45_A culpa é de Karol!

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Depois de demonstrar o meu ciúmes, virei o rosto e nem sequer olhei pra Lucas de novo.

Clara pediu licença a professora, gesticulando para que ela escutasse que a gente ia lá fora conversar.

Paramos num corredor bem distante das salas. Eu ainda não sabia por que Clara tinha me levado pra um lugar tão isolado.

Fiquei até com medo de Karol chegar e as duas me matassem ali. De uma eu poderia dar conta de me defender, mas de duas? Eu ia apanhar com certeza.

- Por quê me trouxe aqui? - Perguntei, dando uma olhada no lugar em que a gente tava.

Ali não era muito longe da sala do segundo ano. Se acontecesse alguma coisa, eu poderia gritar bem alto, talvez alguém escutasse.

- Lanny, quero falar sobre o que eu sei sobre o seu acidente. Mas quero deixar claro que eu não tenho nenhum envolvimento com esse acidente, ok? - Perguntou, me olhando bem séria. Quase que eu riria, mas me controlei.

Achei estranho, mas dava pra ver que aquele assunto envolvia Karol. Afinal, ela é a melhor amiga de Karol.

- Eu acho que não estou entendendo...- Ela levantou a palma da mão, como se quisesse me parar.

- Você precisa me deixar falar. O tempo tá corrido, Lanny. - Entrou no meio do assunto, esfregando as mãos. - Saiba que Karol odeia você. Ela odeia você com todas as forças, desde de que você entrou pra cá nessa escola. Você sempre sabia das coisas, não tinha medo dela, ajudava os outros, é inteligente... só fez com que o ódio dela aumentasse ainda mais. Eu sei que eu errei em ser amiga dela e sempre te criticar, mas você é a pessoa mais corajosa que existe. - Ela dizia tudo muito séria. - Karol é obsessiva por Lucas e ela sabia que Lucas amava era você, por isso, a culpa do acidente é de Karol. Você deve ter ouvido eu gritado, por que o intuito dela, era só te trancar lá, mas ela fez pior. Eu saí de perto dela, nesses dias, não tenho conversado com ela, por que ela sabe que eu contaria. Posso até ter ajudado ela em criticar e humilhar você, mas jamais machucaria alguém.

Aquelas palavras tiveram um grande peso pra mim. Eu não soube o que eu ia fazer agora.

Não sei se denunciava ela, não sei se conversava com ele, se falava com seus pais ou deixasse tudo pra lá.

- Karol tá doente, Lanny! Como melhor amiga dela, por favor, ajude a minha amiga. Ela precisa de você. - Ela ajoelhou ali nos meus pés, enquanto de seus olhos, caíam lágrimas de súplica.

Uma pontada no meu coração, me fez ter pena. Ajudei Clara a sim levantar, olhando delicadamente pra ela.

- Por quê ela não veio hoje? - Olhei curiosa pra ela.

- Depois de tudo que ela fez a você, ela estar com vergonha de olhar na sua cara e entregar o que ela fez. - Disse, enxugando as lágrimas com o polegar. - Se prometer que vai lá, darei tudo o que eu tenho. Karol é a única amiga que eu tenho. Minha única família!

Respirei fundo. Pela primeira vez na vida, eu não soube o que fazer.

Se era pra mim ir embora leve, eu ia na casa de Karol. Eu queria perdoá-la e ir embora leve.

- Eu vou lá, mas não prometo nada. - Respondi.

- Obrigada, Lanny. Você é realmente a garota mais corajosa e amigável que existe. Eu agradeço muito á você. Posso fazer alguma coisa por você?

Pensei um pouco. Lembrei-me daquele verso: Dar sem pedi nada em troca.

- Não há nada. - Respondi, puxando o braço dela e nos conduzindo pra nossa sala.

Quando chegamos na nossa sala, entramos nós duas abraçadas.

Separei dela com um sorriso, indo até minhas duas amigas chatas que me esperavam. Mas elas não estavam tão alegres como das outras vezes, elas estavam tristes.

- O que vocês têm? - Pergunto, me aproximando das duas e sentando ao lado delas.

- Por que você não nos contou que ia embora pra Malibu? - Michelly como sempre dramática, perguntou. - É amiga que se chama, não é?

Respirei fundo, tentando nao chorar, por que os olhos delas me encaravam. Elas estavam chateadas.

- Desculpa gente. É que não deu tempo de contar. Por que a gente não aproveita os três dias juntos? - Elas ainda não se alegraram. - Ah, qual é, meninas?

- A gente vai morrer de saudades. É isso! - Dafhnne disse, dando meia volta e me abraçando.

- Eu também. - Michelly também veio.

Juntas, nos abraçamos. Eu sabia que não poderia ir sem elas.

Meu pai que lute...

•••

Continua...

Música do cap:

James Arthur_Naked

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