Cap. 22

320 36 133
                                    

- Niall! - Ele faz um sinal para que eu abaixe o vidro e assim faço. Era só o que me faltava, ter que explicar o porque estou parada no meio da rua chorando.

- O que aconteceu? - Pergunta preocupado segurando meu rosto. - Eu quase não vejo seus olhos, você está muito vermelha.

- E... que eu... - Soluço. - Quase não... consigo respirar - Soluço. - Direito. - Olho ao redor procurando alguma coisa que me diga onde estou. Vejo um restaurante conhecido, estou perto da casa de Niall, mais perto da dele que dá minha. Estou tão acostumada a fazer esse trajeto todos os dias, que talvez tenha feito no automático. - O que está fazendo aqui?

- Estou correndo. - Aponta para as roupas que só agora percebo serem de corrida.

- Ah! Sim. - Abaixo novamente a cabeça na intenção de me esconder quando sinto meus olhos embaçando.

- Hey, olha pra mim. - Pede. Demoro um pouco para processar, então levanto minha cabeça devagar. - O que aconteceu?

- E-eu... fui na casa dele. - Não consigo terminar a frase ou o raciocínio.

- Ah, ele. Droga, Harry! - De repente Niall abre a porta e pega minha mão me puxando para fora. Reluto mas ele é mais forte e insistente. - Vem aqui. - Quando fico de pé na sua frente, ele me abraça forte. Sem forças eu apenas apoio minha cabeça em seu peito. Niall apoia o queixo no topo da minha cabeça e acaricia minha nuca enquanto fala coisas como: 'fica calma', 'esta tudo bem agora'.

Apenas nós podemos resolver nossos problemas, controlar nossos demônios. Mas as vezes na nossa caminhada, aparecem anjos que não resolvem mas aliviam o fardo. Niall é esse meu anjo. O abraço dele me tirou do chão.

Não sei quanto tempo dura, mas em seus braços eu me acalmo. O cheiro de perfume suado de Niall me acalma. Ele caminha comigo para o outro lado do carro e abre a porta do carona me fazendo entrar. Ele faz a volta, entra pelo motorista e da a partida. Eu me afundo no banco e olho para a janela. Não me importo para onde está me levando, o importante é que ele ainda não pergunta nada, apenas me deixa respirar.

Para mim, o limite do choro é quando você já chorou tanto que mesmo querendo, não consegue mais soltar lágrimas. É como se tivéssemos um reservatório nos olhos, e o limite é quando esse reservatório seca. Eu atinjo esse limite quando entro na casa de Niall. Ele me conduz até a sala.

- Senta aqui. - Aponta para o lugar ao lado dele. - Me conta o que aconteceu. - Me sento. A essa altura parece uma boa ideia conversar com ele, desabafar.

- Ok... hmm... - Agora sem as lágrimas e soluços, sobram a vermelhidão facial, o rosto inchado e a tristeza profunda. - Estava tudo bem entre nós, até ontem. Ele saiu para algum lugar e mudou completamente, da água para o vinho. Eu liguei para ele e uma mulher atendeu e a partir daí ele recusou todas as minhas ligações. Hoje a Elizabeth me aconselhou a falar com ele e eu fiz, fui na casa dele. Foi horrível, Niall, a pior escolha da minha vida. - Apoio meus cotovelos nas coxas e cubro meu rosto.

- Calma. - Niall se aproxima de mim e afaga minhas costas. - Continue quando estivesse bem. - Aceno com a cabeça.

- Nós discutimos, ele disse que eu trai ele por ter ido no bar com Brad aquele dia, se lembra? Insinuou que eu era uma vadia.

- Ah! meu Deus, Caityn. Acho que eu posso ter culpa nisso.

- Como assim? - Eu o olho.

- Digamos que eu seja descuidado em relação ao meu celular desbloqueado em cima dos móveis.

- Tudo bem! Isso não importa mais. - Olho para meus dedos e encontro o anel de sol que forma couple com o do Harry. Quando dei o anel para ele, eu tinha certeza do que eu sentia, e tinha certeza que ele sentia o mesmo. Parece que me enganei. De qualquer forma, eu não me arrependo de ter dado, significa que meus sentimentos são reais e que em nenhum momento eu menti para ele ou para mim. Meu amor é intenso.

Sobre nós H.S #REESCREVENDO# Onde histórias criam vida. Descubra agora