11- Eu sou maníaca por controle.

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Era uma sexta- feira de aula e eu me recusava a olhar para Lucas.

O mesmo parecia que iria me devorar a qualquer momento. Parecia que ele não estava nem um pouco incomodado com aquilo, já eu, estava quase para correr dali.

Eu ficava tão incomodada com sua presença, com as olhadas e com todas as coisas que ele fazia ou falava ao meu lado.

- É só um grupo de estudos. - A professora dizia. - Um quarteto, para ser bem sincera. As duplas já estão aqui escritas no papel, então vocês irão fazer o estudo de geografia hoje e falar as suas opções, opiniões e sinceridade sobre o estudo aderido neste semestre.

A professora começou a ditar o nome de vários alunos e que, por pura conhecidencia Benjamim, Michelly e Lucas caíram para o meu grupo.

Pelo menos eu estava alegre em ter minha amiga do meu lado. Ela era para mim uma Nathalie ou uma Cristina da vida. Não me separararia dela em nenhum momento.

Benjamim... eu não tinha nada contra ele, mas o fato de ele ser amigo de Lucas, já me fazia revirar os olhos.

E por último, menos importante, Lucas. Idiota. Criancinha. Amador de ferir os corações das garotas. Popularzinho. E tudo de ruim. Mas também ele era lindo, maravilhoso. Um sorriso de arrebatar corações. Que maravilha!
Eu e Michelly estávamos cercadas de garotos chatos.

Senti que eu ia expludir a qualquer momento. Já estava começando a ficar claustrofóbica. O pânico de nervos me tomou conta. Estava acostumada a ficar fora da radar; longe de olhares curiosos e irritantes.

A sala desorganizada; os alunos fazendo barulho; papéis no chão; materiais foras do lugar... estavam me deixando maluca. Com todo aquele estresse, meu lápis caiu e acabou quebrando.

- Droga. - Resmunguei me abaixando para pegar os restos do lápis quebrado.

- Amiga? Você está bem? - Michelly me chamou, tocando meu cotovelo. - Você está pálida! Acho que você deve ir tomar uma água para ver se você melhora. - Revirei os olhos.

- Não! Você não entende. Toda essa bagunça... esse barulho... - Coloquei as mãos no rosto.

- O que você tem? - Insistiu.

- Eu sou maníaca por controle. Tenho que saber que tudo está ocorrendo bem. Preciso saber que tudo está organizado, e essa bagunça toda está me enlouquecendo. - Confessei.

- O que a gente pode fazer? Ninguém vai organizar ela. - Se virou para a frente.

Observei a sala completamente. Cada aluno, cada canto. Tudo bagunçado.

Karol roia as unhas, ao passo que Clara jogava a sujeira do seu lápis apontado na lixeira, mas na sua rapidez de querer voltar para seu acento, a sujeira acabou caindo na sala mesmo.

Aquele povo só podia ser um bando de loucos que não tinham uma mínima higienização sequer.

Peguei o meu caderno de metas para eu cumpri e vi muitas em branco.

12- Encontrar o amor.

Eu ainda era uma adolescente mimada quando escrevi aquela frase. Usava aparelho nos dentes e qualquer coisa, era motivo para eu está me irritando. Outras como ser triglota, ler á cinco passos de você ser gentil, doce e amistosa. Tudo eu anotava.

Mas parecia que de nada valeu a pena o meu esforço. Eu precisava de alguma coisa que acabasse com o meu sofrimento.

Fixei o olhar em Lucas, que pela primeira vez desde que cheguei na sala de aula, não estava pregado em mim. O mesmo rabiscava as folhas do caderno. Estava completo de desenhos e rabiscos. Nenhuma atividade sequer.

As aulas passaram em um piscar de olhos. Enquanto ia para casa, encontrei Lucas no meio do caminho.

Era minha oportunidade para falar com ele a respeito da escola. Assim que o mesmo me viu andando em sua direção, ele sorriu para mim.

Um sorriso maravilhoso que fez meu coração errar uma batida.

- Oi. Queria conversar com você. - Parei a sua frente.

- E o  que seria? - Perguntou.

- Você precisa estudar tudo o que os professores passar.

Lucas soltou uma gargalhada. Parecia que ele me achava a pessoa mas besta que ele já conheceu.

- E por que eu faria isso...? - Bufei de raiva.

- Eu sou maníaca por controle. Tenho que saber que tudo está correndo bem. E você não está apreciando o que os professores fazem. Eu não consigo me concentrar vendo você desperdiçar tudo. - Eu estava prestes a jogar tudo na cara dele.

Achava que nenhuma pessoa seria capaz de dizer aquilo para Lucas. Mesmo se dissesse, nunca que ele iria fazê-lo. Mas eu estava disposta a ajudá- la para me ajudar.

- Bem que eu sabia que você era maluquinha mesmo. - Caçoou.

- Você me deixa maluca! - Exclamei e comecei a andar para longe daquele ser que me deixava louca.

- Lanny! Qual é? Volta aqui! - Me chamou, mas sequer olhei para trás.

Para o meu tormento, Lucas acabou chegando ao meu lado novamente. Ele parecia irritado comigo por tê-lo deixado falando sozinho.

- Eu topo. Mas quero algo em troca. - Pediu.

Eu não estava estava muito confiante no que Lucas poderia me pedi...

- O que você quer?

   Ele pensou por uns instantes, antes de sorri para mim e articular a sua resposta:

- Quero ordem para te fazer cinco pedidos. Você não poderá me rejeitar, nem recuar, ou sai correndo, combinado? - Esticou a mão para mim.

- Combinado! - Apertei sua mão.

- Mas seus estudos vai ser do meu jeito! - Disse antes de lhe dá as costas e ir embora.

Não importasse o que vinha pela frente, aquela batalha, eu já havia ganhado.

Lanny Carvalho não costuma desisti de coisas que ela deseja.

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=Revisado✔

The Boy From Tickets| O GAROTO DOS BILHETES|✔Onde histórias criam vida. Descubra agora