Capítulo 6

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 O período da manhã no hospital estava sendo calmo e pacato, quase não havia movimento, exceto pelo entra e saí constante de jovens interessados na vaga de emprego. Tia Sophie demonstrou frustração e cansaço conforme ficou claro que nenhum deles estava apto para exercer a função, por mais simplória que fosse.

O meu dia estava sendo bem agradável, mesmo que eu desconfie que o Dr. Carlisle esteja me vigiando de longe, é fácil pegá-lo olhando meus movimentos. A teoria é que Edward comentou sobre a minha doença e agora ele teme que algo de ruim aconteça comigo, embora esteja familiarizada com a idéia de partir.

O livro "A Bela e a Fera" foi colocado sobre a superfície do balcão com extremo cuidado e almejo, resolvi aproveitar o horário de almoço e ler enquanto me alimento. A chuva caindo lá fora impediu que saísse para comer fora, então trouxe uma porção de frango assado e legumes de casa, uma de minhas poucas especialidades.

- Megan, como está se sentindo? - Pulei assustada ao ouvir a voz de Carlisle.

- Bem e o senhor? - Indaguei fechando o livro e o olhando com curiosidade.

- Estou bem, obrigada por perguntar - Ele sorriu abertamente - Sua tia contratou alguém? - Questionou.

- Não, os candidatos estão sendo uma verdadeira decepção - Respondi sorrindo - Posso ajudar em algo, Dr. Cullen? - Perguntei.

- Meu filho acabou de ligar e confirmou estar chegando em alguns minutos, mas estarei em meio a uma cirurgia importante - Afirmou e liguei os pontos imediatamente.

- E o senhor espera que eu possa ajudá-lo a encontrar a sala de Sophie - Completei escondendo a minha frustração.

- Se não for muito incômodo - Ele concordou e comecei a brincar com os anéis em meus dedos.

- Certo, eu posso fazer isso - Cedi após algum tempo ponderando.

- Obrigada, Megan - Ele agradeceu e caminhou para longe.

Respirei fundo e amaldiçoei até a próxima geração da família Cullen, eles são tão enxeridos e intrometidos, começando por Alice e Rosalie insistindo em fazermos compras. De algum jeito aquelas duas malucas conseguiram o meu número de celular e agora não tenho paz ou sossego, sem mencionar Edward, aquele perseguidor juvenil.

É estranho que ele tenha ficado interessado em arranjar trabalho justamente depois daquela conversa com tia Sophie, é como se ele soubesse cada palavra dita ou pensamento tido. Novamente brinquei com os anéis em meus dedos e notei a aproximação nada sútil de Edward, ele olhou fixamente para mim.

Ergui a sobrancelha ao perceber o estado deplorável e bagunçado de seu cabelo, mas ainda sim ele parecia deslumbrante, o garoto se encostou na bancada e me olhou com verdadeira adoração. Permaneci em silêncio e aguardei que ele desse o primeiro passo e iniciasse o diálogo, um sorriso divertido surgiu em seus lábios.

- Senhorita Jones, boa tarde - Desejou e sua formalidade lembrou das conversas que tive com meu avô.

- Cullen, seu pai explicou a situação e estou aqui para ajudar - Levantei, ajeitando a blusa de mangas longas xadrez - Por favor, acompanhe-me e o levarei ao local certo - Pedi de forma neutra e educada.

- Obrigada - Ele sorriu e seguiu ao meu lado em silêncio, o que agradeci - Como você está? - Indagou e reprimi a vontade de xingar.

- Sobrevivendo e você? - Respondi e ele pareceu surpreso com o tom rígido e áspero de minha voz.

- Podemos dizer que estou na mesma situação - Afirmou enfiando as mãos nos bolsos da calça - Tem alguma dica para impressionar sua tia? - Questionou.

Alem do Tempo - Edward CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora