Capítulo 40

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Paro o carro na frente da casa da minha mãe e ando até à mesma

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Paro o carro na frente da casa da minha mãe e ando até à mesma.

Bati à porta e demorou um tempo para ser atendido ao chamado, mas finalmente vejo ela aparecer do outro lado assim que a porta é aberta.

- Filho? - A mesma franze o cenho. - Está tudo bem? O que está fazendo aqui?

Entro dentro de casa fazendo ela sair da frente e passo as mãos no cabelo.

- Quem é o meu pai? - Suspiro e olho para ela.

- Que tipo de pergunta é essa? - Fecha a porta e anda até mim. - Andou bebendo?

- Antes tivesse, dona Dixie. - Nego com a cabeça. - Eu só quero que me responda.

- Marcus Guzman. - Cruza os braços contra o peito. - É alguma piada?

- Estou farto que me mintam. - Levanto os braços. - Eu tenho escrito na testa: "Me façam de trouxa"?

- Pode se acalmar e me dizer o que está acontecendo? Isso não é jeito de falar com a sua mãe.

- Foi por isso que você e o meu pai se separaram? - Levanto uma sobrancelha, ignorando o seu comentário. - Você traiu o meu pai...

- Que história é essa? - Estreita os olhos. - Quem te falou isso?

- Samuel Davis disse que eu posso ser seu filho. - Solto a bomba, esperando a sua reação.

Os braços da minha mãe se prendem ao lado do corpo e ela abre a boca pateticamente.

- Ele... Quando ele disse isso? Marcus sabe?

Fico chocado com suas palavras e rio amargamente.

- Você traiu mesmo o meu pai... - Nego com a cabeça. - Não, meu pai não sabe... não sabe ainda, porque quando eu sair dessa sua casa, vai ser para pedir um teste de DNA a ele.

- Não pode fazer isso! - Arregala os olhos para mim em pânico. - Tem muita coisa em jogo, Dean. Não só a nossa família, como a de Davis também. Pense em como Alice ficaria devastada...

- A Alice já está desvastada. - Mordo o interior da minha boca. - Estavamos namorando, sabes? Mas isso acabou quando o pai disse essa brilhante notícia para a gente.

- Céus... - Levo uma mão à testa.

Ando até a sala e me sento.

- Éramos jovens, Dean. Seu pai trabalhava tanto, quase não tinha tempo pra mim... Sei que isso não justifica nada. Mas Samuel estava lá, sempre disponível e tão carinhoso, eu não... Hoje em dia sei que foi um erro. Mas sei pai só ficou sabendo anos depois, e não sabe que foi com o melhor amigo. Então, eu te imploro, por favor. Não conte nada a ele.

A mesma suspira, derrotada.

- Me deixe conversar com o seu pai primeiro, tá legal? Ele não sabe dessa história.

- A cada minuto que passa, a garota que eu amo se enterra mais na decisão de não ter mais nada comigo. - Ando até à porta. - O tempo que tinhas para contar isso para meu pai já passou e já faz um bom tempo que passou. Adeus, mãe.

Fecho a porta atrás de mim e ando para meu carro. Eu preciso falar com o meu pai...

[...]

Abro a porta com a chave e fecho os olhos com força.

Falar para um pai que sabe a pessoa que causou o fim da relação é mais difícil do que eu pensei.

E imaginar que o homem que sempre chamei de pai, que sempre amei e me deu tudo na verdade pode não ser ele.

Suspiro e escuto uma voz das escadas. Pai...

- Filho! - O mesmo desce as escadas e vem até mim. - Caramba, você tá péssimo. O que houve? Conseguiu falar com a Alice?

Aceno com a cabeça e abraço o meu pai com tanta força, como se não permitindo que ele fugisse de mim.

- Eu estou com medo, pai...

- Ei, rapaz. - Dá uns tapinhas em minhas costas e o aperto forte contra mim. - O que houve? Vocês estavam tão bem hoje de manhã..

Olho para meu pai desvastado e respiro fundo ganhando coragem.

- Eu já sei o porquê de você e mãe não estarem juntos.

Ele olha carinhosamente em meus olhos.

- Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você descobriria. - Sorri. - Mas isso não tem haver com você. Sua mãe e eu te amamos mais do que tudo no mundo, e isso não vai mudar, filho.

- Pai... você não entende... eu sei. Eu sei quem foi o homem. - Mordo o lábio desviando meu olhar do seu.

Marcus franze o cenho, mas logo se recupero.

- Isso não importa mais. - Nega com a cabeça. - Foi há muito tempo. Não importa. - Repete, fazendo um gesto com a mão como se afastasse a ideia.

- Pai... - Aperto o meu punho. - Samuel Davis...

- O que tem? - Pergunta.

- Foi ele, pai... - Suspiro. - Ele falou para a Alice que pode ser meu pai. Eu não quero. Eu não quero que ele seja meu pai, eu quero você. Você é o meu pai. Ele é um nojento, tem uma vida dupla e esconde isso da família... eu posso ser irmão da Alice, pai... eu posso ser irmão da mulher que amo.

- Calma, filho. - Segura meu rosto. - Acalme-se, tá legal? Venha.

Deixo-me ser puxado pelos ombros até a sala, onde meu nos serve uma dose de uísque. Entregando-me o copo, se senta no sofá.

- Agora, me conta essa história direito. Samuel e sua mãe... - Aperta o punho no joelho e toma um gole do uísque. - Já falou com ela sobre isso?

Conto a história toda para meu pai. Desde o momento que a Alice chegou em casa, até esse em que estamos aqui sentados.

- Eu quero fazer um teste de DNA...

Meu pai vira a terceira dose de uísque e assente com a cabeça.

- Eu tenho certeza absoluta que você é meu filho. Não me importa o que der na porcaria desse teste, você ainda vai ser meu filho. Aquele puto já tirou minha esposa, não vai tirar meu filho também. - Passa as mãos pelo rosto. - Mas se isso te deixa mais tranquilo, faremos esse teste amanhã mesmo.

- Obrigado, pai... - Bebo o resto da minha dose também. - Eu só quero que dê negativo... eu amo a Alice.

- Eu sei que ama. - Sorri. - E ela te ama também. Vejo isso nos olhos dela quando fala de você.

Aceno e olho ao meu redor.

- Posso dormir aqui hoje? - Engulo em seco. - Não estou preparado para encarar a realidade e também quero fazer logo cedo o teste...

- É claro. - Sorri para mim e retribuo. - Minha casa sempre será sua casa.

Abraço meu pai e suspiro me levantando.

- Vou me deitar... estou esgotado.

- Filho... - Ele se levanta também, fazendo-me e respira fundo. - Independente do resultado desse teste, eu te amo. Isso nunca vai mudar. Eu te vi nascer e te vi crescer, te dei todo o amor de um pai, você é MEU filho no meu coração, não importa o que aquele resultado diga.

Aceno e mordo o lábio contendo uma lágrima no canto do olho.

- Eu te amo, pai. - Subo as escadas e me fecho no meu quarto, me fechando para o mundo.

Bad boy | Livro 2 - The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora