Cap. 33

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De volta à origem, de volta à empresa. Há alguns dias a tour de despedida da One Direcion voltou a ativa e com isso, meus serviços com Niall chegaram ao fim, por enquanto. Me sinto estranha por voltar a trabalhar na minha mesa e em outra função depois de tanto tempo.

O lado bom é que eu não tenho tantas atividades quanto como assistente, o lado ruim é que não estou com Niall. Eu sinto falta daquele loirinho. Eles estão mudando de país a cada três semanas e por conta dos shows e fuso horários, não estamos nos falando tanto.

Outra coisa boa é que minha sala fica um andar acima do das assistentes, então mesmo que Melissa estivesse no prédio, eu não a veria. Eu não tenho raiva dela por ter ficado com Harry, eu tenho raiva do mau-caratismo , de sempre querer pisar nos outros. 

Vamos levar em conta que pelo meu cargo no RH, eu poderia facilmente demitir Melissa. Até recebi essa ideia da Kendra quando almoçamos pela tarde. Mas como eu disse usando um velho ditado popular brasileiro: fruta podre cai sozinha. Não vou ser como ela e puxar o tapete de alguém no emprego por um atrito pessoal. Não posso ignorar que Melissa tem muitos elogios na empresa, digamos que na função, ela é ótima.

Suspiro quando finalmente abro a porta do meu apartamento e a fecho rapidamente. "Lar doce lar" sussurro. Antes de vir para casa, passei em um supermercado e comprei algumas coisas para um jantar somente para uma pessoa. Retiro toda minha roupa para tomar um bom, quente e demorado banho de espuma.

Fecho meus olhos e me perco. Não sei quanto tempo esse banho dura, mas tempo suficiente para meu estômago digerir meu almoço, um sanduíche com pasta de amendoim e bater uma fome tremenda. Me enxáguo e me enrolo na toalha antes de ir para o quarto. Coloco uma roupa bem quente para mais uma noite fria em Londres e estou pronta para ficar no sofá de bobeira.

Quando chego no amado sofá, vejo meu celular vibrando. Assim que pego o mesmo, ele para de vibrar. Vejo no ecrã "9 chamadas perdidas: Cara do bar". Meus olhos duplicam de tamanho. "Droga" e a palavra que ronda minha cabeça e a que repito a cada 6 milissegundos, enquanto eu me sento no sofá e retorno a ligação. Caixa postal em todas as minhas 5 tentativas.

Me levanto conformada e acato o conselho do Brad daquela mesma noite no bar: para superar alguém, fala para si mesma, o que te incomodava na pessoa. Não que eu tenha que superar o cara do bar, afinal foram só alguns beijos em uma noite, mas me sinto mal por marcar um jantar e não ir. Pela quantidade de ligações deixadas, concluo que ele realmente queria jantar comigo.

Na noite em que o conheci, eu dei meu primeiro passo para superar Harry, mandando-o ir se foder, mas acabei dando o segundo logo em seguida. Beijei uma boca desconhecida, a primeira que sorriu para mim. O nome dele era algo como, Joshua, Josh ou John, eu realmente não me lembro, mas me lembro que ele era o cara do bar.

Já no final da noite quando Niall queria ir embora, nos despedimos, ele pegou meu número, me convidou para jantar e disse que gostou de mim. Eu sempre invento uma desculpa para não sair com quem não quero (tenho um leve problema em dizer não) mas por estar embriagada acabei aceitando.

Para ser bem sincera, eu nem me lembro direito do rosto dele, mas lembro da sensação de beija-lo. Foi tão, tão, Harry. Isso porque eu fechei meus olhos, e imaginei ele. Eu sei que o que eu fiz não foi justo nem legal, mas não pude me controlar ao sentir uma boca na minha novamente, não pude resistir imaginar aqueles olhos verdes e aquela boca macia me causando milhões de sensações.

Decido preparar meu jantar, a única coisa que me resta. Quando estou para chorar cortando cebola, ouço meu notebook apitando no quarto. Não podia ser outra pessoa além de Niall me ligando pelo Skype.

"Olha quem se lembrou de mim." cumprimento ao aceitar a chamada.

"Eu nunca te esqueci, baby." Flerta. Gargalho enquanto vou de volta para cozinha e ajeito o computador em uma prateleira onde pegue perfeitamente meu corpo da cintura pra cima e o que estou fazendo, no caso, cozinhando. "O que está fazendo?"

"Estou preparando meu jantar. Azar o seu não está aqui para jantar comigo."

"Ou sorte." Comenta me fazendo revirar os olhos.

"Sabe o que foi um grande azar?" Me encosto na pia olhando para tela. Niall me olha com certa curiosidade. "Eu me esquecer do jantar que marquei com aquele cara do bar." Escuto a risada, aquela risada estridente de Niall. "Não ria."

"Eu sabia que não estava nem um pouco a fim de sair com ele, mas marcar e não ir" ouço mais risada. "Achei que não fosse capaz disso, Caityn."

"Pare! Não foi de propósito. Está fazendo eu me sentir pior. Agora eu faço questão de sair com ele."

"Será o pior encontro de todos."

"Meus encontros sempre são os melhores..." Meu celular apita no sofá. "Deve ser ele." Comento com Niall enquanto lavo minhas mãos.

Olho para a tela do mesmo celular há 6 anos e vejo uma notificação do banco central de Londres no meu e-mail.

"Caityn!?" A voz de Niall parece me guiar para fora da bolha. Caminho até a frente da tela do notebook novamente. "Está tudo bem? Sua cara está péssima"

"N-iall..." Não consigo formular uma frase.

"O que foi?" Niall antes deitado na cama, se senta para me escutar melhor.

"Eu... eu...''

"Você vai me fazer sair de Los Angeles só para te dá um tapa? Está me deixando preocupado." Percebo que tentar falar não está adiantando já que não consigo formular uma frase, então, pego um copo de água, o notebook e vou me sentar no sofá, no intuito de me acalmar.

"Respira, isso." Niall também tenta me acalmar, mas mal sabe ele que essas palavras nunca funcionam. "Agora fale."

"Eu acho que estou rica." Falo baixo.

"O que? Eu não entendi."

"Eu estou rica. NIALL, EU ESTOU RICA!

"O que!? Como assim!? Me explica isso direitinho."

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