- Você fala como se não gostasse do Lucas nenhum pouquinho! - Michelly caçoou de mim.
Minha amiga não aceitou a minha opinião sobre ela e o Benjamim.
Eu acho que está até rolando algo entre os dois, mas ela nega até a morte, então não tenho como tomar decisões precipitadas.
- Não sei. Não quero ficar chorando pelos cantos por que um garoto me traiu, entende? - Assentiu. - Mas se for para conduzirmos isso juntos, faremos. O porém é que eu não sei se Lucas gosta de mim. E se for só uma aposta? Como saber? E se for para ele ficar comigo e nada mais? - Desembuchei.
Aquelas palavras estavam cheias de remorso e preocupação. Eu era bem direta e decisiva no que queria, mas também tinha enormes crises de ansiedade.
- Acho melhor mudarmos de assunto. Eu já estou até doendo minha cabeça. - Resmungou, esfregando a testa.
De repente, tive uma ideia maravilhosa, mas também tentadora. Mas íamos nos diverti bastante com aquilo.
- Michelly do céu, tive uma brilhante ideia! - Bati palmas. - Que tal nós irmos arrancar goiaba no quintal do Lucas? - Perguntei.
- O quê? Você está doida, Lanny? E se lá tiver cachorro e acabar correndo atrás da gente? - Michelly rebateu.
- Que nada. Vai ser bom e você sabe que eu amo goiabas. - Fez que não com a cabeça. - Ah, Michelly! Por favorzinho... é só algumas. Não mata ninguém! - Exclamei quase implorando.
Finalmente Michelly cedeu.
Pulamos a janela do meu quarto e corrimos para o quintal do Lucas. O mesmo era enorme. Tinha um enorme jardim, cheio de flores, plantas e árvores. Dentro daquele enorme quintal, havia um enorme pé de goiaba. Estava praticamente carregado de frutas.
Quase pulei de alegria. Eu amava goiabas. Olhei para o lado e a barra estava limpa. Comecei a subir no pé, só que era liso. Acabei caindo no chão com tudo.
- Aí meu traseiro! - Resmunguei passando a mão. - Michelly! Olha que você vai cai! - Gritei.
Michelly fez um pssiu com o dedo. Tentei subi de novo e dessa vez conseguir. Caminhei para um enorme galho e comecei a devorar as amadas goiabas.
Passamos horas lá comendo. Quando percebi, já estava quase escurecendo. Michelly já havia descido, e eu, estava em um galho realmente muito alto. Tentei descer inúmeras vezes, mas não consegui.
- Michelly, não consigo descer. Aí meu Deus! E agora? Socorro! - Gritei. Michelly já estava apavorada, tentando subi para ver se conseguia me ajudar.
- Espera aí, me dá o braço. - Ordenou.
Acabou que nós não conseguíamos descer. Era isso ou então acabariamos caindo daquela altura. O pior era que hora dessas minha mãe já estaria preocupada. Não tinha ninguém para nos ajudar. Isso que dava subi em um pé de goiaba alheio.
Tirando isso, até que foi divertido. Esta bem... talvez nem tanto.
- Socorro! - Gritei de novo.
Ouvi passos se aproximarem e comecei a achar um jeito de matar a pessoa, caso fosse um ladrão. Um facho de lugar escapou e vi o rosto de Lucas. Graças á Deus.
- Quem está aí? - Perguntou. Vi mais uma silhueta e vi Benjamim.
- Lucas! - Chamei e ele me olhou. Naquele momento, ele usou a lanterna e me iluminou. Percebi a expressão de riso em seu rosto. Senti vergonha.
- Que diabos vocês estão fazendo aqui? - Sussurrou.
Eu preferia está lá em minha casa, deitada na minha cama confortavelmente.
- É que... bem, estávamos comendo goiabas e acabamos subindo e não conseguimos descer. - Ele e m Benjamim caíram na gargalhada.
- Vocês não conseguiram descer? - Gargalhou. - Eu e Benjamim poderíamos deixar vocês aí, mas como somos gente boa, vamos tirar. - Suspirei.
Lucas subiu na árvore e foi chegando para mais perto de mim. Me pegou pelos braços e comecei a me ajudar descer. Desviei o olhar para minha amiga e vi Benjamim fazendo a mesma coisa com ela.
Com uma facilidade impressionante, nós já estávamos no chão.
- Como é bom andar no chão. - Ensaiei umas passadas no chão de grama.
- Vocês devem está doidas para subirem aqui! Vocês poderiam ter ganhado uma bala pelos seguranças do meu pai, poderiam ter ganhado um choque na cerca elétrica, que por muita sorte, está desligada. Poderiam ter sido atacadas pelos cachorros, eles são treinados exatamente para este tipo de ação. Vocês tiveram muita sorte hoje. E pior ainda, e se um maluco que queria roubar vinhesse e atacasse vocês? - Ele deu um discurso de sermão bem dado na gente.
Apesar das palavras deles serem realistas, nós só estávamos querendo comer.
- Olha, eu sei que nós erramos em está, digamos, roubando as goiabas. Poxa... nós só estávamos com vontade de comer goiabas. Também sabemos da cerca, passamos bem. Ah e os seguranças, nós não vimos nenhum. - Respondi. - Ah! obrigada pelas goiabas e pelo resgate. Tenham uma boa noite! - Exclamei e puxei Michelly para irmos embora.
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The Boy From Tickets| O GAROTO DOS BILHETES|✔
Ficção AdolescenteLanny estuda em uma das escolas mais populares do Rio de Janeiro e por sempre estudar nessa escola desde muito nova, ela sabe exatamente quem é cada pessoa. Vítima de um bullyng constante, ela só queria um lugar onde ela pudesse ser ela mesma, sem s...