20 - Súplica.

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                          LANNY CARVALHO

Tentei ao menos não ficar zangada, mas aquilo era impossível. Não tinha cabimento.

Eu sentia raiva de Lucas e Eduardo. Nunca que eu tinha me sentido tão desmotivada como hoje.

Era como se eu fosse um vadia sem coração. Mas eu não era assim!

Eu era diferente. Tentei ser diferente a vida toda, com medo de que eu fosse comparada errada as outras pessoas.

Passei a minha vida toda meditando no que eu queria, com medo de que um passo errado, pudesse acabar com a minha vida em um estalar de dedos.

Mas, todo aquele esforço não foi considerado, por que estou perdida.

Entrei com tudo para dentro de cada. Não importava o número de vezes que escutei Lucas me gritar, só importou o que eu queria fazer naquele momento.

Embora eu fosse um pouco ingênua, nunca que eu conseguiria ficar assistindo uma briga de dois garotos por uma garota e não entrar no meio.

Eu precisava fazer alguma coisa para que aquela sensação saísse de mim.

Além de escrever, ler e cantar, eu gostava de dançar. Aquilo me permitia sentir uma energia diferente.

Era como se todos os fluidos corporais fossem diluídos para uma nova sensação.

Como se não bastasse ter que aturar toda aquela confusão, eu ainda tinha que sofrer sozinha, por que eu era maníaca por querer sempre está no controle.

Eu queria deixar claro que tudo tinha que estar no seu devido lugar. Que toda essa desorganização me deixava maluca.

Eu odiava ter que conviver com pessoas que não tem um pingo de vergonha de ter que largar os filhos pelo mundo. Saber que as pessoas não transformam o mundo em um lugar melhor por causa das suas burrices, me deixa maluca.

Para piorar ainda, eles não acreditam que com um pouco mais de amor e compaixão, o mundo pode se tornar um lugar melhor.

Subi as escadas, tirando o tênis pelo caminho. Estava arrasada.

Não podia acreditar que em meu primeiro encontro, o garoto que eu havia saído, me beijou  sem meu consentimento e o garoto que eu gosto, ainda teve que discutir com ele.

Abri a minha playlist do celular, parando de mexer os dedos assim que vi a música Good Thing.

Cansada de tanto esperar, coloquei os fones de ouvido e comecei a dançar. Não importava o que estava acontecendo, eu só queria poder descansar minha mente.

[...]

Acordei na manhã de sábado com a cabeça doendo.

Meus olhos tiveram dificuldade de se abrirem, quando os primeiros raios de sol bateram na minha face.

Depois de tomar um banho do suor que acumulou - ontem -, acabei caindo na cama e esquecendo todo o resto.

Levantei da cama, indo para o banheiro.

Escovei os dentes e aproveitei para tomar um banho. Eliminar todas as coisas ruins eram essenciais para mim.

Assim que terminei, vesti uma calça jeans preta e dobrei um pouco na altura do tornozelo. E por fim, uma regata amarela.

Amarela era a cor que eu mais gostava. Um amarelo vivo podia representar muitas coisas. Um girassol. Um sorriso. O sol.

Não encontrei ninguém na cozinha, somente uma mesa de café da manhã posta.

Não importei muito com aquilo, apenas sentei-me para comer alguma coisa, por que eu estava faminta.

Meu celular tocou. Um toque muito familiar para mim.

Lucas- Lanny. Ainda bem que você atendeu! Queria pedi desculpas por ontem. Cara, não tive muito controle.

Fiz uma pausa querendo compreender as palavras de Lucas.

Lanny- Lucas, eu...sinceramente? Não estou com cabeça para pensar nisso agora! Minha cabeça está latejando e eu estou sozinha em casa.

Lucas- Lanny! Por favor, me escute. Eu juro que eu não tive nenhum culpa sobre o que estava acontecendo.

Sem pensar muito, desliguei na cara dele. Até fiquei um pouco arrependida, mas eu queria ser um pouco dura.

Depois que terminei o café, não havia nada para fazer, então, fui para o quarto, tentar assistir alguma coisa.

Estava super confortável, tentando prestar atenção no filme, quando um indivíduo pulou a minha janela, que por sinal, estava aberta.

Claro que eu já sabia que era Lucas.

- Nem vou perguntar o que você está fazendo aqui. - revirei os olhos e dei de ombros.

- Eu preciso conversar com você! - suplicou.

Fiz que não com a cabeça.

Eu estava chateada ainda. Poxa, eles sabem que eu não gosto disso e querem fazer aquilo na minha frente.

- Acho bom você ir embora, Lucas. - prontifiquei.

Lucas assentiu e pulou a janela de novo, indo para a sua casa.

Ainda não sabia se tinha sido uma boa ideia mandar ele ir embora, mas não ouve tempo para eu me arrepender daquilo.

***

N|A: Cansei de dizer que o nome LANNY não tem nada haver com o meu. Meu nome não é LANNY! É só um nome que encontrei, bem parecido com o meu. É o nome que surge através do meu também.♡

The Boy From Tickets| O GAROTO DOS BILHETES|✔Onde histórias criam vida. Descubra agora