Alem do Tempo - Edward Cullen

Capítulo 49

Tudo foi decidido na última hora, mas as ideias foram surgindo rapidamente, temos um velório em andamento e todos os familiares e amigos foram notificados. Carlisle, apesar de contrário a ideia, conseguiu arranjar um corpo feminino parecido comigo, mas ninguém iria ver, optamos pela cremação, a garota sofreu um acidente e morreu.

Sua família nunca apareceu ou foi atrás de informações, não sinto orgulho disso, mas ela é minha única salvação, decidimos cremar o corpo e enterrar as cinzas, assim não temos com o que nos preocupar. Observei o choro e agonia de meus pais de longe, senti o clima e atmosfera triste do lugar, todos sofriam com a minha suposta recaída mortal.

Eu estava sentada no galho mais alto e elevado de um pinheiro, desesperada para ter coragem de invadir o funeral e dizer que estou viva e saudável, porém eles merecem ter uma oportunidade de dizer adeus, mesmo que não seja eu naquele caixão. Eu aceitei tudo e toda consequência trazida pela imortalidade, mas não imaginei que seria assim, tão mórbido, as emoções negativamente intensas.

Os Cullen também estavam lá, Edward é o principal alvo das lamúrias e abraços, tive o desprazer de ver minhas primas tentando ser solidárias, aproveitando o momento de quase fragilidade para dar em cima dele, Rosalie foi incisiva em manda-lás para longe. O caixão foi decorado com flores e velas perfumadas, sua cor marrom brilhando, admito ter sido fácil de me imaginar sendo velada.

Foram anos convivendo com a possível chegada da morte, durante anos o câncer foi a única certeza predominante em cada dia de existência, a transformação trouxe aquilo que perdi eventualmente. Fiz uma decisão egoísta e não me arrependo, faz parte de amadurecer e tomar decisões que afetarão seu futuro, sua vida deve ser vivida ao máximo.

Quando soube que iríamos mudar para outro país, deixei algumas lembranças para a família que amei e senti segurança desde meu nascimento, foram vídeos caseiros e um álbum repleto de fotos e colagens. Não apaga a minha ausência, porém eles sempre terão a maior parte de meu coração e alma, todas as melhores lembranças estão envolvida com a presença admirável e familiar.

Permaneci firme e forte, sabendo que em poucas horas estaremos bem longe daqui e seguindo para a Dinamarca, ninguém iria ter capacidade de desconfiar de algo, Edward foi convincente em sua atuação. Inclusive meus pais apoiaram a decisão de se mudar, Forks é cheia de memórias, muitas delas são vividas unicamente por nós dois, foi aqui que tivemos a primeira conversa e o casamento.

- É horrível vê-los assim - Afirmei vendo a cabeça dos vampiros acentirem de maneira discreta e imperceptível para humanos - Sou a razão de tudo isso - Lamentei chorosa.

- Sinto muito, amor - Sussurrou Edward e suspirei rendida, não tenho direito de tornar a cena ainda mais desgastante.

- Não é culpa sua, querido - Respondi de imediato, frustada com a situação complexa e emocionalmente instável.

Os vampiros estavam reunidos na área sombreada do cemitério, infelizmente poucos raios de sol ultrapassaram as nuvens e foram responsáveis pela claridade parcial do campo aberto e rochoso. O caixão foi enterrado com um discurso emocionante ao fundo, a música suave tornou a cena inesquecível, o cheiro de lágrimas indicou que muitps não aguentaram o baque e cederam.

Ver meus pais destruídos foi demais, eu não poderia ver a continuação daquilo, corri e pulei até o telhado da mansão, a paisagem de Forks é belíssima e única, entendo a razão de muitos optarem por viver aqui e nunca querer se mudar. Edward chegou minutos depois e o vampiro me abraçou apertado, ciente de todo estresse que senti, meu marido afagou minha cabeça e beijou o pescoço.

- Eu estou aqui... - Murmurou baixinho, o carinho em sua voz trouxe reconforto, mas eu levarei um tempo para superar.

- Obrigada - Agradeci envolvendo meus braços ao redor de sua cintura - Por tudo, meu amor - Agradeci por tê-lo conhecido.

Continuamos ali, abraçados, sem muita coragem para enfrentar os problemas, porém Alice surgiu em nosso campo de visão e teve que interromper o momento, havia chegada a hora de irmos embora. Edward concordou, ele saiu e pegou todas as malas que estavam em nosso quarto, mordi os lábios e saltei próximo de Rosalie e Emmett, ambos sorriram tristes me abraçaram de lado.

- Sinto muito, irmãzinha - Emmett falava sério, ele nem mesmo sorria.

Apenas acenti e entrei no Volvo prata de meu companheiro, notei a movimentação dos outros membros do clã, entretanto ignorei e a paisagem se tornou estranhamente agradável e atraente, espero que a Dinamarca me ajude a superar esse desastre. Edward entrou e não escondeu a preocupação, ele ligou o carro e o som do motor chamou atenção, seguimos na cola de Carlisle e Esme.

Alice e Jasper vinham logo atrás e eles sorriam empolgados, provavelmente tendo as melhores perspectivas para o futuro, eles não desgrudam um do outro, é romântico vê-los e observar o amor cultivado ao longo dos anos que estiveram unidos. Emmett e Rosalie são excêntricos e extremamente exagerados, eles estão ouvindo música e planejando formas de estrear a casa nova, criativos.

- Vamos ficar bem - Sussurrei unindo as nossas mãos, Edward sorriu.

- Eu tenho certeza disso, Megan, jamais irei sair do seu lado - Prometeu beijando meu rosto com verdadeira adoração.

- Acha que consigo me adaptar a escola e a tentação do sangue? - Indaguei tentando o impossível para manter a mente ocupada, as imagens do funeral foram fortes.

- Confio em você, querida, e Alice teve a confirmação através de visões, não precisa se preocupar - Assegurou confiante.

Em determinado momento, um raio puro e brilhante de sol atingiu nosso carro e acabei sorrindo com a imagem de Edward reluzindo, exatamente como eu, e naquele instante tive a confirmação de que faria tudo novamente e sem pensar duas vezes, meu companheiro é o amor da minha existência, eu não viveria ou suportaria viver sem ele comigo, sem ouvir as suas piadas horríveis e o sorriso torto, somos eternos amantes e almas gêmeas.

Eu enfrentei a dor, sofrimento e agonia, a incerteza do futuro e se queria a eternidade como vampira, eu enfrentei o medo e dilemas adolescentes, lutei contra a inveja e conheci o amor em sua verdadeira essência. Sacrifiquei aquilo que mais amei, a família, e ganhei uma segunda, os Cullen, conheci a real extensão e dimensão da minha força e coragem, tenho a certeza que esse é meu mundo.

- Juntos para sempre? - Perguntei vendo que ultrapassamos a placa de Forks, é oficial, estamos indo embora.

- Para sempre - Edward reafirmou sendo encorajador e positivo.