Capítulo 12

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Gemo, sentindo uma pontada na minha cabeça

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Gemo, sentindo uma pontada na minha cabeça.

Rolo pela cama, puxando o cobertor pra cima até cobrir meu rosto do sol que se infiltra pelas cortinas. Engulo a bile de volta (nem pensar eu vou vomitar). Merda, Zack, não devia ter me deixado beber tanto.

Desconfortável, me viro novamente, para o outro lado, e quando o cobertor sai um pouco do meu rosto eu vislumbro alguém sentado na outra cama, encostado na parede com os braços cruzados.

Dou um grito e me sento, jogando o travesseiro no invasor.

- Que porra está te a dar? - Ele resmunga, atirando o travesseiro para o chão, e eu reconheço a voz.

Esfrego os olhos, espantando o resto de sono.

- Dean? - Olho para ele. - Que merda você tá fazendo aqui?

- Nós vamos esclarecer as coisas, garota dos nudes.

Garota dos nudes? Ele... O que? Como assim?

Decido me fazer de desentendida.

- Olha, Dean, se você não reparou, eu tô de ressaca. Não tô pras suas piadinhas hoje. - Me jogo deitada na cama de novo. - Agora dá licença, vai.

- Eu não tou brincando, Alice! - Ouço ele se levantar e o olho. - Eu vi a caixa. Vi as mensagens, vi as fotos, as lingeries. - Dean olha para o nada.

Eu fico tensa da cabeça aos pés.

Pensa, Alice, pensa...

- Mexeu nas minhas coisas? - Pergunto em tom ameaçador, me sentando, tentando mudar de assunto.

- Mexi. - Olha em meus olhos, mas eu desvio o olhar. - Mas não pensei que fosse descobrir essa merda. Você pensa que pode brincar com a minha cara? Eu sou um brinquedo para você, por um acaso?

- Não sei do que você tá falando. - Cruzo os braços, me fazendo de burra.

Realmente não quero ter essa conversa.

- Chega de jogar comigo, Alice! - Dean se exalta, levando a mão aos cabelos. - O que eu fiz a você para merecer isso? Me explica, o que você tem contra mim?

Abro e fecho a boca várias vezes, sem reação. Merda, o Tony tinha razão, ele vai ficar magoado pra caralho.

Respiro fundo e olho para meu próprio colo, reunindo coragem.

- Não era um jogo... - Digo, baixinho. - Você não vai entender. - Nego com a cabeça.

- Tenta. - Ri amargamente e eu sinto um arrepio de arrependimento. - Porque eu só vou ficar nessa casa se você me explicar esse seu jogo doentio!

- Eu não tenho que me explicar pra você. - Cruzo os braços, trincando o maxilar.

- Então, muito bem. - Dean me olha magoado e meu coração se parte em dois, quando ele anda na direção da porta.

Não, não, não, não, não... MERDA!

- DEAN! - Quase grito. - Espera aí! - Me levanto da cama num pulo. - Eu conto...

Dean olha para mim e acena.

- Certo... fale. - Cruza os braços.

Me sento na cama, de repete me sentindo tonta. Olho para o nada, puxando as lembranças.

- Eu... - Respiro fundo. - Eu não fico com ninguém desde... Desde James... - Contorço as mãos no colo. - Não consigo nem deixar que um cara me toque ou me passe uma cantada. - As palavras começam a jorrar. - Quando isso acontece eu simplesmente congelo, as lembranças me atacam e eu fico paralisada de medo. Quando passa, eu bebo pra esquecer. - Finalmente olho para ele. - Foi isso o que aconteceu ontem. - Tento sorrir, sem sucesso.

- Sinto muito pelo aconteceu, mas não mude de assunto. - Ele trinca o maxilar.

- Eu vou chegar lá. - Suspiro. - Só quero que você entenda o porquê fiz o que fiz.

Desvio os olhos dele, olhando minhas próprias mãos.

- Você tava me evitando desde aquele dia. Seis malditos meses, Dean, e você ficou me evitando. Eu... Senti sua falta... - Confesso.

- Eu também senti a sua falta, Alice. Me torturava todos os dias olhar e ver você ali e não poder falar com você. - Nega com a cabeça. - Mas isso não significava que eu iria mandar nudes para matarmos a saudade.

Dou uma risadinha nervosa.

- É, isso... - Respiro fundo. - Eu... Bom, como te disse, eu não conseguia ser tocada sem lembrar do James e sentia sua falta e... Fui idiota. Resolvi testar se você ainda se sentia atraído por mim, mas não conseguiria fazer isso ao vivo, então... Nudes. - Dou de ombros, como se não fosse nada.

- Você me fez confessar coisas que não queria confessar. - Ele fala com amargura. - O quanto você riu da minha cara quando eu falava que gostava de você?

- Eu nunca ri da sua cara. - Encaro seus olhos. - Dean, você tem que acreditar em mim... Eu nunca... NUNCA me diverti às suas custas.

- Eu quero acreditar em você, Alice. - Dean morde o lábio e eu acompanho o movimento com os olhos. - Juro que quero, mas... está difícil. Como eu fui tão burro? Estava tudo debaixo do meu nariz.

Suspiro.

- Eu... - Respiro fundo. - Não sei o que dizer... Desculpa? - Encaro seus olhos.

Dean me olha e suspira, desabando no chão perto da porta e se encostando na parede.

- A Angel sabia?

Faço que sim com a cabeça.

- O Tony também. Adivinhou. Foi ele quem me abriu os olhos e disse que era uma ideia ruim.

- E no entanto, eu sou o burro que ficou sem saber. - Ri amargamente e olha para mim. - Talvez seja melhor eu dar um tempo, ir dormir na minha casa... sei lá.

- Não, não. - Nego com a cabeça. - Não vou deixar que você perca a diversão por uma burrada minha. - Suspiro. - Eu... Eu mantenho distância de você, prometo. - Mordo o lábio e desvio meu olhar. - Mas quero que fique aqui...

- Mas eu não quero manter a distância. - Ele passa a mão no rosto. - Eu... Podemos, sei lá... Esquecer que isso aconteceu, ou começar de novo. Estávamos nos dando bem, antes... antes do incidente na praia.

Fico quente ao lembrar da semana passada, quando Dean quase me beijou. Fiquei a semana toda me perguntando por que não travei quando ele me tocou...

"Porque você gosta dele, bobinha", uma voz lá no fundo da minha cabeça diz, mas afasto o pensamento.

- Eu... É... - Limpo a garganta. - Então você vai ficar comigo? Digo, aqui, na casa... - Me apressou em me corrigir.

Dean acena, mordendo o lábio, e olho por todo meu quarto.

- Eu quero ficar com você... - Coça a garganta. - É.. aqui na casa... com vo-cês...

Me sinto aliviada.

- A propósito... Obrigada por, você sabe, me colocar na cama e tudo mais... - Sorrio para ele.

- É... - Ele sorri e eu derreto. - Você tá bem pesada, viu...

- EI! - Pego o travesseiro e jogo novamente na cara dele.

Dean agarra o travesseiro antes que o atinja, mas nós dois começamos a rir. Porém consigo entender que ele não tá tão divertido. Está apenas não querendo mostrar como tá magoado.

Mas uma coisa que não posso deixar de citar... Cara, amo a risada dele.

Bad boy | Livro 2 - The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora