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Karol

Ele da tempo do meu prazer crescer, indo devagar e me deixando louca, me fazendo implorar.
“Por favor”
, reclamo quando o ritmo volta a ficar dolorosamente vagaroso.
“Mais.”
Ele ergue a cabeça, e tenho certeza de que nunca vi nada mais sensual do que
seus lábios molhados e os olhos castanhos  e ardentes. “Acha que pode gozar
assim?”
Eu me surpreendo ao fazer que “sim” com a cabeça. Mas não acho que esteja
mentindo. Estou tão a ponto de bala que me sinto como uma bomba de desenho
animado prestes a detonar.
Com um gemido baixo de aprovação, ele se abaixa e envolve meu clitóris com
os lábios. Chupa com força, enfiando ao mesmo tempo um dedo dentro de mim, e
disparo feito fogos de artifício.
O orgasmo é mil vezes mais intenso do que os que já me proporcionei, talvez
porque meu corpo saiba que não era eu fazendo isso acontecer. Era Ruggero . Ele
conseguiu me deixar toda mole e produziu uma onda de satisfação gostosa e
pulsante através de mim.
Quando enfim essas sensações incríveis diminuem, deixam em seu lugar uma
descarga quente de paz e um sentimento estranhamente agridoce. O que acontece
em seguida é algo que só vi em filme e que me mata de vergonha.
Começo a chorar.
Num piscar de olhos, Ruggero  escala meu corpo e examina meu rosto,
preocupado. “O que houve?” Parece arrasado. “Ah, merda. Machuquei você?”
Nego com a cabeça e pisco em cima do ataque de lágrimas. “Estou… chorando…
porque…” Inspiro profundamente. “Porque estou feliz.”
Suas feições relaxam, e agora ele parece tentar não rir. Sua mandíbula se
contorce à medida que seus olhos encontram os meus. “Vai, pode dizer”
, ordena
ele.
“Dizer o quê?” Uso a ponta do cobertor para enxugar as bochechas.
“Diga: Ruggero , você é um deus do sexo. Você conseguiu o que nenhum outro
homem jamais conseguiu. Você…”
Dou um soco em seu ombro. “Ai, por favor, você é tão idiota. Nunca, nunca vou
dizer isso.”
“Claro que vai.” Ele sorri para mim. “Quando eu der um jeito em você, vai estar
gritando isso pra todo mundo ouvir.”
“Sabe o que eu tô pensando?”
“Mulheres não devem pensar, karol . É por isso que seus cérebros são menores.
A ciência comprova.”

Dou outro soco, e uma risada descontrolada escapa de sua boca. “Nossa. Tô
brincando. Você sabe que não acredito nisso. Sou devoto do santuário da
feminilidade.” Ele adota uma expressão solene. “Tá bom, vai, no que tá pensando?”
“Acho que é hora de eu calar a sua boca.”
Ele solta um risinho. “Ah, é? E como você planeja ca…” Então solta um assobio
quando seguro o volume em sua calça e aperto com vontade. “Você é safada.”
“E você é um grosso, então acho que vamos ter que dar um jeito nisso
também.”
“Ah, obrigado por constatar que sou mesmo grosso.” Ele sorri com inocência,
mas não há nada de inocente na maneira como empurra seu pau duro contra a
minha mão.
De repente, não tenho mais vontade de provocá-lo. Só quero vê-lo se
contorcendo. Não consigo parar de pensar na imagem dele na noite passada,
quando…
Meu sexo se contrai com a lembrança.
Ataco a fivela do cinto, e, desta vez, ele me deixa abri-la. Na verdade, deita de
costas e me deixa fazer o que bem entender.
Tiro suas roupas como se estivesse desembrulhando um presente bonito e, logo
que o vejo nu, me dou um momento para admirar meu prêmio. Seu corpo é
longo e esguio, com um tom dourado na pele, em vez do branco pálido de muitos
dos rapazes da Briar. Corro os dedos por seu abdômen de pedra, sorrindo ao notar
seus músculos tremendo sob meu toque. Em seguida, acompanho o desenho da
tatuagem em seu braço esquerdo e pergunto: “Por que fogo?”.
Ele dá de ombros. “Gosto de fogo. E acho que chamas são estilosas.”
A resposta me diverte, mas também me impressiona. “Uau. Achei que ia ouvir
uma conversa fiada sobre o significado da imagem. Juro, sempre que você
pergunta a alguém sobre a tatuagem, as pessoas dizem que significa ‘coragem’ em
taiwanês ou algo assim, quando todo mundo sabe que provavelmente significa
‘batata’ ou ‘sapato’ ou ‘bebaço’. Ou contam uma história interminável sobre como
chegaram ao fundo do poço X anos atrás, mas trabalharam duro e é por isso que
têm uma fênix renascendo das cinzas tatuada nas costas.”
Ruggero  ri, mas logo fica sério. “Acho que este não é o momento para eu contar
do tribal na minha canela. Significa ‘eterno otimista’.”
“Ai, merda. Sério?”
“Não. Tô te zoando. Mas seria uma ótima lição para você aprender a não ficar
julgando a arte no corpo das pessoas.”
“Ei, às vezes é bom ouvir que alguém tem uma tatuagem só porque gosta dela.

Estava elogiando você, seu idiota.” Eu me inclino e beijo as chamas que
circundam seus bíceps — tenho de admitir, são mesmo muito estilosas.
“Ah, claro, continua elogiando então”
, pede, com a fala arrastada. “Mas tome o
cuidado de usar a língua enquanto estiver fazendo isso.”
Reviro os olhos, mas não paro o que estou fazendo. Corro a língua sobre as
chamas negras, então vou beijando-o até o peito. Ruggero  tem gosto de sabonete,
sal e homem, e eu adoro isso. Tanto que não consigo parar de lamber cada
centímetro desse maldito corpo.
Sei que está gostando da minha exploração minuciosa tanto quanto eu, porque
sua respiração se torna instável, e posso sentir a tensão ondulando por seus
músculos. Quando minha boca conclui seu caminho roçando a ponta do pênis, o
corpo inteiro de Ruggero  fica tenso.
Ergo o rosto e encontro seus olhos castanho vidrados em mim. “Você não
precisa fazer isso… se não quiser”
, diz com a voz rouca.
“Hmm. Então ainda bem que eu quero, né?”
“Algumas meninas não gostam.”
“Algumas meninas não sabem o que estão perdendo.”
Minha língua toca sua carne dura, e seus quadris se erguem da cama. Lambo a
cabeça lisa e inchada, saboreando seu gosto, desvendando a textura com a língua.
Quando enfio a ponta na boca e chupo devagar, ele solta um gemido afobado do
fundo da garganta.
“Meu Deus, karol . Isso é…”
“É o quê?”
, provoco-o, olhando para ele.
“Inacreditável”
, rouqueja ele. “Não pare nunca. Falando sério. Quero sua boca
no meu pau pro resto da vida.”
Será que esse pedido rouco é bom para o meu ego?
Pode apostar.
É ótimo para o meu ego.
Como ele é grande demais para enfiar todo na boca — e não sou nenhuma
especialista em garganta profunda —, envolvo-o pela base com os dedos,
chupando e movendo a mão ao mesmo tempo, alternando o ritmo entre lento e
provocante para rápido e frenético. A respiração de Ruggero  se acelera, os gemidos
tornando-se cada vez mais desesperados.
“ karol”
, exclama. Sinto suas coxas tensionarem e sei que está prestes a gozar.
Nunca engoli antes e não tenho coragem de experimentar agora, então deixo
minha mão terminar o trabalho, acariciando-o até se aliviar. Com um grunhido
rouco,  Ruggero  arqueia a coluna, e um jato úmido jorra em meus dedos e sua barriga. A expressão em seu rosto é fascinante, e não consigo desviar os olhos. Os
lábios estão entreabertos; as bochechas, tensas. Seus olhos são um redemoinho
enevoado e castanho , como uma massa espessa de nuvens logo antes de uma
tempestade.
Alguns segundos depois, seu corpo relaxa, praticamente afundando no colchão,
e um suspiro saciado emana de sua boca. Adoro vê-lo assim. Mole, exausto e com
dificuldade de respirar.
Pego uns lenços da caixa na mesa de cabeceira e o limpo, mas quando tento me
levantar para jogar fora, ele me puxa para baixo e me beija com força. “Cara… isso
foi incrível.”
“Isso significa que agora a gente pode fazer sexo?”
“Rá. Vai sonhando.” Ele abana o dedo para mim. “Um passo de cada vez, karol .
Lembra?”
Faço beicinho feito uma criança de seis anos de idade. “Mas a gente sabe que sou
capaz de alcançar o orgasmo. Você acabou de ver isso.”
“Na verdade, acabei de sentir na boca.”
Meu coração dá um pulo com sua descrição direta. Fico em silêncio por um
momento, então deixo escapar um suspiro derrotado. “Será que isto vai fazer você
mudar de ideia?” Olho feio para ele e, em seguida, começo a recitar, relutante.
“ Ruggero , você é um deus do sexo. Você conseguiu o que nenhum outro
homem jamais conseguiu. Você… insira aqui mais comentários positivos.”
Levanto uma sobrancelha. “Pronto, agora a gente pode transar?”
“De jeito nenhum”
, responde, animado.
Então, para meu total e completo espanto, pula da cama e pega a calça jeans
descartada.
“O que está fazendo?”
, exijo saber.
“Me vestindo. Tenho treino em trinta minutos.”
Como se estivesse só esperando a deixa, alguém bate ruidosamente contra a
porta do quarto. “Bora, R., tá na hora!”
, chama jorge .
Puxo o cobertor em pânico, desesperada para me cobrir, mas os passos de
Jorge  já estão se afastando.
“Se quiser, pode ficar aqui até a gente voltar”
, oferece Ruggero  ao colocar a
camiseta. “Vão ser só algumas horas.”
Hesito.
“Ah, fica”
, implora ele. “Tenho certeza de que jorge  vai cozinhar uma coisa
boa para o jantar, então pode ficar por aqui, e eu levo você para casa depois.”
A ideia de estar sozinha na casa dele é… estranha. Mas a ideia de um jantar?

Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora