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RUGGERO

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RUGGERO

Mas agora que sei a razão por trás da regra de não beber, paro de insistir para
Karol tomar uma cerveja, e voltamos para a sala. Seus olhos varrem a multidão,
e fico rígido por um momento, porque sei que está procurando por Sebastian .
Por sorte, o cara não está em lugar nenhum.
Nós nos misturamos com as pessoas por um tempo. Toda vez que a apresento
para alguém, parecem surpresos, como se não conseguissem entender por que
estou com karol e não uma garota fútil de fraternidade. E mais de um cara
examina seus seios antes de piscar para mim, como se dissesse: Mandou bem.
Retiro o que disse sobre o suéter vermelho — queria não tê-la convencido a
trocar de roupa. Por algum motivo, os olhares de aprovação que está recebendo
me irritam muito. Mas engulo o instinto de homem das cavernas possessivo e
tento aproveitar a festa. A multidão é mais do futebol americano que do hóquei,
mas ainda assim conheço quase todo mundo, o que faz karol murmurar:
“Nossa. Como você conhece todas essas pessoas?”.
Sorrio para ela. “Avisei que sou popular. Ah, Beau está ali. Vamos lá dizer oi.”
Beau Maxwell é o típico jogador de futebol universitário. Tem tudo — a
aparência, o porte e, mais importante, o talento. Mas, embora qualquer um na sua
posição pudesse se achar no direito de ser um babaca completo, Beau, na verdade,
é bem legal. Está cursando história, como eu, e parece genuinamente feliz em me
ver.
“R., você veio! Aqui, experimenta isso.” Ele me passa uma garrafa de… algo. É
preta e não tem rótulo, então não tenho ideia do que está oferecendo.
“O que é isso?”
, pergunto, com um sorriso.
Beau sorri de volta. “Uísque caseiro, cortesia da irmã do Big Joe. Essa merda é
forte.”
“Ah, é? Então tô fora. Tenho um jogo amanhã à tarde. Não posso aparecer com
ressaca de uísque.”
“Muito justo.” Ele pisca os olhos azul-claros para karol. “Quer um pouco,
gata?”
“Não, obrigada.”
“Beau, karol. karol, Beau”
, apresento.
“Por que você me parece familiar?”
, pergunta Beau, olhando-a de cima a baixo.
“De onde te conhe… Ah, já sei! Vi sua apresentação no festival de primavera no
ano passado.”
“Jura? Você tava lá?”
Karol parece ao mesmo tempo surpresa e satisfeita, e me pergunto onde eu
me enfiei esse tempo todo. Como posso ser o único que não sabia desses festivais?

“Pode apostar”
, declara Beau. “E você foi incrível. Você cantou… o que mesmo?
‘Stand by Me’
, acho?”
Ela faz que sim com a cabeça.
Franzo a testa para ela. “Achei que vocês só pudessem cantar composições
originais.”
“Isso é uma exigência para veteranos”
, explica karol. “Quem está no início do
curso pode cantar o que quiser, porque não está concorrendo a uma bolsa.”
“É, minha irmã teve que cantar uma música original”
, comenta Beau. “Estava no
grupo sênior. Joanna Maxwell? Conhece?”
Karol fica boquiaberta. “Você é irmão da Joanna? Ouvi dizer que conseguiu
um papel na Broadway este verão.”
“Conseguiu!” Beau escancara um sorriso orgulhoso. “Minha irmãzinha é estrela
da Broadway. Que tal?”
Chamamos ainda mais atenção agora que estamos conversando com o
aniversariante, mas karol parece alheia a isso. Eu, por outro lado, estou
irritantemente consciente da atenção — de uma pessoa em particular. Sebastian  acaba
de entrar na sala de estar, e seus lábios se contraem quando nossos olhares se
encontram. Aceno para ele, então me viro e planto um beijo decidido na bochecha
de karol.
Ela puxa a cabeça, surpresa, então justifico o gesto aleatório, dizendo: “Já volto.
Vou buscar outra cerveja”.
“Beleza.” Ela se vira para Beau na mesma hora, e os dois continuam
conversando sobre a irmã.
Mas não estou captando qualquer interesse romântico da parte dela, o que
produz uma pontada estranha de alívio. A verdadeira ameaça está do outro lado da
sala, e ele marcha decidido na nossa direção assim que me afasto de karola e
Beau.
Intercepto Sebastian  antes que ele possa alcançar a dupla, dando-lhe um tapa casual
no braço. “ Sebastian . Puta festa, hein?”
Ele faz que sim, distraído, o olhar ainda fixo por cima do meu ombro, em
Karol . Droga. Será que está mesmo interessado nela? Não achei que a nossa
farsa fosse resultar em alguma coisa com a qual eu precisasse me preocupar, mas,
evidentemente, meu plano está funcionando muito bem. Sebastian só tem olhos para
Karol , e não gosto disso. Nem um pouco.
Olho para suas mãos e sorrio. “Vem, vamos pegar uma bebida.”
“Não, obrigado, tô bem assim.” E já está passando por mim, indo direto aonde
não quero que vá.

No momento em que karol percebe sua presença, suas bochechas se coram e
uma expressão de espanto transparece em seus olhos, mas ela se recupera depressa
e o cumprimenta com um sorriso hesitante.
Ai, droga, não! Minhas costas ficam mais rígidas que um taco de hóquei. Quero
ir até lá e tirá-la de perto de sebastian. Ou melhor, puxá-la direto para os meus braços
e beijá-la até o fim do mundo.
Não faço nem uma coisa nem outra — porque, desta vez, eu é que sou
interceptado.
Candelaria  aparece em meu caminho, o cabelo negro  comprido numa trança sobre
um dos ombros que termina bem em cima do decote. Arrasou no visual com um
vestido vermelho mínimo e saltos impraticavelmente altos, mas sua expressão é
tempestuosa até dizer chega.
“Oi”
, diz, com firmeza.
“Oi.” Limpo a garganta. “E aí, beleza?”
Seus lábios se contraem, em desagrado. “É sério? Você chega aqui acompanhado e
é isso que me diz?”
Merda. Metade de minha atenção permanece em karol, que agora está rindo
de algo que sebastian disse. Por sorte, Beau ainda está lá para servir de vela, mas não
estou feliz em ver karol e Sebastian  parecendo tão íntimos.
O restante de minha atenção está em candelaria , e tenho medo de que, de repente,
ela possa fazer uma cena.
“Você disse que não queria uma namorada”
, sussurra.
“E não quero”
, respondo depressa.
Está tão chateada que chega a tremer. “Então como você explica ela?” E ergue
um dedo com unha bem-feita na direção de karol.
Ótimo. Agora estou ferrado. Não posso insistir que não estou num encontro,
porque Sebastian  precisa acreditar nisso. Mas, se disser que estou, candelaria  pode muito
bem me dar um tapa.
Abaixo a voz. “Ela não é minha namorada. É um encontro, sim, mas não é sério,
tá o.k.?”
“Não, não está nada o.k. Gosto mesmo de você! E se você não gosta de mim,
então tudo bem. Mas pelo menos tenha a decência de…”
“Por quê?” Sou incapaz de deter a pergunta que me veio à ponta da língua na
semana passada, quando terminei nosso caso.
Candelaria  pisca os olhos, confusa. “Por que o quê?”
“Por que você gosta de mim?”
Ela fecha a cara, como se estivesse realmente ofendida pela minha dúvida.

Era Uma Vez Na Grécia (Terminada)Onde histórias criam vida. Descubra agora