Cap 47

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O dia parece diferente hoje, mais ensolarado talvez. Vi pássaros passando, felizes. Acordei há alguns minutos mas não consigo me mexer, meu entretenimento desde então é olhar a janela, quase consigo sentir o ar puro lá de fora nos meus pulmões, passando nos meus brônquios.

Acordei com o aperto de Harry na minha cintura, me abraçando. Desde então estou aqui, imóvel, não sou capaz de talvez desfazer esse sonho. Ele respira pesado na minha orelha, não vai acordar tão cedo. Infelizmente tenho que sair daqui, preciso fazer uma coisa que já adiei muito.

Faço um esforço e o mínimo de movimentos possível. Retiro com cuidado seu braço de mim e o coloco para trás, me sento na cama e me levanto devagar. Observo ele dormindo, parece um anjo que não dorme há muito tempo. Ele se mexe um pouco e coloca novamente o braço no lugar onde eu estava deitada.

Vou ao banheiro e tomo um banho rápido. Depois que cortei meu cabelo, as lavagens ficaram mais recorrentes e fáceis. Lavo meu cabelo em questão de poucos minutos, o que não acontecia quando tinha os fios maiores.

Lavo todo o cheiro de sexo da minha pele e saio. Visto uma calça jeans e um moletom, calço tênis, e olho Harry uma última vez, ele está na mesma posição. Pego minhas chaves e saio de casa em direção ao meu destino.

Ele só me disse uma vez esse trajeto, e eu nunca mais esqueci. Me lembro pois fica a algumas ruas do Green Park, o primeiro parque que eu conheci quando cheguei aqui. O ar arejado e limpo me conquista a cada vez que venho. A medida que me aproximo, já sinto a atmosfera diferente e inconfundível, e olha que eu ainda nem pensei nas arvores.

Decidi não vir de carro, o dia está realmente agradável. Faço o caminho mais longo onde eu consiga passar por dentro do parque. Vejo várias mães e crianças aproveitando o verão londrino, quase paro e fico admirando. Não sei se estou só admirando o dia e as mães nervosas com suas crianças, ou se estou adiando; não sei se quero chegar .

Finalmente depois de uma grande volta, viro a direita na rua St James's St com a King St e ando até o número 40. Respiro fundo mais uma vez e bato na porta. Espero alguns minutos, e não escuto nada de dentro da casa, me viro para ir embora satisfeita com a minha tentativa, quando a porta se abre atrás de mim.

- Caityn!? Que surpresa boa!

- Oi, Joey. - Observo sua cara bonita de sono. Ele passa o dorso da mão no olho, quase não acreditando que sou eu.

- Desculpe a demora, estava procurando uma camisa. Vamos, entre por favor! - Faço o que ele manda e fico em pé, esperando que ele feche a porta e entre. - Pode se sentar. Você quer tomar um chá? Eu posso preparar café se quiser.

- Chá, por favor! - Me sento no sofá de Joey. Ele sai provavelmente para pegar o chá e eu tenho a liberdade de olhar melhor sua casa. O sofá é branco e amplo. A sala é média com as paredes feitas de tijolos, bem rústica como a maioria das casa deste bairro. Existe um contrate entre os móveis modernos, e a construção da casa que é antiga. A casa dele é bem bonita e aconchegante, o tamanho ideal de uma casa de solteiro. Me lembro dele falando sobre o bairro ser antigo e de uma lei estadual que não o permite mudar nada na estrutura da casa por ela ser um patrimônio mesmo que ele a tenha comprado. O seu patriotismo não o deixa achar essa lei o mínimo ruim, para ele é um prazer morar em um patrimônio estimado, eu não o julgo.  

- Aqui! - Fala me entregando. - Não imaginei que viesse tão cedo. Sentiu minha falta? - Pergunta dando um risinho manhoso mostrando os dentes alinhado e perfeitamente brancos, mas para quando vê que não sorrio na mesma intensidade. - Algum problema? Aconteceu alguma coisa?

- Na verdade, aconteceu! - Joey coloca o chá na mesinha e apoia os braços nas coxas, me olhando; como se fosse algum tipo de terapeuta. - Não podemos mais ficar juntos. - Não consigo enrolar ou amaciar a verdade, não tem um jeito melhor de falar isso. Ele franze o cenho e balança a cabeça, demostrando compreensão e me influenciando a continuar. - E-eu gosto de outra pessoa.

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