Cap. 38

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- Aqui, a pizza. - Comento ao entrar. Vejo que Joey já terminou os hambúrgueres e só está me esperando.

- Aí está o seu. Aproveite!

- Obrigada. - Começo a comer o hambúrguer que não tem nem a metade do tamanho dos do Brasil.

- Então... cara bonitão, hein. - Torci muito para ele não tocar nesse assunto, mas é meio inevitável.

- Hm, você achou? - Comento impaciente.

- Achei! Você quer falar o que aconteceu entre vocês?

- Na verdade, não.

- Tudo bem. - Felizmente, Joey não insiste.

- Será que eu posso te convidar para um jantar de verdade?

- Claro! Só não sei se vou aceitar, eu sou difícil. - Joey me olha com um ar falsamente convencido.

- E como eu posso fazer para te conquistar? Tenho que entrar para a polícia? Cometer um crime?

- Hm... provavelmente!

- Mas sério, podemos sair amanhã à noite? 

- À noite?

- Prefiro.

- Não posso, tenho rondas pelo bairro.

- Ah! Odeio que você tenha que salvar os menos favorecidos. Dê uma arma para todos no bairro e venha comigo.

Joey gargalha jogando a cabeça para trás. A gargalhada mais gostosa que vejo em anos. Aquela do fundo da alma.

- Você adoraria isso, não é mesmo?!

- Pode ter certeza. - Não percebo que durante este pequeno diálogo, nos aproximamos muito.

Joey fica perigosamente perto, tanto que consigo até mesmo sentir a respiração dele na minha bochecha. Ele levanta a mão esquerda e faz um carinho suave no meu rosto. Há muito tempo não sentia um carinho tão bom, com inconsciência, fecho meus olhos e tombo minha cabeça na mão que me acaricia. Com os olhos fechados, não vejo quando Joey se aproxima ainda mais, encostando sua boca na minha. Não recuso seu beijo.

Quando o beijei no bar, eu imaginei Harry, uma coisa que não me orgulho de ter feito. Meu maior medo, era repetir isso. Não quero ser injusta com uma pessoa que está me fazendo tão bem. Para mim, era impossível conseguir beijar outra pessoa sem pensar nele, pensei que esse seria meu purgatório. Então, fiquei esperando os olhos dele surgirem na minha mente, a sensação do toque, esperei por ele, propriamente dito.

Mas então, ele simplesmente, não veio. Tudo que senti foi a língua de um romance novo, senti borboletas no estômago do desconhecido. Tudo como era antes. Meu peito relaxa e consigo aproveitar isso. Duas pessoas solteiras, se beijando, e só. Joey segura firme minha nuca e me puxa, como se fosse possível eu me encostar mais nele. Seguro sua cintura, e sinto uma ondulação diferente. Me separo em um pulo.

- O que foi? - Pergunta.

- Sua arma, me assustou. Nunca encostei em uma antes. - Sorrio limpando restos de um beijo ardente ocorrido segundos atrás.

- Para ser namorada de um policial, tem que saber atirar! - Joey gargalha e eu acompanho dando meu melhor sorriso falso. Ainda não conversamos sobre isso, na real eu nem sei se quero alguém agora. Eu sei que quero conhecer Joey, mas namorar... não tenho certeza. Estamos no caminho.

- Eu passo! Bom, vamos comer logo. Tem uma pizza ainda.

- Vamos.

[...]

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