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Karol

“Eu sei. Desculpa. É que… você…você está me olhando… e…”
Ele me lança um sorriso torto. “Ajudaria se eu fechasse os olhos?”
“Não”
, respondo, triste. “Porque sei que você ainda tá me imaginando na sua
cabeça.”
Com um suspiro, ele senta e recosta a cabeça na cabeceira da cama. Ainda está
duro — posso ver a ereção sob a malha da calça —, mas parece ignorar o próprio
estado de excitação quando ergue lentamente os olhos na minha direção. “Você
não confia em mim.”
Nego, depressa. “Claro que confio. Não estaria aqui se não confiasse.”
“Certo, vou tentar de novo. Você não confia em mim o suficiente para se
entregar por completo.”
Meus dentes se cravam em meu lábio inferior. Quero dizer a ele que está errado,
mas uma parte de mim não acha que esteja.
“Sexo é confiança”
, diz. “Mesmo quando não se ama a outra pessoa, mesmo que
seja uma coisa de uma noite só, ainda é preciso um nível imenso de confiança
para se abrir e se deixar levar para aquele lugar vulnerável, entende? E não tem
nada mais vulnerável do que gozar.” Ele lança um sorriso irônico. “Pelo menos foi
o que aprendi com minha pesquisa no Google.”
“Você pesquisou isso?”
, exclamo.
Suas bochechas coram de vergonha. “Eu tinha que pesquisar. Nunca dormi com
ninguém que… você sabe…”
“Eu sei.” Mordo o lábio ainda mais forte para conter as lágrimas.
“Depois do que aconteceu com você, não é de surpreender que tenha medo de
se sentir vulnerável.” Ele hesita. “Você era virgem?”
Aperto os lábios e assinto.
“É, imaginei.” Ruggero  fica em silêncio por mais um tempo. “Tenho uma ideia,
se você topar.”
Não consigo falar porque estou ocupada arregalando os olhos, então me limito a
assentir novamente.
“Em vez de eu dar um orgasmo a você, por que não faz você mesma?”
Achei que já tivesse chegado ao limite do embaraço, mas, obviamente, ainda
tem um pouco de humilhação para experimentar. “Faço isso o tempo todo.”
Minhas bochechas estão pegando fogo, e evito seus olhos.
“Na minha frente”
, acrescenta ele. “Você se faz gozar na minha frente.” Ele para. “E
eu me faço gozar na sua frente.”
Ai, meu Deus.
Não acredito que estamos tendo esta discussão. Que ele está sugerindo que a

gente se masturbe na frente um do outro.
“Espere um segundo que vou me enforcar”
, murmuro. “Porque estou
mortificada demais neste momento.”
“Pois não deveria.” Seus olhos castanhos tornam-se mais intensos. “Vai ser um
exercício de confiança. É sério, acho que vai ser bom. Nós dois vamos nos tornar
vulneráveis, e você vai ver que não tem nada do que ter medo.”
Antes que eu possa responder, ele pula da cama e tira a camiseta. Então, sem
hesitar, baixa a calça.
Minha respiração fica retida em meus pulmões. Eu havia tocado seu pau antes,
mas não chegara a vê-lo. E, agora que estou vendo, constato que é grande, grosso e
perfeito. Meu corpo fervilha diante da visão do seu corpo nu e, quando meus
olhos passeiam por ele até encontrar os seus, não percebo nada além de desejo
saudável e encorajamento gentil naquelas profundezas cor de mel. Não há
luxúria maliciosa, nenhum lampejo de poder, selvageria ou crueldade.
Ele não é Aaron. É Ruggero , e está se colocando à minha disposição, me
mostrando que não há problema em baixar a guarda.
“Tira a camiseta, karol . Quero ver você.” Ele sorri. “Prometo não babar muito
nesses peitos de stripper.”
Um sorriso involuntário se abre em meus lábios. Mas, ainda assim, não me
mexo.
“Mostra o que faz com você mesma quando está sozinha”
, incita.
“Eu…” O nó na minha garganta é grande demais para falar.
Sua voz fica mais grave e sedutora. “Me mostra, que eu mostro pra você.”
Ele envolve o pau com a mão, e um gemido entrecortado me salta da boca.
Olho em seus olhos, e algo na certeza de sua expressão me faz agir. Meus dedos
tremem incontrolavelmente ao segurar a barra da camiseta e puxá-la por cima da
cabeça, ficando apenas de sutiã.
Em seguida, respiro fundo e tiro o sutiã também.

Ruggero


Nunca me masturbei na frente de uma menina antes. Quer dizer, já mexi uma
ou duas vezes antes de enfiar num lugar mais interessante que o meu próprio
punho, mas bater uma do início ao fim? É a primeira vez. E estou nervoso.
Mas estaria mentindo se dissesse que não estou com um tesão do caralho.
Não acredito que karol  está nua na minha cama. Ela é linda de morrer. Um
corpo macio e curvilíneo nos lugares certos. Os peitos são de uma perfeição
absoluta, redondos, empinados e com mamilos marrom-avermelhados na ponta.
Meu olhar se demora na faixa estreita de pelos entre suas pernas, e estou louco
para abri-las. Quero percorrer cada centímetro de karol .
Mas não quero parecer um pervertido, e não quero assustá-la, então fico de boca
fechada. Estou duro feito pedra, o pau pulsando na mão, tentando não comer com
os olhos a garota gostosa em minha cama.
“Você parou de falar”
, ela me acusa, num tom ao mesmo tempo provocante e
nervoso.
“Não quero assustar você”
, respondo, rouco.
“Cara, você tá aí em pé, pelado, com o pau na mão. Se isso não me assusta,
duvido que qualquer coisa que diga vai conseguir.”
Não deixa de ser verdade. E pode apostar que sinto o pau formigar quando ela
me chama de “cara”. Na verdade, cada palavra que sai da sua boca me deixa
excitado.
“Abra as pernas”
, peço. “Quero ver você.”
Karol  hesita.
Então obedece, e minha expiração exala dos pulmões. A mais pura perfeição. Ela
é rosada, bonita, brilhosa e perfeita.
Vou gozar rápido demais. É um fato. Mas faço o possível para prolongar o
inevitável. Acaricio-me num ritmo lento dolorido, evitando apertar a cabeça do
meu pau, ignorando aquele lugar perfeito logo abaixo dela.
“Me mostra o que faria se eu não estivesse aqui”
, murmuro. “Mostra como você
se tocaria.”

Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora