(Ontem)
“ Sai alisava cada centímetro corpo bem desenhado de Neji, os dois estavam abraçados sem nenhuma roupa e cobertos de suor sobre a cama do Hyuga, acabaram de chegar o prazer juntos.
De repente, Neji pareceu inquieto.
— Vamos embora de Konoha, juntos. Você e eu. Somente nós dois — disse em um rompante com certo desespero na voz — O que acha? — Sai ficou rígido em seus braços e ele o tocou — Por que está hesitando em responder?
Não sabendo como reagir diante da declaração, Sai beijou Neji e encarou seus olhos perolados.
— Neji — deu uma pausa — Somos dois ninjas gays, eles nunca nos aceitariam.
— Você não me ouviu? Vamos para longe dessa vila! — disse triste pegando o pulso de Sai.
Sai se soltou do aperto do Hyuga e sentou-se de costas para ele na cama.
— Não.
— Por que não?
— O que deu em você? — Sai virou-se para encarar Neji com certa indignação na voz — Pensei que fosse um homem inteligente — disse querendo parecer frio. — Você tem um clã inteiro e uma reputação a zelar. Eles confiaram em você, e eu não posso estragar sua vida assim.
Neji pulou da cama furioso.
— Você tem razão. Não sei o que deu em mim. — falou vestindo o roupão — É melhor assim, não é? Você correndo atrás da sua vingancinha de merda e eu me casando com alguém com quem só me deitarei para ter filhos. Seremos dois idiotas sendo infelizes, mas agradando a todos.
Os olhos de Sai marejaram. ”
(Agora)
Ino vestia sua roupa de costas para Sai que estava sentado em sua cama terminando de se vestir. Ela havia o procurado naquela manhã, porque se sentia carente e sozinha, e o ninja sempre atendia seus caprichos prontamente. Sabia que Sai guardava alguma mágoa sua, mas divertia-se ao vê-lo sempre querendo sua atenção, mendigando migalhas de um amor que nunca foi seu. Mesmo que o ninja relutasse, se debatesse ou reagisse contra o que sentia no começo, Ino sempre soube que ainda o tinha em suas mãos.
Há quase um ano os dois andavam tendo um caso. Quando Sasuke saia em missões ou simplesmente não voltava para casa sem dar explicação alguma, era a Sai a quem Ino recorria. E após o divórcio, ela passou a procurá-lo mais.
Ino poderia já ter dado um basta em tudo aquilo, encerrado todo aquele teatro e dito a Sai que estava tudo acabado entre os dois; dizer também que não precisa mais do seu consolo, das flores que por vezes ele lhe dava ou do seu amor. Mas aquilo alimentava seu ego, acabar com aquilo que eles tinham seria igual a destruir uma diversão particular, sua fonte de prazer em momentos oportunos. Por isso que por enquanto, o que importava para a Yamanaka, era ter seu brinquedo aos seus pés. E ela o tinha por simplesmente aceitar seus carinhos e fingir se importar com o seu coração ao dizer-se arrependida por tudo que fez. Isso duraria até quando ele a tratasse como merece: como o centro da sua vida.
Em sua concepção, Sai estava ali unicamente para servi-la, como o bom substituto do Sasuke que era.
Todavia, Ino achou estranho a forma como Sai andava quieto e pensativo naquele dia. Ele parecia refletir sobre algo. Diante do comportamento anormal do homem, resolveu falar.
— Por que está tão calado? — a loira terminava de fechar o zíper da blusa.
Sai fechou os olhos por alguns segundos, mesmo levando Ino para a cama — coisa que conseguia por focar apenas na beleza do que na mulher em si durante o ato — ele não gostava nenhum pouco de estar na companhia da loira e não precisava de livros para explicar a repulsa que sentia por ela. O som da voz da Yamanaka pareceu ricochetear em sua cabeça, porém, para manter sua atuação, não podia deixar transparecer o asco que estava sentido dela, então colocou um sorriso falso no rosto e levantou-se da cama, a fitando.
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Flores de vidro
Hayran KurguÀ dois anos, Sakura Haruno saiu de Konoha após ver seu mundo desabar por conta daqueles que um dia lhe fizeram acreditar que a amava. Agora, de volta a vila, ela ver-se cercada pelo que a machucou. Porém, ela já não é a mesma. Seus sentimentos e emo...