• Lucas •
Quando eu acordei, estranhei onde eu tava. Meus olhos ficaram cansados, quando eu fixei o olhar nas paredes brancas de algum lugar.
Então, como um passe de mágica, as lembranças vinheram na minha mente rapidamente. Lembrei-me de mim correndo com a Lanny em meus braços, saindo do banheiro.
Comecei a entrar em desespero, tentando saí dali, por que minhas mãos estavam com uns fios que eu não sabia nem o que era e qual o nome deles.
- Lanny? - Gritei, sentindo minha garganta seca. - Lanny?
Depois de mais ou menos uns cinco segundos, uma mulher morena que vestia um jaleco branco, apareceu no quarto em que eu tava.
- Calma rapaizinho. - Sua voz era calma, como se não tivesse acreditando nada.
- Tem que ficar calmo.Respirei fundo, tentando não explodir ali e gritar com aquela mulher. Queria pegar no braço dela e obrigar ela falar alguma coisa sobre a minha namorada. Exigi que ela contasse tudo.
- Como ela está? - Perguntei, mas a mulher continuou lá. - COMO ELA ESTÁ? Por favor, fala alguma coisa...
A mulher andou um pouco até mim, tirando aquelas coisinhas que estavam em meus dedos.
- A sua namorada, estar bem. Não aconteceu nada demais. Ela só bateu a cabeça no chão, o que causou o derramamento de sangue. O nosso único problema é que ela perca a memória...- Arregalei os olhos, fazendo com que a mulher parasse de falar.
- Perder a memória? Não! - Aquela altura, eu realmente tava chorando. Senti uma coisa diferente no peito, não sei se era medo ou vontade de tá perto dela.
- Calma. As chances são poucas, mas só vamos saber exatamente quando ela acordar, o que não vai demorar muito. - Ela me olhou fixamente, pra ver se eu realmente tava chorando.
- Cadê os meus amigos? Eles estão aqui?? - Perguntei e instantes depois, a porta se abriu e todos os meus amigos entraram.
A enfermeira, muito educada, saiu nos deixando sozinhos ali.
Benjamim veio até mim e me abraçou, meio desajeitado. Eu era grato por tê-lo como meu amigo. Ele sempre esteve aqui pra me ajudar e eu o ajudava.
Depois veio a namorada dele. Michelly me olhou profundamente, como se sentisse minha dor. Seus olhos estavam inchados, como se ela tivesse chorado pela amiga.
- Vai ficar tudo bem com ela, Lucas. Lanny não costuma ser fraca, ela é forte! - Sorriu, como se tivesse resumindo forças pra também acreditar naquilo. - A mãe dela já tá aqui, pagando tudo certo. Daqui a pouco ela vai acordar, fazendo piada sobre o que aconteceu.
Sem querer, ri dela. Mas uma pontada de medo e dor ainda tava lá no meu peito. Era como se eu estivesse com medo de que ela não acordasse.
- Vocês foram lá neles? - Eu perguntei, vendo que Vítor e Dafhnne estavam aqui também. Eles estavam se abraçando e eu, me senti mau por vê-los assim e quiz ficar assim com Lanny também.
- Sim. - A namorada de Vitor disse. - Ela tá melhor agora. Só ta dormindo!
Assenti, fixando o olhar em outra coisa que não fosse os casais ali na minha frente.
Parecia que eu tava de vela.
- Ei, cara. Fica assim não. - Benjamim disse, chamando minha atenção. - Sabe o que todos nós concordamos? - Fiz que não. - Ela é corajosa. Já já ela acorda.
- Tomara que sim. - Resmunguei.
Sabe aqueles soluços que as crianças fazem quando choram demais? Pois é. Eu acabei soltando um daqueles.
Quando vi, as amigas de Lanny também já estavam chorando por ela. E as lágrimas que eu tava segurando, acabou rolando.
Era isso mesmo. Eu tinha virado um idiota que chorava por garotas. Mas eu nem liguei mesmo, eu amava ele e aquele sentimento é normal.
- A Lanny é tão forte. Lembro da nossa discussão, quando ela ficou irritada comigo. Parecia que eu tava feliz, fazendo amizade com Brenda, mas aquilo era só por fora. Eu percebia quando ela passava pela gente, com aquele olhar triste dela. Cara, ela é a minha melhor amiga. Desde pequena. Minha vida nunca vai ser a mesma sem ela. - Michelly retornou o assunto.
- Eu a amo. Ela mudou a minha vida, quando eu quis ser uma pessoa melhor pra estar do lado dela. Eu, que era uma pessoa que gostava de ficar com as garotas e magoá-las, passei a ser uma pessoa melhor. Agora, eu só amo uma garota só. Só tenho olhos pra ela. - Ri e limpei uma lágrima. - Tantas lições de moral que eu ganhei...- Eu falava aquilo com tanta emoção.
- A Lanny sempre foi forte. Comecei a enxergá-la como uma amiga, quando ela jogou umas verdades na cara de Karol...- Quando ela falou Karol, me lembrei de uma coisa.
- Quem fez aquilo? Não tem como ela cair e se machucar daquele jeito! Não tem!! - Eu disse, vendo que as amigas delas lembraram também daquele assunto.
- A gente tem que descobri! - Vitor encorajou. - Aquilo não é possível!
- Quais são as pessoas que não gostam da Lanny? - Benjamim perguntou.
- Karol e Clara. Elas odeiam a Lanny e agora ainda mais, por que ela sabe que o Lucas é namorado da Lanny. - Michelly disse, como se tentasse lembrar de algo.
- Será que foi elas? - Perguntei.
- Deve ter sido. Karol não gosta da Lanny nem um pouco. Eu percebi o fogo nos olhos dela, quando ela chamou a Lanny de NERD. - Dafhnne opinou.
Comecei a ajuntar as coisas na cabeça, tentando deixar claro que só podia ser Karol.
Mas a gente não tinha prova pra acusá-la assim. Só faltava uma única prova.
Antes da gente se pronunciar de novo, aquela mesma enfermeira entrou na sala. Dessa vez ela tava sorrindo.
- Ela acordou!! - Ela disse.
Com uma energia maluca, levantei da maca.
- Calma, Lucas. - Benjamim disse, colocando as mãos nos meus ombros. - Devagar.
•••
Continua...
Este capítulo não teve musica, por que eu não quis ouvi nenhuma. A preguiça não deixou.
Então, se quiserem ouvi alguma. Se vocês estiverem ouvindo alguma música, fale pra mim aí nos comentários.
Querem ADMS dessa história no insta? Respondem aí.
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The Boy From Tickets| O GAROTO DOS BILHETES|✔
Teen FictionLanny estuda em uma das escolas mais populares do Rio de Janeiro e por sempre estudar nessa escola desde muito nova, ela sabe exatamente quem é cada pessoa. Vítima de um bullyng constante, ela só queria um lugar onde ela pudesse ser ela mesma, sem s...