Capítulo XXIV

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Ino estava parada observando Sasuke, que estava sentado em um bar qualquer de Konoha

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Ino estava parada observando Sasuke, que estava sentado em um bar qualquer de Konoha. Ele tinha a cabeça baixa e um copo na mão, estava com o semblante caído e parecia querer atacar alguém a qualquer momento, estando mais arredio e irritadiço do que o habitual. O que será que se passava na cabeça do Uchiha? A Yamanaka queria saber, queria poder consolá-lo de seja lá o que for o que o afligisse. Se aproximou vagarosamente até o balcão onde o ninja se encontrava, e ele — que até então estava de costas para ela — virou-se, a olhando com seu menosprezo aparente.

— O que você quer? — foi rude, e o sorriso que a loira levava nos lábios morreu. — Espero que não queira encher meu saco com o seu histerismo, porque eu não te suporto mais.

Os olhos de Ino se encheram de lágrimas, ela não esperava ser tratada tão mal por ele. Por que ele estava falando assim? Mesmo que tivesse jurado vingança ou gritado várias vezes que o odiava, ser tratada daquela forma por ele era devastador, ainda mais quando ela não tinha nem ao menos falado nada para o aborrecer daquela maneira. No fundo, Ino sentia que ainda era uma adolescente apaixonada que implorava pela tão sonhada atenção do ninja.

Mesmo que dissesse que o odiava, ainda seria capaz de morrer por ele.

Ino suspirou e olhou para um canto do bar onde havia dois homens a olhando com cobiça. Pensou em ir até lá, chamar algum dos dois para sair daquele lugar, só para provocar o Uchiha um pouco, mas pensou bem, aqueles dois homens a causava repugnância apenas por olhar para eles. Não que fossem feios, mas a forma como eles a olhavam era nojenta.

A loira gostava de ser cobiçada e desejada explicitamente, e do efeito que na maioria das vezes causava aos homens, porém, mesmo que aquilo alimentasse seu ego, era cruel analisar toda aquela situação. O homem a quem amava e desejava — o único e verdadeiro — estava ao seu lado, a ignorando completamente, enquanto havia dois brutamontes que a devoravam com os olhos a alguma distância. Pensou em recorrer a Sai, mas logo depois lembrou que o ninja não estava na aldeia, saiu em missão. Era nesses momentos em que o ninja fazia toda falta, ele era seu consolo mais confiável.

Sasuke estava frustrado. Havia procurado a Haruno com o propósito de fazer com que ela acreditasse que ele estava arrependido pelo passado, mas tudo que conseguiu foi se sentir como um completo imbecil, ao descobrir que ela estava com alguém em sua casa. Não que fosse inocente ao ponto de pensar que a Sakura nunca tivesse se relacionado com alguém, mas não esperava que ela estivesse ali, naquele momento, e ainda agindo com naturalidade diante disso. Como se ele não fosse ninguém importante, como se a situação não a deixasse encabulada.

Baixou os olhos até a mão que segurava o copo e passou a lembrar da Sakura que um dia conheceu, uma garota cheia de fantasias e apaixonada, que nunca teria o rejeitado daquela forma. Pensou no lindo sorriso que ela tinha e nos toques tímidos que ela lhe dava  toda vez que se beijavam, sorriu discretamente ao se recordar em como ela corou quando em uma noite, em meio a ardentes beijos ele subiu as carícias por suas coxas, e em como ela mordia o lábio inferior com nervosismo e timidez; naquele dia não havia acontecido nada entre os dois porque ele escolheu esperar para tê-la — já que o casamento estava tão próximo —. Sasuke fechou os olhos e pôde jurar que sentia a antiga noiva tocar em seu rosto e beijar o canto da sua boca carinhosamente como sempre faziam quando se encontravam. De repente, em meio a todos esses pensamentos cheios de saudade e amargura, ele lembrou da Sakura que viu na noite passada, a expressão carregada de indiferença e repulsa ao qual ela o dirigiu, com uma frieza que ele nunca pode imaginar que ela poderia dirigir a alguém um dia.

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