— Eu não sab… — Shizune começou e foi interrompida por Kakashi.
— Chega, Shizune! — o homem vociferou.
Kakashi estava no escritório de Shizune e se encontrava visivelmente alterado. A médica tentava explicar que não sabia nada sobre a estada de Hideki na vila, mas o homem não permitiu que ela terminasse de falar. O Hatake andava de um lado para outro, irritado.
— Não importa quantas vezes você me diga que não sabia que o Hideki estava na vila se passando por outra pessoa. — parou e olhou para a morena — Eu sei de toda a verdade! — gritou.
Shizune estava parada com os olhos arregalados.
— Posso explicar Kakashi… — sussurrou.
— Não! — interrompeu novamente — Apenas faça o que eu mandei!
Shizune fitou o chão e assentiu, envergonhada. Kakashi tinha razão para o seu súbito ataque de fúria. Ela havia realmente escondido dele a estada de Hideki na vila. A morena sentiu seu corpo estremecer quando o Hatake a encarou com olhos furiosos. Ele parecia descontrolado.
Sem dizer mais nada, Kakashi saiu pela porta e a fechou com força. Andando pelo hospital com um semblante tão fechado, que conseguiria afugentar o mais receptivo dos homens. Qualquer um que olhasse para o líder de Konoha saberia que aquele não era um bom momento para cumprimenta-lo.
Quando Kakashi passou por Sakura na recepção, ela soube que ele não estava bem. O homem apenas a olhou e desviou o olhar. Estava sério e taciturno. A Haruno que estava entrando no hospital naquele momento, parou. Para virar-se e encarar as costas do homem atrás de si.
“O que está acontecendo?” perguntou para si mesma, enquanto recomeçava a andar em direção à sua sala. Havia se passado mais de uma semana desde a morte de Hideki, e a vida de Sakura havia voltado ao seu ritmo normal.
Sakura havia voltado ao hospital, Kakashi não precisa mais dos seus cuidados médicos e nem do seu auxílio em seu escritório. Pelo menos foi isso que Tsunade julgava.
Ainda com a imagem de Kakashi na cabeça, Sakura caminhou a passos calmos para seu escritório. Depois o questionaria. Nos últimos dias, o Hatake andava estressado e sombrio de mais, e mesmo que ele continuasse o mesmo de sempre com ela, o seu comportamento era muito estranho. A ninja tinha quase certeza que isso ainda se devia a morte do nukenin da névoa.
Quase.
Sakura parou na mesa da sua assistente e a fitou, ela também andava estranha nos últimos dias. Parecia estar abatida. A Haruno se aproximou da mesa de Fumiko e pigarreou, chamando a atenção da mulher, que a encarou com olhos tristes.
— Está tudo bem com você? — a médica perguntou preocupada.
Fumiko suspirou e olhou para as próprias mãos, sem saber como responder. Estava arrasada com a morte de Hideki, mas não poderia conversar com ninguém acerca disso. Principalmente Sakura.
Buscando forças para sorrir, a mulher assentiu. Sakura continuava a encará-la, como se não acreditasse.
— Estou apenas cansada, Sakura-sama. — garantiu — Logo passa. — “Não, não vai passar.” pensou.
— Tudo bem. — Sakura respondeu, ainda preocupada — Acho que te darei férias.
Fumiko piscou com surpresa.
— Mas eu já tirei férias Sakura-sama! Não precisa fazer isso por mim.
Sakura pegou os papéis que estava em cima da mesa da mulher.
— É claro que precisa. — sorriu — Até daqui a duas semanas, Fumiko. — acenou.
Fumiko ficou observando Sakura andar até a porta e entrar em seu escritório. Não esperava uma atitude tão boa de sua chefe. Talvez ela não fosse tão ruim assim. A mulher suspirou com tristeza.
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Flores de vidro
Fiksi PenggemarÀ dois anos, Sakura Haruno saiu de Konoha após ver seu mundo desabar por conta daqueles que um dia lhe fizeram acreditar que a amava. Agora, de volta a vila, ela ver-se cercada pelo que a machucou. Porém, ela já não é a mesma. Seus sentimentos e emo...