Ruggero
“Caramba. Não tinha ideia.” Ela arregala os olhos, mas não por pena, e sim por
empatia. “Tinha a impressão de que você não gostava do seu pai… Percebia no
jeito como você fala dele, mas não imaginei que fosse porque…”
“Porque ele caía de pau em cima de mim?”
, completo por ela, a voz
transbordando de ressentimento. “Meu pai não é o homem que finge ser para o
mundo. Sr. Estrela do Hóquei, homem de família, todo aquele trabalho de
caridade que faz. Ele é perfeito no papel, não é? Mas em casa era… um monstro do
caralho.”
Os dedos de karol estão quentes quando ela os entrelaça aos meus. Aperto-os,
precisando de uma distração física para a dor que comprime meu peito.
“Nem sei o que fiz para irritá-lo naquela noite. Cheguei em casa depois de sair
para pedir doces com uns amigos, acho que falamos sobre algo, ele deve ter
gritado por causa de alguma coisa, mas não me recordo. Só me lembro do olho
roxo e do nariz quebrado, e de ficar atordoado demais por ele ter colocado mesmo
a mão em mim.” Rio, rispidamente. “Depois disso, passou a acontecer com
regularidade. Mas nunca quebrou osso nenhum. Não, porque isso me colocaria no
banco de reservas, e para ele era fundamental que eu pudesse jogar hóquei.”
“Quanto tempo isso durou?”
, sussurra.
“Até eu ficar grande o suficiente para revidar. Tive sorte, só apanhei por uns três
anos, talvez quatro. Minha mãe conviveu com isso por quinze anos. Quer dizer,
imaginando que ele tenha começado a bater nela no dia em que se encontraram.
Ela nunca me disse quanto tempo foi de verdade. Mas quer saber, karol ?” Ergo
os olhos para ela, envergonhado pelo que estou prestes a dizer. “Quando minha
mãe morreu de câncer de pulmão…” Chego a sentir o estômago embrulhar.
“Fiquei aliviado. Porque ela pararia de sofrer.”
“Ela poderia ter se separado dele.”
Faço que não com a cabeça. “Ele a teria matado antes de deixar isso acontecer.
Ninguém abandona Bruno pasquarelli . Ninguém se divorcia dele, porque isso deixaria
uma mancha negra em sua reputação intocada, e ele não aceitaria.” Suspiro. “Ele
não bebe nem tem problemas com abuso de substâncias, se é o que está pensando.
Ele é só… doente, acho. Perde a paciência por qualquer besteira, e só sabe resolver
os problemas com os punhos. Além de ser um filho da mãe de um narcisista.
Nunca conheci ninguém tão cheio de si, tão arrogante. Minha mãe e eu éramos só
acessórios para ele. A esposa troféu, o filho troféu. Não dá a mínima para
ninguém além dele próprio.”
Nunca contei isso para qualquer pessoa antes. Nem Agustín ou jorge. Nem
mesmo Birdie, o mestre em guardar segredos. Guardei para mim tudo o que fosse relacionado ao meu pai. Porque a triste verdade é que tem muita gente por aí que
ficaria tentada a vender a história para fazer um dinheiro. Não que não confie em
meus amigos. Confio, é claro, mas quando você se decepciona com a pessoa em
que mais deveria confiar na vida, acaba pouco propenso a oferecer ao mundo
qualquer tipo de munição contra você mesmo.
Mas confio em karol . Tenho certeza de que não vai falar sobre isso com
ninguém, e enquanto a minha confissão paira no ar, é como se um peso tivesse
sido retirado do meu peito.
“Então, é isso”
, concluo, bruscamente,
“na última vez em que comemorei a
porra do Halloween, levei uma surra do meu próprio pai. Não é uma memória
muito feliz, é?”
“Não, não é.” Sua mão livre acaricia meu queixo coberto por uma barba por
fazer, porque estava com preguiça demais hoje. “Mas sabe o que minha psicóloga
costumava me dizer? A melhor maneira de esquecer uma lembrança ruim é
substituí-la por uma boa.”
“Com certeza é bem mais fácil falar do que fazer.”
“Talvez, mas não custa tentar, né?”
Minha respiração entala na garganta quando ela sobe no meu colo. Quem diria
que eu conseguiria ficar duro depois de termos a conversa mais deprimente da
história? Mas meu pau sobe no instante em que sua bunda firme senta nele. Ela
me dá um beijo suave e doce, e solto um gemido de decepção quando sua boca de
repente se afasta da minha.
Mas não fico decepcionado por muito tempo, porque, quando me dou conta, ela
está ajoelhada no chão à minha frente, libertando meu pau da calça de moletom.
Já recebi um milhão de boquetes. Não estou me gabando, é só a verdade. Mas
quando a boca de karol encosta em mim, meu saco fica apertado e meu pau
pulsa de excitação, latejando como se fosse a primeira vez que a língua de uma
menina me toca.
A cabeça quase explode quando o calor úmido de sua boca me envolve. A mão
pequena e delicada acaricia minha coxa enquanto ela usa a boca. A outra mão
segura meu pau com firmeza, o polegar esfregando aquele ponto sensível sob a
cabeça, e cada chupada demorada me leva mais e mais fundo para um
esquecimento puro e feliz.
Meus quadris começam a se mover. Não consigo me conter. Entro mais e mais
fundo em sua boca e enfio os dedos em seus cabelos para guiá-la. Mas karol
não parece se importar. Meus movimentos frenéticos trazem um gemido aos
lábios dela, e o som sensual vibra pelo meu pau, ressonando por minha coluna. A sucção quente me deixa louco. Não me lembro de uma época em que não
quisesse essa mulher. Em que não estive tão desesperado por ela.
É só quando abro os olhos que me dou conta de onde estamos. Meus amigos
estão numa festa, mas amanhã temos treino logo cedo e um jogo, o que significa
que não vão ficar na rua até tarde hoje. E podem entrar na sala a qualquer
momento.
Toco o rosto de karol para pará-la. “Vamos lá para cima. Não tenho a menor
ideia de quando os caras vão chegar.”
Ela se levanta sem dizer uma palavra e estende a mão para mim.
Seguro sua mão e a levo para o segundo andar.
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Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)
FanfictionO destino nos fez inimigos. Eu nos fiz amantes. Em um mundo diferente, seríamos perfeitos um para o outro. Mas não estamos nesse mundo.