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Eram sete horas da manhã quando a gente entrou no aeroporto, para pegarmos o nosso vôo pra São Paulo.
Lucas segurava a minha mão, enquanto do meu lado, estava os meus cinco amigos. Os outros da escola, virão de ônibus, alguns de carros.
Meu pai também tava lá, por que ele era o responsável por eu está indo dançar em algo que eu sempre sonhei. O mesmo não era do coreógrafo, ele ainda era pintor e desenhista.
Eu realmente havia puxado pro meu pai.
- To tão ansiosa! - Michelly cantarolou, dando um sorriso largo.
- Tá ansiosa pra se livrar de mim, é? - Perguntei, parando pra ver ela.
- Nada disso. É que eu nunca fui em São Paulo, mulher...- Respondeu, passando por mim e apertando a minha bochecha.
Lucas me puxou e só aí eu vim perceber que a gente deveria andar, se nós não quiséssemos perder o vôo.
- Vamos casal! - Dafhnne gritou, com aquela típica demonstração de maluquice. Percebendo o meu olhar de quem dizia que ela só podia ser maluca, Dafhnne falou: - Livro da Lanny, bebê.
Revirei os olhos e caminhei de novo. Atrás da gente, bem atrás mesmo, vinha dois seguranças, que trazia as nossa malas.
Coitados. Ele traziam as malas de todos. Sei que era bem pesadas, mas ainda bem que tinha aquelas carrinhos que carregavam as malas.
Quando chegamos no avião, fomos recebidos por uma aeromoça, bem gentil. A mesma era morena e nos cumprimentou, segurando um tablet na mão.
- Bom dia senhores. Sou a Débora e estou aqui para fazê-los companhia durante o vôo. - Todos nós assentimos, o que permitiu a mesma falar. - Bem, vamos entrando. - Estendeu a palma da mão pra dentro da porta do avião, nos convidando á entrar.
- Ok. - Falei, puxando a mão do meu namorado. Desde que hoje de manhã, não quero soltá-la por nada.
Além de saber que eu não me separaria dele, sua mão me ajudava a não ficar pensando na minha coreografia.
Sim. Ela era minha. Meus passos, minha música, minha coreografia. Foi eu quem criei e agora eu ia dançar lá.
Entramos no avião e cada quem sentou numas poltronas. Eu sentei ao lado de Lucas, e os outros bem próximos á gente. A exceção era o meu pai, que sentou mais a frente, afastado da gente.
- Ufa! - Benjamim suspirou, olhando pra cada canto do avião.
- Então, quais são os pontos turísticos de São Paulo? Alguém viu em algum site? - Vitor perguntou, passando a mão no cabelo.
Eu ainda não entendi por que aconteceu essa " febre ", de os garotos cortarem os cabelos na frente ou faziam franjinha.
Pra todo lugar que se ia no Rio se via garotos assim. Virou febre mesmo.
- Eu vi. - Lucas comentou, sacando do bolso um papel meio amassado. - Tem bares, shows, praias, restaurantes, pracinhas de flores, a Municipal e o Museu da Arte, que fica no coração da cidade. - Ele terminou de ler e olhou pra Vitor, vendo se ele entendeu alguma coisa.
Pela careta que ele fez, acho que ele não entendeu nada.
- Não entendi. - Reclamou, esfregando o olho esquerdo. - O que coração tem ver com cidade?
- É o lugar mais...- Fui interrompida pela aeromoça, que fez barulhos com seu salto, chamando a nossa atenção.
- Preparem para o vôo senhores...- Ela disse e depois, o treco tomou impulso.
Tchau Rio de Janeiro. Até em breve.
[...]
Senti um cutucão no meu braço. Não quis abri os olhos, mas senti o cutução novamente no meu braço.
- Amor? - Escutei a voz de Lucas.
- Hum? - Murmurei, querendo muito voltar a dormir.
- Chegamos! - Ele disse, com uma voz divertida e alegre.
- Aonde? - Perguntei quase num sussurro.
- São Paulo. - Pulei da poltrona, abrindo os olhos rapidamente.
Só tinha eu e Lucas lá dentro. Os outros deveriam estar lá fora. Olhei pra ele, vendo o quão alegre que ele tava.
- Vamos amor. - Pegou na minha mão e puxou pra fora de casa.
Quando saímos do avião, vi todos eles lá fora. Meus pés meio que deslizaram sobre o lugar onde a gente tava.
Pude ver a cidade, prédios, casas, postes e mais prédios. Tão grandes. Tudo tão lindo, que me fez desconcentrar um pouco das pessoas á minha fora.
- Uau! - Abri a porta pra falar alguma coisa, mas só saiu aquilo.
- Que lugar lindo, Jesus! - Lucas suspirou, parando a frente do meu pai.
- Daqui, a gente vai até o hotel que vamos estar hospedados e só de noite a gente vai pra Municipal. Só vamos pra Malibu amanhã. - Meu pai disse, olhando pra cada um de nós.
O sorriso que havia em meu rosto sumiu. Só lembrar daquilo deixava o meu coração doer.
- Vamos pra onde agora? - Michelly perguntou, mudando de assunto rapidamente.
- Comer...? - Levantei uma sobrancelha, na expectativa de que o meu pai pagasse um bom almoço pra gente.
- Restaurante. - Meu pai confirmou, chamando os seguranças com a mão e falando alguma coisa com os dois. - Agora vamos, por que eu estou com fome.
Sorri. Eu realmente era bem parecida com o meu pai. Seu ânimo pra comida era igual o meu; eu sabia dançar e amava dança; e eu também gostava de desenhar e pintar.
Só faltava ele dizer que queria escrever um livro também.
Acompanhamos o meu pai. Não pude evitar de deixar um sorriso escapar, quando o vi o meu pai conversando com o meu namorado.
•••
Continua...
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The Boy From Tickets| O GAROTO DOS BILHETES|✔
Novela JuvenilLanny estuda em uma das escolas mais populares do Rio de Janeiro e por sempre estudar nessa escola desde muito nova, ela sabe exatamente quem é cada pessoa. Vítima de um bullyng constante, ela só queria um lugar onde ela pudesse ser ela mesma, sem s...