boca
aberta que vão deixando arrepios em seu rastro.
Ouço um gemido sufocado e me espanto ao perceber que veio de mim. Estou
desesperada para sentir sua boca na minha de novo. Enfio a mão em seus cabelos
para trazê-lo de volta para onde quero, mas os fios escuros são curtos demais para
agarrar. Tudo o que posso fazer é puxar sua cabeça, o que provoca uma risada
baixa nele.

“É isso que você quer?”
, murmura, e, em seguida, os lábios encontram os meus,
e ele enfia a língua talentosa de volta na minha boca.
Um gemido salta de minha garganta no exato segundo em que a porta do quarto
se abre.
“Ei, R., vou pegar emprestado a…”
Jorge  para na mesma hora.
Com um gritinho de horror, afasto a boca de Ruggero  e olho para os pés.
“Opa. Não queria interromper.” jorge abre um sorriso do tamanho do mundo, e
seus olhos castanhos escuros  fazem meu rosto queimar.
Volto à realidade mais rápido do que seria capaz de dizer “Maior erro da minha
vida”. Puta merda. Acabei de ser pega dando um amasso com Ruggero .
E estava gostando.
“Você não está interrompendo nada”
, digo depressa.
Jorge parece se esforçar para conter o riso. “Não? Porque, com certeza, é o que
parece.”
Apesar do nó de vergonha apertado em minha garganta, obrigo-me a olhar para
Ruggero , implorando em silêncio por apoio, mas sua expressão me pega
desprevenida. Intensidade profunda e um quê de aborrecimento, só que este
último é dirigido a jorge. E acrescente-se a essa mistura algo semelhante a
deslumbramento, como se não pudesse acreditar no que acabamos de fazer.
Também não posso.
“Então é isso que vocês dois ficam fazendo aqui?”
, pergunta Jorge , com a voz
arrastada. “Todas essas ‘aulas’ tão intensas.” Ele desenha as aspas no ar, rindo de
alegria.
Sua provocação me irrita. Não quero que pense que Ruggero  e eu estamos…
envolvidos. Que passamos a última semana na sacanagem, escondidos do mundo.
O que significa que tenho de cortar suas suspeitas pela raiz. O quanto antes.
“Na verdade, Ruggero  estava só me ajudando a melhorar minhas habilidades no
beijo”
, digo a jorge , com a voz mais casual de que sou capaz.
Neste ponto, dizer a verdade é muito menos humilhante do que deixar sua
imaginação selvagem à solta, mas a confissão parece uma loucura, dita assim em
voz alta. Pois é, só aperfeiçoando minhas habilidades em beijo com o capitão do
time de hóquei. Nada demais.
Jorge  deixa escapar um risinho. “Ah, é?”
“É”
, digo com firmeza. “Tenho um encontro chegando e seu amigo aqui acha
que não tenho pegada. Confie em mim, não tem nada entre nós. Nada.” Percebo
que Ruggero  ainda não falou uma única palavra e me volto para ele, pedindo uma
confirmação. “Não é, Ruggero ?”
, pergunto, de forma incisiva.
Ele limpa a garganta, mas sua voz ainda soa bastante rouca ao falar. “É.”
“Tudo bem…” Os olhos de jorge brilham. “Então quero pagar para ver sua
pegada, boneca.”
Pisco, surpresa. “O quê?”
“Se um médico dissesse que você tem dez dias de vida, você iria pedir uma
segunda opinião, não é? Bem, se você está preocupada se beija mal, não pode
simplesmente aceitar a palavra de R. Precisa de uma segunda opinião.” Suas
sobrancelhas se erguem num desafio. “Quero ver o que você tem para oferecer.”
“Para de ser idiota”
, murmura Ruggero
“Não, ele tem razão”
, respondo, sem jeito, e meu cérebro grita: O quê?
Ele tem razão? Aparentemente, os beijos cáusticos de Ruggero  me deixaram
maluca. Estou abalada e confusa, e, acima de tudo, preocupada. Preocupada que
Ruggero  perceba que eu… o quê? Que nunca tinha ficado tão excitada assim com
um beijo antes? Que amei cada segundo?
Sim e sim. É exatamente isso que não quero que ele saiba.
Então caminho na direção de jorge e digo: “Vamos ver a segunda opinião”.
Ele parece assustado por um segundo, antes de abrir outro sorriso. Em seguida,
esfrega as mãos e estala os dedos como se estivesse se preparando para uma briga,
e o gesto ridículo me faz rir.
Quando chego até ele, sua ousadia vacila. “Estava só brincando, karol . Você
não tem que…”
Eu o interrompo, inclinando-me na ponta dos pés e apertando a boca na dele.
Sim, essa sou eu, só mais uma universitária beijando um cara depois do outro.
Desta vez, não há calor. Não há formigamento. Nenhuma sensação de desespero
avassalador. Beijar jorge não é nada comparado ao que senti com Ruggero , mas ele
parece se divertir, porque deixa escapar um gemido quando abro os lábios. Sua
língua entra em minha boca, e não o impeço. Apenas por uns segundos, então dou
um passo para trás e faço minha cara mais indiferente.
“E aí?”
, pergunto.
Seus olhos estão completamente vidrados. “Hmm.” Ele limpa a garganta.
“Hmm… é… Acho que você não precisa se preocupar.”
Parece tão atordoado que não posso deixar de sorrir, mas meu humor se
dissolve quando me viro e vejo Ruggero  se levantando da cama, o rosto fechado e
mais sombrio que uma nuvem de tempestade.
“karol ”
, começa, bruscamente.
Mas não quero ouvir o resto. Não quero mais pensar naquele beijo. Nunca mais.

Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora