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RUGGERO

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RUGGERO

“Você nem me conhece direito”
, digo, baixinho. “Nem tentou me conhecer.”
“Não é verdade”
, argumenta, a cara se transformando numa expressão
preocupada.
Deixo escapar uma respiração conturbada. “Nunca tivemos uma conversa pra
valer, Cande, e nos vimos dezenas de vezes desde o verão. Você não quis saber
um único detalhe da minha infância, ou da minha família, ou das minhas aulas.
Meus amigos, meus interesses… que merda, você nem sabe a minha cor preferida,
e isso é o mínimo quando se está conhecendo outra pessoa.”
“Sei, sim”
, insiste.
Suspiro de novo. “Ah, é? E qual é?”
Ela hesita por um instante e, em seguida, responde: “Azul”.
“Na verdade, é preto”
, outra voz nos interrompe, e logo depois karol aparece
ao meu lado. Estou tão aliviado que quase lhe dou um abraço de urso. “Desculpa
interromper”
, acrescenta ela, animada,
“mas… cara, cadê a nossa cerveja? Você se
perdeu no caminho até a cozinha, é?”
“Fui interceptado.”
Karol  vira-se para cande. “Oi. Prazer, karol Desculpa, mas preciso roubá-
lo um pouquinho. Sede monstra.”
O fato de que Cande não se opõe me diz que entendeu meu ponto, e a
expressão em seu rosto é um misto de vergonha e culpa à medida que Karol
pega meu braço e me arrasta para o corredor.
Uma vez que estamos fora de vista, agradeço, baixinho: “Obrigado por me salvar.
Ela estava prestes a se debulhar em lágrimas ou a chutar meu saco”.
“Tenho certeza de que a última opção teria sido bem merecida”
, responde
Karol , com um suspiro. “Deixa eu adivinhar, você a magoou.”
“Não.” A irritação me fecha a garganta. “Mas acontece que a nossa separação
amigável não foi tão amigável quanto achei que tinha sido.”
“Ah. Entendi.”
Estreito os olhos. “Quer dizer que a minha cor preferida é preto? Por que você
acha isso?”
“Porque absolutamente todas as suas camisetas são pretas.” Ela lança um olhar
significativo para o meu suéter.
“Talvez porque preto combina com tudo — já pensou nisso?” Sorrio. “Não
significa que é minha cor preferida.”
“Tudo bem, eu me rendo. Qual é a sua cor preferida, então?”
Solto um suspiro. “Preto.”
“Rá! Sabia.” karol também suspira. “E aí, temos que nos esconder no corredor  até o final da noite para evitar a menina?”
“Aham. A menos que você queira ir embora.” Digo, esperançoso. Perdi todo o
entusiasmo pela festa, sobretudo agora que Sebastian  chegou. Antes que ela possa
responder, defendo meu ponto, acrescentando: “ Sebastian  já mordeu a isca, a
propósito. Então, se formos embora agora, você vai deixá-lo querendo mais, que
era o nosso plano, certo?”.
Vejo a hesitação marcando sua testa. “É, acho que sim. Mas…”
“Mas o quê?”
“Estava gostando de falar com ele.”
Estaria mentindo se dissesse que isso não me acertou como uma faca no
coração. Mas por quê? Não estou interessado em karol . Ou pelo menos não
estava. Tudo que queria eram seus serviços de professora, mas agora… agora não
sei nem o que quero.
“Sobre o que vocês conversaram?”
, pergunto, e espero que ela não tenha
percebido o rancor na minha voz.
Karol dá de ombros. “Sobre as aulas. Futebol. O festival de inverno. Ele me
perguntou se quero tomar um café um dia desses e estudar ética com ele.”
Ahn, o quê?
“Você tá brincando comigo?”
, explodo. “Ele tá dando em cima da minha garota
bem na minha frente?”
Vejo um brilho divertido em seus olhos. “Não estamos juntos de verdade,
Rugge”
“Ele não sabe disso.” Não posso controlar a raiva que ferve minhas entranhas.
“Não se dá em cima da garota de outro homem. Ponto final. Isso é canalha
demais.”
Seus lábios se franzem.
Olho para ela. “Você gostaria de sair com um cara que faz esse tipo de coisa?”
“Não”
, admite, depois de uma longa pausa. “Mas…” Ela parece estar
reconsiderando. “Não tinha nada de sexual no convite. Se estivesse dando em cima
de mim, teria me convidado para jantar. Tomar café e estudar pode ser
interpretado como uma coisa entre amigos.”
Karol  pode estar certa, mas sei como homens pensam. Aquele filho da puta
estava dando em cima dela bem na cara do sujeito com quem ela foi para a festa.
Canalha. Demais.
“ Ruggero …” Sua voz torna-se cautelosa. “Você sabe que o beijo não significou
nada, né?”
A pergunta me pega desprevenido. “Hmm. Sei. Claro.”
“Porque somos apenas amigos… certo?”
A determinação em sua voz me incomoda, mas sei que agora não é o momento
de discutir isso. O que quer que seja. Portanto, apenas faço que sim com a cabeça e
concordo: “Aham”.
Noto o alívio em seus olhos. “Ótimo. Tudo bem, talvez devêssemos ir embora.
Acho que já socializamos bastante.”
“Claro. Como você quiser.”
“Vamos só nos despedir de Beau primeiro. Sabe, gostei dele. Não é nada do que
imaginava…”
Ela continua tagarelando em minha orelha à medida que voltamos para a sala,
mas não escuto uma única palavra. Estou muito ocupado lidando com a bomba de
verdade que acabou de cair em minha cabeça.
É isso aí, karol  e eu somos amigos. Na verdade, ela é a única amiga mulher
que já tive. E quero continuar amigo de karol
Mas…
Também quero dormir com ela.

 E quero continuar amigo de karol Mas… Também quero dormir com ela

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KAROL


Desde que comecei a dar aulas para Ruggero , tenho negligenciado meus amigos,
mas, agora que ele fez a segunda chamada, meu tempo livre voltou a ser só meu.
Assim, na noite seguinte à festa de Beau Maxwell, encontro o pessoal de sempre
no café da faculdade, animada em revê-los. E fica óbvio que também sentiram
minha falta.
“kah-Han- simon pula da cadeira e me puxa para um abraço apertado. E
quando digo apertado, quero dizer que quase sou engolida por esse abraço, porque
Simon  é um gigante. Sempre o provoco dizendo que é igualzinho ao garoto de Um
sonho possível e que, portanto, deveria ser da linha de defesa do time de futebol
americano, mas Simon  não tem estrutura atlética. Estuda música como eu, e, pode
acreditar, o cara canta muito.
Lina  é a próxima a me cumprimentar, e, como de costume, um comentário
sabichão salta de sua boca espertinha. “Foi abduzida por alienígenas?”
, pergunta ao
me abraçar com tanta força que mal consigo respirar. “Espero que a resposta seja
sim e que eles tenham enfiado uma sonda na sua bunda por dez horas seguidas. É
o que você merece por me ignorar por mais de uma semana.”
Rio do vívido retrato que ela acabou de fazer. “Eu sei. Não valho nada. Mas tive
uma maratona de aulas esta semana que me manteve ocupada.”
“Ah, todo mundo sabe quem tem te mantido ocupada”
, interrompe valu, em
sua cadeira ao lado de Simon . “Ruggero pasquarelli , Han? Sério?”
Contenho um suspiro. “Quem contou?
Lina  revira os olhos da forma mais dramática. Acho que é uma coisa de alunos
do teatro — eles aparentemente não conseguem dizer uma palavra ou fazer um
gesto sem exagerar. “Claro que contou. Ao contrário de você, valu não guarda
segredos da gente.”
“Ah, nem vem. Só andei ocupada com as aulas e os ensaios. E o que quer que
Valu tenha dito sobre ele, não é verdade.” Tiro o casaco de inverno e coloco sobre
a cadeira vazia ao lado de Meg. “Estou ajudando Ruggero  a passar em ética. E só.”
O namorado de lina, sacode as sobrancelhas para mim

Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora