Amor Meu

Capítulo 2

O empresário não conseguia acreditar no que o site de fofoca havia publicado.

Especularam uma gravidez de Miranda antes do casamento. Desconfiavam do envolvimento da morte de Marcos ao casamento repentino.
Haviam várias páginas de sites de informação falando sobre o casamento do mês.

Como a situação foi drástica, Eduardo e Eva haviam preparado uma cerimônia rápida, porém foi invadida por fotógrafos e exposta pelo país.
O que devia ser um caso encerrado, se transformou em uma bola de neve ainda maior.

Rafael não iria expor Miranda. Não queria que a história a machucasse ainda mais.

Seus olhos estavam perdidos na tela do computador quando uma batida na porta soou o fazendo autorizar sua entrada.
Haroldo adentrou o escritório e respirou fundo.

— Senhor, a senhora Eva quer falar com você!— o velho diz com um suspiro cansado.

Havia recebido ordens de Rafael para não permitir a entrada de qualquer um dos envolvidos naquele crime. Apenas Agatha e Cleber poderiam frequentar sua casa. Porém insistiam em invadir a mansão.
O moreno bufou e assentiu com a cabeça, dispensando o mordomo.

Logo a mulher loira, apenas cinco anos mais velha que ele, adentrou o escritório com um grande sorriso nos lábios e seu vestido descaradamente chamativo.

— Olá, Rafael!— a mulher cumprimentou, estendendo a mão, entretanto foi ignorada.
Rafael mantinha as mãos sobre a mesa e os olhos presos à expressão de Eva.

— Já passamos dessa fase, Eva.— Rafael balbuciou franzindo o cenho.— Acredito que meu pai já falou com você sobre a visita hoje cedo.— ele ponderou, levantando-se.
Eva sorriu de lado e segurou a bolsa em frente ao corpo.
O filho caçula dos Sanches não era tão fácil de manipular. Era um homem de princípios e os honrava com a vida.

— Entendo que o assunto seja delicado, mas vocês têm que decidir o que fazer.— a mulher explicou se aproximando.— Vocês escolhem se vão permitir que tudo isso acabe em rede nacional.— Eva explicou tocando os ombros de Rafael.
O homem a encarava de braços cruzados, ponderando a ideia.

A porta foi aberta novamente, revelando o corpo de Miranda.
A morena encarou a madrasta com raiva.
Sabia que mesmo depois do que havia passado na casa de seu pai, teria que aturar aquela situação por causa dela.

— Olá, Minha Querida!— Eva a cumprimentou, soltando os ombros de Rafael, que bufou cansado.

Miranda caminhou até o marido, pondo-se a sua frente, empurrando os ombros de Eva, para que se afastasse de Rafael.
Queria evitar ao máximo que sua madrasta se aproximasse de seu marido.

— Vou pedir que se retire, antes que eu me arrependa de algo.—  a morena praguejou apontando para a porta.

Eva observou a enteada à sua frente.
Sabia que ela seria a parte difícil em seu casamento com Cleber, porém havia feito o possível para que não ficasse falada em meio ao povo depois do que aconteceu.

— Escute o que eu digo!— a loira insistiu.— O tempo será bom pra vocês também! São um casal agora! Existem formalidades.— Eva explicou.
Um bufar surgiu na sala.

— Ela tem razão! Se não fizerem por vocês, façam por formalidades!— a voz de Eduardo ecoou na sala.
Rafael se pôs à frente de Miranda e encarou o pai.

Estava farto de ter que receber ordens, mesmo sendo o único que agiu perante a situação.
Seu irmão merecia mais que a morte.
Merecia mais que apenas uma bala em sua têmpora.

— Quem deixou você entrar?— o moreno praguejou para o pai. Eduardo abaixou os olhos.
Sabia que havia manipulado o filho para não sofrer as consequências.